18 de outubro de 2024

A Inteligência Artificial (IA) e o ChatGPT: Parte 1

O Artigo inicia várias reflexões sobre a IA e o ChatGPT. Nesta edição conheça o perfil das publicações científicas sobre a IA, bem como o modelo de linguagem lançado recentemente, que está empolgando ou preocupando professores, pesquisadores, engenheiros, gestores e outros profissionais que atuam dentro e fora dos EUA.

A IA é mais uma invenção dos humanos, que brincando de Deus, tentam criar máquinas à sua imagem e semelhança. É uma contribuição científica que vem se aperfeiçoando desde os anos 50, graças aos pioneiros Allen Newell, Herbert Simon, John McCharthy e Marvin Minsky, quando deram início a saga de simular a nossa inteligência em máquinas, projetadas para pensar e agir como os humanos.

Ao fazer um levantamento bibliométrico em duas bases de dados científicos sobre “Inteligência Artificial” em títulos ou resumos de artigos já publicados em revistas científicas, conferências, livros, capítulos de livros, dissertações, chega-se aos seguintes resultados:

  1. Publicações encontradas na plataforma Lens.org
  2. Cerca de 175903 publicações e 1960406 citações

b. A maioria vem de Jornais Científicos (102453), seguida de Artigos de Conferências (32134), Capítulos de Livros (25161), Livros (11952) e Dissertações (4203)

c. As dez organizações que se destacam são Harvard University (1022), Chinese Academy of Sciences (938), Stanford University (880), MIT (745), IBM (654), UCL (644), University of Oxford (641), Tsinghua University (630), Carnegie M. University (599) e University of Toronto (588).

d. Os 10 principais Campos de Estudo são Ciência da Computação (110155), IA (79943), Engenharia (25087), Medicina (19265), ML (19030), Redes Neurais Artificiais (16631), Psicologia (13075), Matemática (11065), Negócios (10803) e Data Science (10785).

e. Os 10 países que mais publicaram são EUA (23638), China (16000), RU (8104), Índia (5039), Alemanha (4230), Austrália (3958), Canadá (3856), Itália (3602), Espanha (2906), e Japão (2739). O Brasil ficou no 15º lugar (1610). 

f. Os 5 autores que mais publicaram são Wel Wang (106), Paul A Friedman (97), Abdulazeez Abdulraheem (93), Peter A Noseworthy (89) e Zachi I Attia (72).

No geral, as publicações começaram a aumentar significativamente a partir de 2016, saltando de 3524 para 4785 em 2017, 8852 em 2018, 15195 em 2019, 23568 em 2020, 34175 em 2021. E aqui <http://bit.ly/3HDkCdA> há um relatório para aprofundar interativamente a análise.

  1. Publicações encontradas na plataforma Dimensions.ai

g. Cerca de 231277 publicações.  A maioria vem de Jornais Científicos (134790), seguida de Capítulos de Livros (57179), Artigos de Conferências (30484) e Livros (8824)

h. Os 10 principais campos de Estudo são Ciência da Informação e Computação (130563), Engenharia (35491), Ciência Clínica e Biomédica (26734), Comércio, Gestão, Turismo e Serviços (10741), Ciências da Saúde (8501), Ciências da Matemática (7813), Ciências Biológicas (7076), Estudos sobre Filosofia e Religião (5814), Linguagem, Cultura e Comunicação (5206) e Ciências da Física (5169).

i. Os 5 principais autores são Dinggang G Shen (174), Alan Bundy (164), Lincoln Wallen (148), Paul A Friedman (126) e Peter A Noseworthy (124).

As publicações aumentaram a partir de 2016, de 3349 para 6789 em 2017, 13114 em 2018, 19180 em 12019, 27915 em 2020, 40004 em 2021 e 481149 em 2022. 

E qual o sentido dessas estatísticas para os leitores, já que a maioria não é cientista? é para mostrar a eficiência e importância da IA, bem como alertar que, na sociedade do conhecimento é preciso se atualizar com a adoção de soluções tecnológicas que permitam coletar dados, tomar decisões e melhorar nossa atuação na sociedade. Por exemplo, o que eu levaria meses para fazer, o fiz em menos de 10 minutos. Por meio de duas plataformas científicas e gratuitas, foi possível gerar relatórios digitais com dashboards úteis e interativos para iniciar o processo de conhecimento sobre a IA, com o detalhe de que as bases de dados usam o que há de melhor em termos de tecnologias disruptivas, tais como Big Data, IA, Computação em Nuvem etc.

E as aplicações da IA são diversas, tais como reconhecimento de imagem e voz, processamento de linguagem natural, robótica, detecção de fraudes, carros autônomos, com empresas investindo pesado nessa área do conhecimento tais como Google, Amazon, Intel, Facebook, OpenAI, Tencent, etc, mostrando-se um campo muito promissor para nossos filhos, adolescentes e jovens, pois se bem-preparados poderão fazer revoluções para tornar nosso planeta um lugar bem melhor para se viver.

Para exemplificar, recomenda-se conhecer a OpenAI <https://openai.com/careers/> pois ela é uma dessas organizações mais promissoras do mercado de IA e que vem chamando a atenção, por pesquisar, desenvolver e promover a AI amigável para beneficiar os humanos. 

Foi criada em 2015 por Elon Musk e mais cinco visionários, sendo que um dos serviços mais promissores que está alavancando a empresa, chama-se ChatGPT, introduzido em Jun/20, com melhorias nas versões GPT2 e GPT3, lançou o serviço em nov/22, o qual em menos de 5 dias conseguiu um milhão de usuários, enquanto que a Netflix e o Twitter levaram, cada uma, mais de dois anos para conseguir o mesmo feito <http://bit.ly/3wFWOiI>.

Basicamente, o ChatGPT é um modelo de linguagem treinado que aprende com os usuários e consultas a uma grande quantidade de dados da internet (570Gb; 300bi de palavras; 175 bilhões de parâmetros, representações matemáticas de padrões e tipos de texto) tendo como fontes artigos, livros, sites, fóruns, etc.

Mesmo em fase de teste, o modelo tem despertado muito interesse bem como levantado preocupações, especialmente da comunidade acadêmica Americana, já que professores têm recebido trabalhos quase que perfeitos dos alunos que andaram utilizando o modelo. Assim administradores, professores universitários, e chefes de departamentos já estão buscando alternativas para reformular suas aulas, o que pode trazer mudanças no processo de ensino e aprendizagem, cujo assunto iremos aprofundar mais adiante.

Finalmente, a IA é uma área promissora, com várias aplicações importantes, mas que ainda levanta preocupações, especialmente no campo ético. Em relação ao ChatGPT, ele ainda é gratuito, fácil de usar, então se ainda não és usuário(a), acesse <http://bit.ly/3HC6Vvj>, clique em TRY CHATGPT, depois Sign Up para criar uma conta, insira seu e-mail, número de telefone e o código que receberá em seu celular, em seguida acesse seu e-mail para confirmar sua conta e pronto, comece a testar o serviço, pois nas próximas semanas iremos nos aprofundar sobre as diversas facetas desta e de outras soluções da IA.

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].

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