23 de novembro de 2024

Esporte é vida

No mês de fevereiro se comemora o Dia do Atleta Profissional e é sempre válido lembrar que o Brasil tem um histórico de sucesso no que tange ao ramo esportivo, com atuações brilhantes em competições como Olimpíadas e Copa do Mundo. Somos um grande celeiro de desportistas das mais diversas modalidades. Nós temos um enorme potencial humano na área, mas nem todos conseguem galgar lugares de destaque em suas modalidades de atuação, em grande parte das vezes devido à falta de oportunidades. Temos tido melhoras neste cenário ao longo dos últimos anos, mas ainda estamos longe da mudança necessária e profunda desta realidade. Nem todos compreenderam ainda que esta área precisa ser uma política de estado, pois é ligada à saúde, à cidadania e ao lazer também. Todos os cidadãos devem ter a oportunidade de terem um ambiente propício ao à pratica de esporte. E os nossos atletas do alto rendimento precisam receber o investimento necessário. 

O fato é que quando falamos em políticas públicas de esporte estamos nos referindo também às políticas públicas educacionais e sociais, uma vez que os exercícios físicos contemplam o ser-humano nos mais diversos aspectos, sejam físicos ou emocionais. Este já é um entendimento pacificado e reconhecido pelos profissionais da saúde e por boa parte da sociedade. E o esporte, nas suas mais diversas modalidades, traz benefícios para o corpo, para a mente, para a socialização e para a educação. Ele cumpre várias funções, como por exemplo: a prática individual exclusivamente para o bem-estar físico, a recreação/lazer, a educação e o alto rendimento. O povo brasileiro tem aumentado sua expectativa de vida, com a tendência de em breve termos uma população majoritariamente idosa. Contudo, não basta viver mais. É necessário viver bem; com saúde e com qualidade de vida. E o esporte tem um papel decisivo nesta questão.

O hábito de se exercitar regularmente é sinônimo de vida saudável. São diversas as modalidades e as possibilidades que existem. É indispensável o papel que todos têm no incentivo à disseminação desta maneira de viver, em especial as autoridades, as instituições e os formadores de opinião. Esta é uma missão coletiva que, apesar de não ser uma tarefa simples (uma vez que é preciso trabalhar uma mudança cultural, de mentalidade e de incentivo), é perfeitamente possível e realizável, desde que haja comprometimento, conscientização geral, continuidade e estímulo de todos os dirigentes da Nação, não somente agora, mas permanentemente.

Temos uma grande quantidade de pessoas vocacionadas para o esporte e que certamente darão muito orgulho para o Brasil; mas para que eles consigam galgar grandes oportunidades, precisam ter as condições necessárias para viver do esporte e para o esporte. Não adianta só termos grandes “promessas” se podemos ter grandes destaques no desporto nacional e internacional. Isso precisa ser uma realidade e depende de cada um de nós para ocorrer.

É preciso incentivo, em todos os sentidos da palavra. Em todos os lugares, como por exemplo, nas escolas, nas fábricas e empresas, nos postos de saúde e nos hospitais, é preciso haver uma recomendação para as práticas desportivas como sendo uma parte intrínseca do dia a dia (levando em consideração cada caso em particular, com as diferentes características e necessidades, os tipos de esporte adequados e a duração indicada, de acordo com a realidade de cada indivíduo). Pois é fato que toda e qualquer atividade física precisa da orientação de um profissional especializado, como os da Educação Física.

Lisandro Mamud

Lisandro Mamud é administrador, pesquisador em Inovação, Tecnologia e Educação do Núcleo Educotec (Ufam)

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