24 de novembro de 2024

Como construir um robô

A ideia de se criar robôs é muito antiga, mas o primeiro robô industrial oficialmente concebido foi um braço robótico feito, na década de 1950, pelo engenheiro americano George Devol para uma fábrica da General Motors, de Nova Jersey. George, então, fundou a Unimation, primeira fábrica de robôs do mundo.

Nesses 70 anos a robótica, ainda que lentamente, só se desenvolveu ao redor do planeta. Em 2021, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais) as vendas do setor aumentaram 13% em relação a 2020, e nos primeiros quatro meses de 2022 os pedidos aumentaram em 38% em relação a 2021, isso somente na Alemanha.

O investimento em robótica possibilita à indústria a criação de produtos mais sofisticados, e gera empregos para profissionais qualificados na área. Por isso a Academia Stem, projeto de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), realizado na UEA, acaba de lançar o curso gratuito ‘Robótica básica – conceitos da indústria 4.0’. Em Manaus, apesar de o Polo Industrial reunir quase 500 indústrias, a robótica ainda é mínima nas linhas de produção.

“Não há dados concretos sobre o nível de robotização do PIM. Muitas empresas possuem um ou dois robôs para tarefas mais específicas. Ainda há um longo caminho a trilhar”, revelou o professor-doutor Jucimar Maia da Silva Júnior, coordenador geral do projeto Academia Stem.

O curso ‘Robótica básica’ é constituído por 14 aulas disponibilizadas no YouTube.

“O curso é focado principalmente em estudantes de ensino médio, ideal para crianças e adolescentes, porém, qualquer pessoa pode fazê-lo”, falou o professor-doutor Adan Medeiros, coordenador do Pilar Atração do projeto Academia Stem.

“O curso fica publicado no site, e os estudantes podem acessá-lo a qualquer momento. As dúvidas podem ser tiradas por meio dos Instagrams @manostem e @acadstem”, completou.

Jucimar Maia, “ainda há um longo caminho a trilhar”

Maior complexidade

O Pilar Atração, segmento que integra o projeto Academia Stem, como o nome já diz, visa atrair estudantes do ensino médio à ciência e tecnologia por meio de uma abordagem dinâmica capaz de despertar a curiosidade desses adolescentes.

“Nessas aulas, o aluno aprende conceitos iniciais de programação em blocos e robótica básica, como a criação de carros elétricos, serviços de streaming e sensores. É um curso introdutório, que visa apresentar esses temas aos estudantes de nível médio. Em breve, serão lançados cursos com nível de complexidade maior”, adiantou Adan Medeiros.

Os cursos, surgidos da necessidade de desenvolver atividades online no âmbito do projeto Academia Stem, foram criados por professores e alunos de engenharia da UEA, e ministrados pelos alunos/mentores do Pilar Atração. Para facilitar a compreensão, buscam mesclar conceitos do cotidiano com temáticas do universo da robótica, a fim de aproximar os estudantes dessa realidade e facilitar o processo de aprendizagem, uma vez que, por meio dos vídeos publicados no YouTube, eles podem associar situações reais ao conteúdo do curso.

“Mas para obter a certificação, o estudante precisa responder um questionário ao final do curso e acertar no mínimo 70% das questões”, avisou Adan Medeiros.

UEA/Samsung

Fruto de uma parceria da UEA com a Samsung, o projeto Academia Stem é voltado para a capacitação e a formação profissional, visando potencializar, de forma consistente, o nível de conhecimento dos recursos humanos que compõem o ecossistema do PIM.

“O projeto propicia o aumento do interesse pelos cursos de graduação Stem (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), reduzindo as taxas de evasão e reprovação nas universidades, melhorando as competências técnicas dos profissionais que atuarão no PIM, e incrementando a ‘mentalidade’ empreendedora na região”, afirmou Jucimar Maia.

Adan Medeiros, “qualquer pessoa pode fazer o curso”

“O projeto visa ainda atrair alunos para a carreira de engenharia da UEA, bem como ajudar o calouro a cursar as disciplinas e depois capacitá-lo em habilidades solicitadas pelo mercado. Uma dessas habilidades é a inteligência lógico-matemática, a famosa ‘área de exatas’, considerada um ‘bicho-papão’ por muitos jovens. Na Academia Stem encontramos uma maneira lúdica de acabar com essa má fama das ciências exatas ensinando robótica”, concluiu Jucimar Maia.

“Estamos plantando agora para colher no futuro. A criação de robôs em casa será, um dia, uma profissão. Hoje em dia ainda não é. O público-alvo dos robôs são as grandes empresas e o custo de criação de um protótipo é muito alto. Mas um dia será viável. Por isso é bom ‘pegar a onda’ agora, quando ela está se formando”, previu Adan Medeiros.

Box

Acesse o curso

https://stem.uea.edu.br/portfolio/cursos-online-programacao-e-robotica/

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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