A Black Friday é o maior evento de compras com descontos do país e é aguardada ansiosamente pelo varejo e pelos consumidores. As expectativas são as melhores possíveis. Assim como o tradicional varejo físico, o comércio eletrônico abocanha boa parte do faturamento com a data. De acordo com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), espera-se um faturamento de R$ 91,5 bilhões em vendas.
O estudo revela que as categorias mais aquecidas este ano serão: telefonia, eletrônicos, informática, eletrodomésticos e eletroportáteis, moda, beleza e saúde. Apesar dos números volumosos, o montante representa um aumento de 3,5% em relação a 2021. Segundo a ABComm, o crescimento tímido é uma tendência para as datas especiais deste ano, mas não deixa de ser uma oportunidade importante para o empreendedor otimizar seus resultados.
“É importante que as empresas estejam atentas às pesquisas e aos órgãos que estudam o movimento do mercado para traçar estratégias que auxiliem na tomada de decisões. Apesar dos desafios da economia e do crescimento leve no setor, o volume de receita é um estímulo aos empreendedores nessa data”, explica Alexandre Crivellaro, diretor de inteligência de mercado da ABComm.
De acordo com a ABComm, o e-commerce cresceu em média 3% no primeiro semestre de 2022 em relação aos primeiros seis meses de 2021, um pouco abaixo dos 5% previstos. Os motivos orbitam diversas variáveis, como o aumento dos combustíveis, já que a recente diminuição do preço não se aplicou ao diesel – que é responsável pela maior parte do transporte de produtos.
A Black Friday já se consolidou no calendário, não só no comércio eletrônico, mas no
varejo em geral ao longo dos últimos anos e, mesmo com um crescimento estabilizado, empresas de vários segmentos podem se beneficiar desse cenário que gera aumento de resultados. Segundo a ABComm, o segredo é focar em planejamento para atender às demandas e otimizar as oportunidades.
“É uma data que as pessoas esperam um volume maior de vendas, uma vez que já caiu no gosto popular. Os consumidores esperam esse período para comprarem diversos produtos, que geralmente são mais caros, com um desconto mais atrativo. É muito importante que os varejistas sempre se antecipem para atenderem a esse aumento de vendas por meio da preparação de estoque, logística e dos canais de atendimento pós-venda”, finaliza Alexandre Crivellaro.
Oportunidades estratégicas
O dinamismo do mercado no país, também segue ativo no Amazonas e as vendas durante o evento devem garantir bons resultados mesmo porque o Estado continua seguindo esse comportamento. “A gente tem visto várias empresas realizarem muitas campanhas reais Black Friday e recentemente chegaram dois players gigantes na cidade com forte potencial no e-commerce que são a Casas Bahia e a Havan. A Bemol também tem investido forte no mercado virtual. O interior do Amazonas tem avançado nesse aspecto e conseguido acessar comprar com mais facilidade. Certamente a gente está seguindo a mesma tendência do que vem aí do restante do país.
As empresas estão lançando campanhas e conseguindo englobar as três datas: Copa do Mundo, Black Friday e Natal. “Os supermercados já estão cheios de itens natalinos, audio e video com promoções Black Friday para Copa, imagina adquirir uma TV com preço bem mais interessante associado ao Mundial é um prato cheio para os lojistas que souberem explorar isso”, destacou o especialista em e-commerce, André Botelho.
Outros fatores
A menor oferta de frete grátis também impacta as vendas. Uma pesquisa da ABComm
aponta que o preço do frete pode influenciar até 90% a decisão de compra de um item
nas vendas pela internet.
Outros motivos, como o boom do e-commerce na pandemia, o retorno das vendas presenciais e eventos como Copa do Mundo e eleições 2022 também podem afetar as
vendas durante a Black Friday.
Em 2021, a modalidade “pick up in-store”, na qual o cliente faz o pedido on-line e retira
presencialmente na loja, apresentou crescimento de 139% no período. Os dados demonstram a importância de o varejo on-line caminhar sempre ao lado do modelo tradicional.
Saiba mais
Nos últimos meses do ano, as pessoas tendem a comprar mais, devido às diferentes datas sazonais que ocorrem nessa época. Por isso, as marcas devem ficar atentas para aproveitarem o período. De acordo com projeções do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo), a intenção de compra dos brasileiros cresceu 2,44% para o terceiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, segundo a empresa Tendências Consultoria, as vendas no comércio devem crescer 2,4% em outubro, novembro e dezembro deste ano.
Por Andreia Leite