Assim como o Brasil em geral, o Amazonas possui grande tendência para o empreendedorismo, com possibilidades enormes no que tange a esta área econômica tão importante. O fato é que empreender é uma realidade promissora para muitos brasileiros e amazonenses, especialmente ao levarmos em conta as elevadas taxas de desemprego (que tiveram um avanço substancial em virtude da pandemia de covid-19). Sendo assim, trabalhar no próprio negócio é uma alternativa para driblar as estatísticas, conseguir se manter e se firmar no mercado de trabalho. No que tange aos jovens empreendedores, os índices locais mostram que o Amazonas não deixa a desejar para o restante do País em questão de potencial de empreender. No Estado, porém, o empreendedorismo se torna um desafio ainda maior ao levarmos em conta as questões de distância, logística, transportes e modais, o que acaba por inviabilizar muitos projetos. Desta maneira, as adversidades são potencializadas para quem empreende no Amazonas, uma vez que, além das dificuldades enfrentadas pelos novos empresários já mencionadas em nossos outros artigos, nossa região enfrenta ainda grande dificuldade na ausência de um sinal de internet com qualidade acessível a todos.
Porém, mesmo diante destes fatos podemos testificar, por meio de dados, que a perseverança e a garra da população ultrapassam os limites. Por exemplo, com idade entre 25 a 34 anos, a juventude amazonense compõe 22% do total deste público dentro do Estado. As mulheres também têm tido uma expressão relevante, sendo 44% da totalidade estadual formada por empreendedoras no ano de 2018, ante 25% em 2011, revelando um aumento de quase o dobro do número de mulheres levando em conta o período 2011-2018.
A equipe do Instituto Brasileiro Qualidade e Produtividade (IBQP), com o apoio do Sebrae, mostrou por meio da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) um crescimento nos jovens empreendedores no Brasil. Conforme o levantamento, 30,5% dos jovens entre 25 e 34 anos criaram novos negócios e 20,3% dos brasileiros entre 18 e 24 anos já eram proprietários de empreendimentos. Dados da Junta Comercial do Estado (Jucea), registram a constituição de 7.568 novos empreendimentos em solo amazonense, de janeiro a dezembro de 2022. De acordo com o Sistema de Registro Mercantil (SRM) da Junta, a segmentação de serviço liderou o número de empresas abertas, com um total de 4.235 novos negócios na área. Todavia, ao mesmo tempo em que 7.568 novas empresas foram abertas no Amazonas no ano passado, outros 3.557 negócios fecharam as portas no mesmo período, o que configura uma taxa de mortalidade empresarial de 47%.
Ou seja, são muitas as possibilidades de poder se empreender na região amazônica. O turismo, por exemplo, e o comércio de produtos regionais são vertentes que têm grandes potenciais para darem certo e estarem dentro do aspecto do ineditismo, pois estamos diante da maior floresta tropical do Planeta e da bacia hidrográfica mais extensa do mundo. Precisamos de um projeto de nação que seja pleno e ao mesmo tempo segmentado, respeitando as peculiaridades e potencial de cada localidade, de forma a se ter um ambiente propício e atrativo para que os novos empresários surjam e se firmem. São muitos os gargalos a serem vencidos, porém, maiores são as perspectivas para se empreender em um estado que é referência de diversidade e sustentabilidade internacionalmente.