19 de setembro de 2024

ChatGPT: a clássica (r)evolução

Com a chegada de tecnologias mais e mais imponentes todos os dias, o cidadão comum que levanta cedo, trabalha, estuda, pega horas de condução ou trânsito, faz suas compras em mercadinhos locais, dentre outras coisas normais se vê, ao mesmo tempo, cada vez mais assistido pela velocidade desse mundo moderno, onde se torna quase impossível acompanhar o volume de novidades que brotam a torto e a direita todos os dias.

Um exemplo disso é o ChatGPT, que se trata da evolução da evolução da inteligência artificial. 

O ChatGPT, em termos simples, é um mecanismo de busca, como o Google ou o Yahoo, porém em formato de chat. 

Nele, o curioso que se aventura por iniciar uma busca, acaba por iniciar uma conversa com um robô que tem acesso a qualquer tipo de informação que esteja na internet. 

Se um cozinheiro tem determinados ingredientes em sua cozinha e tem que fazer uma receita nova e arrebatadora para um crítico gastronômico que vai ao seu restaurante, ele pode simplesmente pedir ao robô “me fale uma receita com os seguintes ingredientes:”, e pronto o ChatGPT irá explicar detalhadamente o passo a passo dessa receita. 

Se alguém estiver desesperado querendo maneiras de aumentar o score do Serasa para poder fazer um financiamento, o ChatGPT irá oferecer uma solução.

Se algum advogado que trabalha em um grande escritório de advocacia está tendo dificuldades em achar decisões favoráveis ao seu processo, o ChatGPT irá ajudá-lo a encontrá-las. 

A um primeiro olhar, pode parecer que a utilidade do ChatGPT já era atendida por outras ferramentas, como as já mencionadas Google, Yahoo e até o Bing que faz esse mesmo serviço há anos. Mas a grande questão em pauta é, o que o ChatGPT oferece de diferente?

A informalidade. Esse é o ponto chave que está indicando o caminho das tecnologias. O ChatGpt, além do mecanismo de texto e diálogo que se popularizou em outras ferramentas similares também tem a inteligência integrada para realizar buscas como os dispositivos já citados, de uma forma acessível e que não exige muito do usuário, se desprendendo de termos técnicos complexos para poder ser realizada uma busca eficiente.

A evolução natural

Adaptação, essa é a palavra chave para tudo, absolutamente todo tipo de espécie, empresa, produto ou seja lá o que for que queira prosperar e sobreviver tem sempre que se adaptar. 

O ser humano se adaptou para sobreviver, pulamos de árvores para as cavernas, das cavernas para pequenos agrupamentos, vilas, cidades e então pro mundo que hoje vivemos. 

Um exemplo mais próximo da questão que esse texto trata é o caso da netflix, que começou como uma locadora de DVDs e se lançou apenas em 2011 nos meios digitais, ainda passando por um período de adaptação antes de chegar ao serviço que existe hoje em dia. 

O importante da adaptação é, extrair do passado o caminho para o futuro. 

A medicina, ciência que é uma das bases da sociedade, muito se aproveita disso, o tratamento por Ibogaína, cujo consumo é registrado desde tempos pré-históricos na região central da áfrica em rituais e hoje em dia é um tratamento comprovadamente eficaz para dependências químicas, como atesta um estudo promovido pela UNIFESP que contou com experimentos clínicos entre os anos de 2005 e 2013. Tais experimentos foram promovidos por 4 profissionais de áreas diferentes, sendo eles o médico Bruno Rasmussen Chaves, o neurocientista Eduardo Schenberg, a psicologa Maria Angélica Comis e o psiquiatra Dartiu Xavier, chegando ao dado de eficácia de 72% no tratamento para interromper o vício em drogas pesadas como cocaína e crack. 

Por mais distantes que pareçam os três exemplos acima, o fator é o mesmo, aprender com o passado, pensar no futuro, respeitar o processo. E é esse fato que tanto o ChatGPT e demais tecnologias de maior e menor escala usam para prosperar. 

As novas formas de se comunicar

A realidade é que o ser humano gosta de novidades, e cansa rápido de novidades. Hoje em dia um fator chave faz com que o ChatGPT tenha alcançado, segundo dados do site Yahoo!finanças, 1 milhão de acessos em 5 dias após o seu lançamento. Esse número não parece impressionante considerando o tanto de gente conectada o tempo todo que existe no mundo, mas ao parar para analisar, o tempo médio para esse número de acessos em novos serviços é de média de 2,5 meses, chegando até 10 meses, como foi o caso do facebook.

Ironicamente o facebook é o grande responsável por tudo isso. A criação do “The Facebook”, nome original da empresa que hoje se chama “Meta” e é dona de aplicativos e sites como instagram e whatsapp, foi fundamental para a vida da grande maioria das pessoas nas primeiras décadas do século 21.

A ideia do site, como diz o próprio co-fundador, Chris Hughes em uma entrevista, é de “saber da vida de pessoas que já são importantes para você, e não de alguém que vive a 8 mil milhas de distancia”. Com isso então a imersão foi inevitável, aquele local de conforto que as pessoas encontravam em seus grupos de amigos e familiares foi transferido para o mundo digital. 

O tempo passou, novas formas de se relacionar emergiram a partir dessa pequena faísca de bolha digital que o “the facebook” ascendeu e novos negócios, amores e tecnologias surgiram a partir daí.

Com uma média de 1,96 bilhões de usuários diários em serviços da empresa, como o instagram ou whatsapp, não há como não entender essa realidade como um ambiente virtual com vida própria.  E com esse espaço todo para explorar, diversos segmentos do mercado se jogaram de cabeça nas redes sociais para valorizar seus negócios. 

As estratégias iniciais eram mais diretas, com um resultado a curto e médio prazo como comprar curtidas Instagram para aumentar o engajamento das publicações. Hoje há, também,  todo um trabalho quanto ao planejamento integral da marca a longo prazo, geralmente realizado por uma agência de marketing de conteúdo, que trabalhe formas de valorizar o produto e vender ele por meio das redes sociais, uma evolução natural do marketing tradicional. 

O destino muda; o caminho não

Seja na medicina, na advocacia, nas ferramentas de buscas ou nas formas de fazer marketing a constante sempre será a mesma, a adaptação, a tecnologia não é só uma realidade atualmente como é uma necessidade, mas nada indica sua permanência eterna, tudo é mutável, todas as certezas são distantes quando se depara com a realidade, por isso que o ponto chave, sempre foi e sempre sera o quanto que algo ou alguém consegue suportar as pancadas do tempo, se moldando ao invés de se quebrar.

Por Yúri Scarlatti

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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