O espírito encarnado está sujeito às leis evolutivas e, para manter o equilíbrio, existe uma poderosa ação construtiva que se chama educação, cuja finalidade é equilibrar as tendências, restabelecendo, através de todas as deformações, o indivíduo normal: o que possui inteligência capaz de ver e vontade de saber querer, animado pela sensibilidade de um corpo sadio. Educação é, portanto, obra de grande alcance a realizar-se no tempo e no espaço, do nascimento à morte do corpo físico: durante a infância e adolescência, incutida pelos pais e professores; no estado adulto, conquistada pela sutileza do raciocínio, da inteligência e da força de vontade. Requer esforço de grande valor, pois os resultados se multiplicam através das gerações, beneficiando não só o educador como o educando. Ao ser aplicada, a educação encontra um obstáculo – a natureza humana – contida de um lado, mas facilmente desviada para outro. É ato de colaboração, porque exige esforço do educador e do educando. Este, o mais interessado, vai, aos poucos, conciliando as próprias tendências, o próprio temperamento e, enxergando os pontos fracos, consegue harmonizar a vida inteligente, a do espírito. Para tanto, tem que aprender a dominar-se, a fim de atingir a maior conquista: a de si mesmo. Educar é desenvolver no ser humano a inteligência para utilizar -se de uma forte vontade, conquistando o equilíbrio psíquico. Educa-se pelo amor, sugerindo o raciocínio.
Jamil Merched Chaar.