24 de novembro de 2024

Produtividade da indústria eleva no primeiro trimestre de 2008

Não faltaram análises e advertências por parte do setor produtivo a respeito de relevantes novidades que vinham ocorrendo na economia brasileira desde o último trimestre de 2007.

Não faltaram análises e advertências por parte do setor produtivo a respeito de relevantes novidades que vinham ocorrendo na economia brasileira desde o último trimestre de 2007. O Iedi, uma das entidades que participou do debate, advertiu sobre diversos pontos.
O grau de utilização da capacidade de produção da indústria parou de aumentar nos meses finais de 2007 e passou a apresentar leve tendência de queda nos primeiros meses de 2008.
Isso indicou que, embora a demanda tenha aumentado seu ritmo de crescimento no mesmo período, a capacidade produtiva, vale dizer, a oferta potencial na economia passou a acompanhar esse processo. A produtividade da indústria teve expressiva evolução em 2007 e no primeiro trimestre de 2008. Os maiores ganhos de produtividade foram acompanhados por aumento do emprego e de um crescimento inferior ao da produtividade, porém expressivo, da remuneração real média das pessoas ocupadas no setor. Crescimento não inflacionário, em outras palavras, foi a indicação dada pelos novos dados da situação econômica brasileira no período recente.

Aumentos
inflacionário
Cerca de metade da inflação do ano passado foi devida a alimentos, a mesma causa principal da inflação acumulada nos três primeiros meses de 2008. Por outro lado, a inflação de produtos industriais dentro do IPCA manteve uma trajetória de variação de apenas 2,5%. Basicamente os aumentos de alimentos decorreram de um fenômeno mundial, provocado por fatores como: a) a demanda aquecida de alimentos por parte das populações dos países em desenvolvimento; b) aumento do preço do petróleo que incide nos custos da logística e insumos utilizados na agropecuária; c) pressão de preços devido à conversão de terras e produtos agrícolas para a fabricação de combustível; e d) valorização de preços de commodities decorrente de menor atratividade de outras aplicações, dada a diminuição das taxas de juros internacionais, especialmente nos EUA.
As novas projeções de crescimento dos EUA e mesmo em países emergentes como a China –no primeiro caso, resultando em taxas de variação do PIB muito próximas a zero ou mesmo negativas no corrente ano; no segundo, com uma desaceleração já constatada no primeiro trimestre do elevado crescimento desse país– concorrem para que a “bolha” de preços de commodities e, como conseqüência, os preços de alimentos refluam e facilitem o controle da inflação no Brasil.

Alta da Selic supera debates sobre juros

Cabe sublinhar, conforme o Iedi, que em nenhum momento se negou o ímpeto com que a demanda da economia vem evoluindo. Os itens acima servem de contraponto a essa evolução, tornando-a passível de controle sem aumento de juros. Aguardar um pouco mais os resultados de processos muito positivos que vêm se desenvolvendo na economia brasileira e os desdobramentos da crise internacional, era o que se propunha para a política monetária.
O aumento de 0,5% da taxa básica Selic, que passou de 11,25% ao ano para 11,75% ao ano, tornou o debate sobre a necessidade de aumento da taxa de juros superado e introduziu um outro, qual seja, o das repercussões da reorientação da política monetária.
No plano das expectativas, que é o plano mais adequado de análise dos efeitos da medida, uma elevação da taxa de juros como a anunciada tem indubitavelmente um impacto sobre as avaliações dos agentes. O Banco Central procurou minimizar esse impacto, notando que um aumento maior no início do processo de reorientação da política serve para, potencialmente, abreviar sua duração.
Por outro lado, a periodicidade atual das reuniões do Copom, de 45 dias, significa na prática que o aumento da taxa de juros é, em bases mensais, inferior a 0,5%. Mas tudo isso não passa de detalhes ou tecnicidades para quem toma as decisões relevantes na economia.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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