22 de dezembro de 2024

As grandes religiões do mundo – Parte 1

Segundo o dicionário Online de Português (https://www.dicio.com.br/), a palavra religião vem de “re-ligare” que significa: “Crença de que existe uma força sobrenatural criadora do Universo, de todas as coisas e pessoas, sendo essa força Deus; Crença de que esse Deus rege o destino do ser humano e, em razão disso, deve ser respeitado”. No sentido pedagógico, religião significa “ligar novamente o ser humano a Deus”.

A religião é inerente à natureza humana. Todo ser humano tem dentro de si a centelha divina. Algumas pessoas sentem-se impelidas a explorar essa dimensão, outras, ainda, a negam. No entanto, o ser humano sempre ligou sua existência a um ser superior, a quem prestava culto, estabelecendo lugares e objetos sagrados para reverenciar o Absoluto.

A nossa relação com o transcendente também implica a relação com o outro e com nós mesmos. Ou seja, as religiões existem para possibilitar o encontro entre o ego humano e a centelha divina que há em todos nós. Por isso, é do contanto do ser humano com o sagrado que se originaram as diversas religiões. Logo, todas as religiões são importantes e devem ser respeitadas. 

Outrossim, todas as religiões têm suas ideologias, suas doutrinas, suas crenças, seus ritos, seus símbolos, sua ética, que favorecem o relacionamento pessoal com um ser superior. No livro “As Religiões do Mundo”, o autor Claudio Blanc (2021), aponta os seis aspectos que caracterizam todas as religiões: 

1. Autoridade: todas as religiões possuem esse aspecto, representado por instituições, corpos administrativos, pessoas imbuídas de cargos elevados em uma determinada hierarquia. 

2. Ritual: é o berço da religião, a celebração da integração entre o humano e o divino. O mitólogo Joseph Campbell (1904-1987) sustentava que “o ritual é a encarnação do mito”. Os mitos, os quais representam um papel fundamental nas religiões, trazem em seu conteúdo chaves de acesso à compreensão do universo místico.

3. Especulação: as religiões buscam responder questões como “de onde viemos”, “quem somos”, “o que estamos fazendo aqui”, “para onde vamos depois da morte”. 

4. Tradição: também é função das religiões transmitir sabedoria de geração a geração. Esse aspecto levou alguns autores a se referirem a elas como “tradições de sabedoria”. 

5. Graça: é a crença de que a realidade está ao nosso lado. O Universo é amigável e confirma nossa evolução. 

6. Mistérios: as religiões celebram e encaram em si o mistério que está fora do nosso alcance. Nossa mente é infinita. Não pode, portanto, mensurar o infinito ao qual está ligada. As religiões são uma ponte a esse mistério.

Por fim, religião é vida, é prática, é história, cultura, respeito, amor e amizade. As religiões trazem respostas para os questionamentos mais profundos do viver humano, situam a nossa espécie no Universo e dão sentido a nossa existência. Elas nos ajudam a reencontrar a origem e o significado maior da vida, dando-nos forças para enfrentar as dificuldades do dia a dia com ânimo renovado.

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

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