Piscicultores recebem mais incentivo no Amazonas. A Sepror (Secretaria de Estado da Produção Rural) deu continuidade ao programa de apoio permanente ao segmento com o fornecimento de 300 mil pós-larvas de tambaqui, que beneficia pelo menos 100 produtores rurais nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Careiro Castanho.
As atividades têm apoio da Sepa (Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura). Os alevinos vêm do centro de produção de Balbina. E o trabalho também é realizado em parceria com o Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas) e a OCS (Organizações da Sociedade Civil).
Segundo o secretário de Estado de Pesca e Aquicultura, Leocy Cutrim, o programa vem realizando ações contínuas junto aos produtores rurais para dar mais fôlego à produção de tambaqui regional. Piscicultores recebem orientações técnicas para dinamizar as atividades com mais segurança.
“Um trabalho desenvolvido com foco no aprimoramento tecnológico e ainda uma maior sintonia entre essas instituições vêm alavancando o setor no Amazonas”, diz Cutrim. “São iniciativas como essa de maior apoio aos produtores que podem tornar a piscicultura no Estado do Amazonas mais competitiva em relação a outros Estados”, acrescenta ele.
Dono de uma propriedade no Km 75 da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho), no município do Careiro (distante 88 quilômetros da capital), o produtor rural Pedro Egídio Cassol ressalta a importância de um maior incentivo à piscicultura, uma atividade que cresce a cada dia no Amazonas.
Egídio é diretor da Capruc (Cooperativa dos Produtores de Peixe do Careiro Castanho). “São medidas importantes que vão além das ações básicas, suprindo as necessidades do produtor rural e contribuindo também para o desenvolvimento da piscicultura regional”, salienta. “Temos agora mais condições para incrementar a produção”, acrescenta.
Os piscicultores do Careiro receberam 200 mil pós-larvas de tambaqui e os de São Gabriel, 100 mil alevinos. O Idam oferece todo o suporte técnico para orientar os produtores rurais. Uma medida que pode evitar prejuízos e também um eventual fracasso nos negócios.
O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, avalia que a piscicultura tem hoje o maior potencial de crescimento no Amazonas, mas o Estado continua importando pelo menos 85% do tambaqui e da matrinxã, produzidos em cativeiro, para abastecer o mercado consumidor de Manaus.
Os Estados de Rondônia e Roraima são atualmente os maiores exportadores dos peixes para o Estado. Junto com a iniciativa privada, os órgãos institucionais vêm estimulando o segmento com a concessão de crédito ao produtor rural e no fornecimento de alevinos das duas espécies, muito apreciadas pela culinária regional.
“Temos hoje disponível toda uma tecnologia que pode tornar o Amazonas autossuficiente na produção de tambaqui e matrinxã em viveiros”, diz Muni Lourenço. Ele acrescenta que empresários e governo somam esforços a cada dia para incrementar as atividades com grandes possibilidades de geração de novos empregos e renda à população do interior.
“É um segmento do setor primário que promete atrair muitos investimentos. E o Amazonas tem tudo para dar mais fôlego a essas atividades. Tem abundancia de rios, águas, e um público consumidor em potencial, principalmente no mercado de Manaus”, afirma o presidente da Faea.