24 de novembro de 2024

A sociedade está doente

As cenas de violência têm impactado a população brasileira. Tantas atrocidades mostram o quanto a nossa sociedade está doente, insensível, já desprovida de valores morais, religiosos, e da pretensa formação nos lares e nas escolas, necessárias para lapidar o bom cidadão que servirá sempre de referencial para as próximas gerações.

Infelizmente, a morte foi banalizada no Brasil. Diariamente, as mídias veiculam situações violentas que chegam a barbáries com tantos requintes de crueldade, vitimizando inclusive inocentes, pessoas que não tiveram nenhum motivo para serem assassinadas barbaramente.

O caso que aconteceu em uma cidade de Mato Grosso atingiu o ápice da situação. Indignados por perderem apostas em jogo de sinuca, sendo supostamente alvo de chacotas dos vencedores da disputa, dois homens deixaram o local. E voltaram posteriormente armados, matando quem estava no local. Um deles saiu atirando com uma escopeta calibre 12, disparando várias vezes.

Foram sete mortos. Todos morreram instantaneamente. As cenas mostram que, depois da fúria que culminou com os assassinatos, eles recolhessem ainda o dinheiro deixado nas mesas de sinuca. E, posteriormente, fogem em uma picape estacionada em frente ao bar onde aconteceram os homicídios.

Até ontem, a polícia mantinha uma grande operação para tentar capturar os suspeitos da chacina. Portanto, motivos tão fúteis culminaram em crimes hediondos. Foram várias manifestações de repúdio contra os assassinos. A sociedade está revoltada com tanto desprezo pela vida humana.

Como futilidades chegam a alcançar proporções tão violentas, envolvendo uma simples disputa de jogo de sinuca! E nada justifica um ato desses tão revoltante. É tripudiar com a vida humana, ceifá-la por amenidades, deixando lares enlutados, corroborando para constatar o quanto estamos desprovidos de valores cristãos, da importância que se dá hoje às famílias.

Nossos remanescentes prepararam bons cidadãos. Porém, lamentavelmente estamos nos distanciando da constante necessidade de corroborar para a formação de uma sociedade mais justa e fraterna.

A extrema desigualdade extirpa o mais valioso bem entre os povos – o respeito à vida e aos valores que preparam uma sociedade, realmente, comprometida com o seu semelhante. Parece que estamos resgatando as barbáries da antiguidade.

O mundo atual não dá mais lugar para tantos extremos. Em tese, evoluímos e dispomos de mais condições para promover melhor qualidade de vida. A tecnologia moldou a nossa forma de viver. Para melhor ou pior?

Enfim, desprezamos o lado espiritual, o altruísmo, a caridade, infelizmente. O tão propalado avanço tecnológico caminha distante de aspectos que nos tornam pessoas melhores. Precisa pensar no coletivo. Só assim, poderemos não ver tanta violência.

Nota abre Perfil

Pressão contra medidores

A instalação de medidores elétricos em Manaus tem protagonizado grandes embates com desfechos prós e contras na Justiça. Após tantas pendengas, a Amazonas Energia diz ter obtido sinal verde para a operacionalização do sistema no Estado, algo que ainda é alvo de contestação envolvendo políticos e a própria população. Lideranças locais pegam carona na questiúncula para ficar sob os holofotes da mídia como pretensos defensores do povo. Um tema que dá votos. Afinal, estamos a pouco mais de um ano das próximas eleições municipais.

Ontem, a população do bairro Dom Pedro, zona centro-oeste da cidade, impediu que funcionários da concessionária instalassem os aparelhos. Em plena quarta-feira de cinzas, fecharam ruas, convocaram moradores. A situação só não terminou em tragédia porque os trabalhadores recuaram diante da turba que os intimidava. No foco dos protestos, manifestante gritava de um carro de som pedindo que todos resistissem até o fim. Agora, a questão gira em torno da legalidade ou não da nova tecnologia. A CPI da Assembleia Legislativa diz ter detectado várias irregularidades da empresa. E o novo sistema abre mais precedentes para ludibriar consumidores. Até quando?

Gatos

A Amazonas Energia tem argumentado que os novos medidores são cruciais para combater os gatos de energia. As ligações clandestinas impactam em prejuízos de bilhões de reais, impedindo que o serviço seja cada vez mais aprimorado, como requer o mercado energético, segundo a concessionária. O problema é que o consumidor pago caro por uma tarifa, sem ter a contrapartida adequada. Aliás, os constantes blecautes, tanto em Manaus como no interior, são alvos de intensas críticas. 

Campeã

Após 22 anos de jejum, a Imperatriz Leopoldinense levou o título do carnaval deste ano no Rio de Janeiro. Com tema bombástico, a escola de samba incendiou a Sapucaí, palco das grandes agremiações, mostrando a trajetória do lendário Lampião, cangaceiro que infernizou o sistema constituído nos anos 1930, sendo considerado de benfeitor a vilão, uma espécie de Robin Hood tupiniquim. O público correspondeu à altura do belo espetáculo na passarela, regado a muito glamour durante o desfile.

Reforma

E lá vem míssil na direção do Amazonas. Antes mesmo de se reunir pela primeira vez, o grupo de trabalho parlamentar criado para analisar a proposta de reforma tributária em tramitação na Câmara dos Deputados já provoca polêmica no plenário. Parlamentares do Novo questionaram a composição do colegiado, constituído por 12 deputados, e pediram a criação de uma comissão especial, com número maior de integrantes e participação proporcional de representantes de todas as regiões.

Reforma 2

Mais ciumeira. Para o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o Amazonas está super-representado no grupo de trabalho, ao contrário dos Estados da Região Sul. Ele chegou a dizer que apoia a presença dos parlamentares amazonenses se eles concordarem em estender os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus para o resto do País. “Dois por cento do total da Câmara está sendo chamado a compor um grupo de trabalho. E pior: completamente desequilibrado em termos regionais”, protestou o parlamentar.

Afagos

Lideranças políticas não se incomodaram com os constantes flagrantes da imprensa durante o carnaval. Cenas foram veiculadas nas mídias mostrando muita gente conhecida do público entre afagos e beijos cinematográficos. Até a casca grossa Gleise Hoffmann, presidente do PT, foi vista grudada com o namorado também parlamentar, trocando carinhos e beijaços. Inclusive, ela também desfilou pela Portela, escola que encantou o público concentrado na Sapucaí, no Rio. É a folia democratizando espaços.

Mixou

Agora, a grana mixou para muitos que se deixaram levar pelos arroubos, gastando mais do que deviam durante o carnaval. As folias são uma festa envolvente, arrebatando multidões de público. Claro, são momentos oportunos para se desfocar dos problemas do dia a dia, principalmente em um país como o nosso com tantas crises. Mas, pasmem. Vale pisar no freio para evitar chororôs, que começam logo nas cinzas.  O dinheiro ficou mais curto. Porém, é indiferente para quem tem de sobra. 

Vulnerabilidade

O Amazonas é o segundo no ranking de vulnerabilidade sobre desastres naturais, segundo dados oficiais. O Estado reúne grandes áreas de risco habitadas por moradores que enfrentam toda sorte de perigos, apesar de situações recorrentes envolvendo mortes, desalojados, desabrigados, por conta de deslizamento de terras, desmoronamento de habitações, causados por temporais, em especial nesta época do ano. Hoje, a situação mais crítica é no litoral de São Paulo. Já são mais de 45 mortos.

Violência

Manaus também contabiliza triste constatação. Aparece no 21º lugar no ranking das cidades mais violentas do mundo, de acordo com um estudo desenvolvido por pesquisadores do México. Algo que contrasta com a posteridade econômica da Zona Franca, riqueza que (infelizmente) ainda não se estendeu para os municípios do interior do Amazonas, onde ribeirinhos não têm praticamente nenhum meio formal de sobrevivência, só contando com o extrativismo para levar alimentos às suas famílias.

FRASES

“Não há qualquer impedimento legal para a execução dos trabalhos”.

Nota da Amazonas Energia sobre instalação de novos medidores elétricos.

“Não vim do Nordeste para perder”.

Expedita Ferreira, filha de Lampião, que desfilou na Imperatriz Leopoldinense.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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