25 de novembro de 2024

WhatsApp: mais que um mensageiro, quase e-commerce

O uso do WhatsApp como um canal de vendas para pequenos negócios vai ficar mais fácil a partir de agora.

O aplicativo de mensagens da Meta (ex-Facebook) anuncia um novo jeito de conectar-se aos sistemas de empresas interessadas em vender produtos ou serviços por ali.

No linguajar de programação, a conexão entre softwares de dois ou mais empresas ocorre via APIs, sigla em inglês para interfaces de programação capazes de fazer um software ‘conversar’ com o outro.

Até agora, empresas interessadas na conexão de seus softwares ao WhatsApp, para poder interagir com clientes por ali, precisavam começar esse tipo de integração praticamente do zero.

Tratava-se de um trabalho por vezes demorado e dependente da assistência de empresas de tecnologia dedicadas às APIs, e parceiras da Meta, como a mineira Take Blip.

O que muda no WhatsApp

Isso porque a junção desses sistemas, por exemplo, dependia da configuração dos servidores da empresa interessada com os datacenters da Meta e de parceiros.

A partir de agora, os interessados na venda pelo WhatsApp poderão configurar as APIs diretamente em servidores da Meta na nuvem.

A novidade pode evitar eventuais deslocamentos para fazer esse tipo de serviço no ambiente onde está o servidor da empresa.

Como muda a vida de empreendedores

Em paralelo, o site do WhatsApp para empresas terá uma série de conteúdos para facilitar a vida dos empreendedores — e dos programadores contratados por PMEs — na hora de plugar os sistemas das empresas ao da Meta.

Em outra frente para virar um canal de vendas para empresas emergentes, a Meta vai criar um link personalizado para o WhatsApp da empresa. A função: permitir ao negócio divulgar um endereço da empresa sem a necessidade de o cliente decorar o número de telefone dela.

Além disso, um mesmo número de telefone comercial conectado ao WhatsApp poderá ser utilizado em até dez aparelhos celulares.

“Vai ficar mais fácil para qualquer empresa com uma equipe de atendimento a clientes, como call center, por exemplo, conversar com seus públicos pelo WhatsApp”, diz Matt Idema, vice-presidente da Meta.

Quem está envolvido no anúncio

Alçado ao posto em 2017, Idema tem a função de, entre outros temas, melhorar a experiência das empresas no uso comercial do app.

No Brasil, o WhatsApp ganhou em fevereiro um head: Guilherme Horn, executivo com 30 anos de experiência nas áreas de inovação e estratégia de grandes empresas como os bancos BV e Banco do Brasil e consultoria Accenture.

Além disso, Horn foi um dos fundadores da plataforma digital de investimentos Órama, vendida ao Bradesco em 2008. O Brasil é o segundo mercado do WhatsApp a ter um diretor geral com as atribuições de Horn — o primeiro foi a Índia.

As novidades estão sendo anunciadas nesta quinta-feira por Mark Zuckerberg, fundador da Meta.

“Em apenas alguns minutos, qualquer empresa ou desenvolvedor pode acessar facilmente nosso serviço, operar diretamente no WhatsApp para personalizar sua experiência e acelerar o tempo de resposta aos clientes usando nossa WhatsApp Cloud API segura hospedada pela Meta”, disse Zuckerberg na primeira edição da Conversations, uma conferência virtual dedicada a atrair empresas para o ecossistema da Meta.

“Este é um passo importante para ajudar mais empresas a se conectarem com as pessoas e ajudar mais pessoas a enviar mensagens para as empresas – grandes e pequenas.”

O tamanho do mercado do WhatsApp

Os números conquistados até aqui na frente de negócios do WhatsApp dão uma dimensão da oportunidade à frente da empresa.

Atualmente, 175 milhões de pessoas trocam mensagens todos os dias com uma conta WhatsApp Business, como é chamada a unidade de negócios do app. Por semana, são mais de 1 bilhão de pessoas conectadas.

Todos os meses, mais de 40 milhões de pessoas acessam catálogos virtuais de empresas. O Brasil responde a pouco mais de 25% desse fluxo.

Por aqui, são 5 milhões de contas de WhatsApp Business. Na pandemia, esse número mais que dobrou — e os brasileiros aparentemente estão gostando disso tudo.

Segundo dados da Meta, 2 em 3 brasileiros preferem interagir com empresas através de serviços de mensageria como o WhatsApp a ligar para números 0800, mandar e-mails para empresas e por aí vai.

O que já mudou no app

Em função disso, a lista de quem já adota o WhatsApp Business no Brasil inclui também grandes empresas como as varejistas C&A, Magalu, Renner, estrelas do e-commerce como iFood, PicPay e Quinto Andar, além de boa parte das instituições financeiras.

As novidades desta quinta-feira são mais uma aposta da Meta na faceta comercial do WhatsApp.

Em 2020 a versão comercial do app ganhou a função chamada Carrinho para clientes enviarem pedidos a empresas com catálogos virtuais extensos, como restaurantes ou lojas de roupas.

No ano passado, a empresa anunciou uma função de busca de negócios nas redondezas, num serviço com alguma semelhança ao oferecido pelo Google Maps. A ferramenta está em fase piloto na cidade de São Paulo.

No mês seguinte, o WhatsApp anunciou a ferramenta Coleções para permitir que produtos do catálogo sejam separados em categorias para facilitar as compras feitas pelo app. As informações são do Exame.

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio

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