22 de dezembro de 2024

Agosto vocacional: A arte da gratidão!

Gratidão é o sentimento que toma conta de mim na hora em que escrevo o último artigo da série “Agosto vocacional”. Por isso, deixo aqui registrado o meu muito obrigado ao padre João da Silva Mendonça Filho (https://www.jcam.com.br/noticias/agosto-vocacional-feliz-dia-do-padre/); ao professor Jussinildo de Oliveira Ferreira (https://www.jcam.com.br/noticias/agosto-vocacional-feliz-dia-dos-pais/);

 Ao carpinteiro Antônio Raimundo Matias de Souza (https://www.jcam.com.br/noticias/agosto-vocacional-feliz-dia-da-familia/) e ao catequista Adriano Lira das Neves (https://www.jcam.com.br/noticias/agosto-vocacional-feliz-dia-do-catequista/).

Dialogando com esses profissionais aprendi que nunca devemos deixar a tristeza abater o nosso coração, mesmo diante das piores dificuldades da vida. Com eles aprendi também que a experiência da gratidão amplia os nossos horizontes, nos tornando seres melhores, solidários e empáticos.

Quando somos gratos, a felicidade bate a nossa porta, entra sem pedir licença e fixa morada na nossa vida. Quando somos gratos, as coisas boas acontecem, realizamos os nossos sonhos e a tristeza não encontra morada em nosso coração. A alegria vem e faz morda em nosso ser! 

A gratidão torna a vida mais fluída, alegre, colorida. Não existe tristeza na gratidão, somente amor, alegria e bondade. A gratidão é uma escola de generosidade. Nela aprendemos que somos capazes de compartilhar com os outros o nosso dom, aquilo que somos, o melhor de nós.

A vida humana, quando preenchida de gratidão, não sobra espaço para a tristeza, para o desânimo, para a inveja, para o rancor, para o egoísmo. Tudo torna-se belo a nossa volta. Até mesmo os dias mais turvos. Quem é grato é paciente, cordial, acolhedor, simpático, receptivo, ético, feliz. 

A gratidão está intimamente ligada à confiança, no bem que se desenvolve em mim, no bem que o outro é em si mesmo, independentemente de mim, e no bem que eu recebo de quem comigo partilha amor. Portanto, a vida só tem sentido se for para ser doada. Se for para ser gasta no auxílio ao outro, para que “Ele cresça e que eu diminua”, como diz o evangelista João (3:30).

Quem é grato tem consciência do seu papel da história. Não é alienado. Não fica parado, alheio aos acontecimentos, esperando as coisas acontecerem, “Com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” – como cantou Raul Seixa. Não. Quem é grato não espera acontecer; vai e faz, é protagonista e não espectador. 

Por ser consciente do seu papel social, quem é grato é livre, acolhedor, trabalhador, sonhador, esperançoso. Quem é grato repete para si mesmo as palavras do poeta baiano: “Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado”. Foi isso que aprendi com o carpinteiro Antônio Raimundo Matias de Souza. 

Mais ainda. Quem é grato sabe que nada do que acontece em nossa vida é por acaso, até mesmo às piores tragédias, tudo depende da forma como olhamos para à vida, se de forma positiva ou negativa. A gratidão exclui sentimentos ruins de nossas vidas. Quando somos gratos, alcançamos aquilo que desejamos! 

Com o padre João da Silva Mendonça Filho aprendi que a gratidão nos leva à simplicidade nos gestos, na forma de ser, de viver. À conta disso, a gratidão torna-se impiedosamente natural. O estilo de vida de quem é grato parece irremediavelmente contaminado pelo bem. Com isso, o homem grato está mais perto de Deus do que o homem egoísta. Assim, a gratidão salva e o egoísmo nos condena!  

Com o professor Jussinildo de Oliveira Ferreira aprendi que não vale a pena ficar lembrando daquilo que nos fez sofrer. Viver recordando as dores do passado é torturante, só acarreta mais sofrimento à alma humana. Ao contrário, quando somos gratos por tudo o que acontece em nossa vida, não sobra tempo para lembrarmos das coisas ruins, o amor flui naturalmente e o coração se alegra.

Nunca devemos perder o espírito da gratidão. Quando somos gratos, aprendemos sempre, mesmo quando estamos aparentemente errados. Quem é grato não fica prezo as miudezas da vida. Não perde tempo com as coisas materiais. Busca sempre as coisas do céu. Quem é grato sabe que Deus colocou-nos no mundo para servir, e que à igreja é o espaço do amor, da acolhida. Foi isso que aprendi com o catequista Adriano Lira das Neves. 

Por fim, em tudo devemos agradecer ao Senhor da Vida, ao Grande Arquiteto do Universo, a Jeová, a Buda, a Alá, a Jesus Cristo… pelo dom da vida, pelo trabalho, pela saúde, pelos amigos… E não esqueçamos de fazer como o Salmista: “Darei graças ao Senhor por sua justiça; ao nome do Senhor Altíssimo cantarei louvores (Salmos 7:17).

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

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