18 de outubro de 2024

AMAZÔNIA

Carlos Silva

O título deste artigo é uma das marcas mais conhecidas neste planeta. E, na opinião de muitos, é a marca mais cobiçada, também. E na minha visão, após quase 40 anos vivendo, trabalhando, viajando e conhecendo, quase nada da Hileia, é a região mais cobiçada do mundo, sim. Eu participei de inúmeras recepções em embaixadas de países amigos na capital federal. Em todas essas ocasiões, o assunto comigo era sempre a Amazônia. As perguntas eram, quase sempre, sobre ações das Forças Armadas e configuração do solo, nas áreas A, B ou C. Nunca me perguntaram absolutamente nada sobre a cultura nativa ou sobre a qualidade de vida das grandes cidades. Daí, eu afirmo que não existe estrangeiro que ama a Amazônia! E repito ! Alguns desses, se casam e moram por aqui e morrem aqui. Aí, sim. Então gostam do Brasil e não, apenas, da nossa Selva. Mas, infelizmente, nações poderosas tentam, sem o uso de armas de fogo, nos roubar a Amazônia. E não é para proteger a fauna e nem a flora. É, simplesmente, para roubar nossos minérios e produzir remédios e fragrâncias com alguns insetos e algumas folhas. E ganhar muito, muito dinheiro. Isso sem falar nas reservas gigantescas de água doce. Há tempos, certas nações, utilizam da propaganda, mentirosa, de transformar as áreas ocupadas pelos brasileiros de origem indígena em nações independentes. Talvez seja um pouco diferente do que a História nos mostra com os Navajos, Cheyennes, Aborígenes na Austrália, certas tribos no continente africano e outras dezenas de casos. Basta estudar, um pouco. Dia desses, no elevador do prédio onde moro, dois vizinhos estavam comentando reportagens em noticiários de abrangência nacional, que eu não assisto, que determinados “estudos” culparam o gado da Amazônia pela produção excessiva de metano, oriundo da flatulência dos  nossos bois.  Eu só não caí na gargalhada porque a conversa não era comigo. E o pior, é que muitos leitores de teleprompter anunciam isso com um prazer quase macabro. Aqui ponto a nossa sociedade desceu? Me revolta ouvir que brasileiros se glorificam quando falam mal do seu próprio país. E, anteontem, chegando do trabalho e subindo o elevador, três vizinhas comentavam o assassinato de um jornalista e um pesquisador, me parece, na Amazônia e a repercussão mundial do caso. Bem, ouvi um pouco a conversa e esqueci, assim que cheguei em casa. Mas, me lembrei que dezenas e dezenas de pessoas morrem e desaparecem anualmente nessa nossa região e ninguém faz um carnaval político-ideológico. Anos atrás, mataram uma senhora no Pará, que, se me recordo, era missioneira. Enfim, ninguém culpou o governo federal. Mas, agora, qualquer situação que sirva para gerar um escândalo, a culpa será imputada ao Presidente, eleito pela maioria da população que nele votou. Isso, sim, é Democracia. A Democracia do povo e não a democracia de certas organelas da mídia. Mas, isso faz parte da guerra que enfrentamos diariamente aqui na Amazônia. E estamos prontos a identificar os amigos e os “amigos”. E vou abrir uma cerveja!

Carlos Alberto da Silva

Coronel do Exército, na Reserva, professor universitário, graduado em Administração e mestre em Ciências Militares

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