Governadores da Amazônia alinham estratégias para fortalecer ações em defesa dos povos da floresta, assunto que ganha cada vez mais visibilidade no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E que agora conta com um ministério específico para trabalhar essas demandas de comunidades regionais.
Ontem, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), participou da posse do colega Helder Barbalho (MDB), do Pará, na presidência do Cal (Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal), que aconteceu em Brasília. O novo gestor promete se empenhar em esforços para promover mais benefícios à região.
No encontro, Lima falou de sua preocupação com a proteção da população tradicional, que ainda se ressente da falta de políticas públicas, principalmente oriundas do governo central.
“Hoje, todas as discussões em torno das questões ambientais passam pelo Consórcio da Amazônia, prova disso é a quantidade de representantes das embaixadas, de organismos que foram parceiros, que continuam e continuarão sendo parceiros nessa nova etapa”, disse o governador..
Para Wilson Lima, a nova direção do Cal oportuniza medidas que possam alavancar o desenvolvimento em vários segmentos da atividade econômica, corroborando para ampliar os benefícios a uma região que abriga um grande contingente da população brasileira.
“Esse é um espaço em que a gente discute a questão do desenvolvimento regional, naturalmente, entendendo às questões ambientais, que é uma prioridade na Amazônia como um todo, mas sobretudo do desenvolvimento que promova condições básicas de sobrevivência para nossa população, e disso não podemos abrir mão”, ressaltou o governador.
A cerimônia teve a presença de governadores da Amazônia e dos ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que também é ex-presidente do Cal e ex-governador do Amapá; e das Cidades, Jader Filho. E ainda dos governadores Clécio Vieira (Amapá) e Wanderlei Barbosa (Tocantins), além de representantes de governos estaduais, parceiros como a Organização das Nações Unidas, representada pela coordenadora residente no Brasil, Silvia Rucks Del Bo. E de parlamentares municipais e estaduais.
Durante o encontro, também foram avaliados os impactos da pandemia de Covid-19 que causou quase 15 mil mortes no Amazonas, chegando a aproximadamente 70 mil casos registrados. “Mesmo com os desafios de enfrentamento à crise sanitária, os governadores da Amazônia conseguiram avançar em assuntos importantes, dando personalidade jurídica para essa reunião e caminhando juntos com pautas comuns aos Estados da região”, acrescentado Wilson Lima.
Fortalecimento
Helder Barbalho foi eleito, em meados de dezembro, para ficar à frente do Cal durante o ano de 2023. “Vamos buscar fortalecer a bioeconomia como ferramenta estratégica para preservação da Amazônia e geração de empregos e desenvolvimento sustentável na região”, prometeu ao tomar posse no cargo.
O governador do Pará substitui o ex-governador do Amapá Waldez Góes (PDT) na presidência do Cal. Helder afirmou, ainda, que se empenhará pela união e o fortalecimento entre os Estados amazônicos, valorizando pautas comuns e estratégicas. “O objetivo é alavancar cada vez mais a nossa região para o protagonismo na compatibilidade e conciliação do desenvolvimento sustentável com o social”, ressaltou.
E acrescentou. “Tudo para que possamos fortalecer a biodiversidade e todas as oportunidades advindas da floresta em pé, com a sua oportunidade de bioeconomia, transformando a floresta em commodity e, consequentemente, em um novo ativo econômico de geração de emprego e renda”.
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal é formado pelos nove Estados amazônicos: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. As nove unidades da federação representados no Cal ocupam 59% do território brasileiro, com uma população de mais de 29,3 milhões de pessoas.
Segundo seus dirigentes, a missão do consórcio é acelerar o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal e ser referência global em articulação, estratégia e governança para transformar a Amazônia Legal em uma região competitiva, integrada e sustentável, até 2030.