24 de outubro de 2024

Exigência de visto americano impactará turismo no AM

O segmento de turismo no Amazonas também deverá ter a demanda fortemente impactada, caso a volta da exigência de visto para americanos no Brasil avance. Conforme informações do portal g1, a partir do dia 1º de outubro, cidadãos de Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália serão novamente obrigados a tirarem o visto de turista para entrar no Brasil.

Associações que representam o segmento temem impacto, pois consideram um retrocesso para o turismo, já que poucos países exigem o visto. Além disso,  representantes apontam que a tal exigência passa por processo burocrático, lento e caro. “Por exemplo, vir ao Amazonas é um  custo muito alto tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros. Caso o governo mantenha essa determinação, vai impactar com a nossa frequência. Se trata de países ricos. O maior número de migração japonesa é no Brasil. Sobre os EUA é um país com grande poder aquisitivo. Essa medida inviabiliza o turismo de um modo geral. O Amazonas vai perder esse mercado”, desabafou o presidente da Abih-AM ( (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira no Amazonas), Roberto Bulbol. 

Segundo ele, o Amazonas contém um calendário dos eventos de turismo anualmente como a pesca esportiva, a temporada de cruzeiros, entre outros. “Nós estávamos numa decadência com um número de turistas cada vez menor. O nosso interesse era subir esses números, mas fica complicado fazer turismo assim, dificulta mais, é uma coisa a mais para o turista ter que se preocupar ao adentrar no Brasil. Por isso o nosso público, visitante internacional é cada vez menor”.

De acordo com o presidente, em  2022 o segmento recebeu 2,6 milhões turistas, números considerados aquém do esperado. “Tudo bem que estamos passando por um  processo lento de reaquecimento pós-Covid 19, mas, para se ter uma ideia, em 2014 esse quantitativo chegava a seis milhoes”, lembrou. 

O presidente da Abih-AM entende que a decisão precisa ser reavaliada, caso contrário 

O fluxo turístico internacional no país, em especial no Amazonas, sofrerá danos altíssimos. “Esperamos que essas decisões sejam revistas, porque inviabiliza qualquer tipo de viagem ainda mais para o Amazonas. Precisamos nos mobilizar e conscientizar as autoridades da necessidade de ter essa liberação de visto, como Lei Federal. A exigência atinge a frequência e o projeto para captação de novos voos.  Há uma grande preocupação de todos setores”, afirmou a Abih-AM, Roberto Bulbol. 

Por meio de A ABAV Nacional se posicionou contra a suspensão da isenção de vistos para Americanos, Australianos, Canadenses e Japoneses, alegando grande perda já que a visitação destas nacionalidades estava em uma crescente interessante para o turismo interno.

A Abav Nacional Associação Brasileira dos Agentes de Viagens se posicionou contra a suspensão da isenção de vistos para essas nacionalidades alegando grande perda já que a visitação destas nacionalidades estava em uma crescente interessante para o turismo interno. “Entendemos que retornar a imposição de um visto eletrônico, não é um remédio tão amargo assim, poderia ser pior, se fosse um visto físico, como os brasileiros tem que fazer para visitar os respectivos países muitas das vezes demoram mais de um ano consegui  tirar seu primeiro visto”. 

Entidades se manifestam

Várias entidades que atuam no segmento publicaram uma representação conjunta direcionada ao MTur (Ministério do Turismo), demonstrando preocupação com uma possível volta da exigência de visto de entrada para os cidadãos destes países, mas, também concordam que o visto eletrônico é prático e rápido.

Amazonas contém um calendário dos eventos de turismo anualmente como a pesca esportiva, a temporada de cruzeiros

Confira na íntegra o texto 

As entidades empresariais, membros do Cetur (Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo), receberam com preocupação a decisão anunciada pelo governo sobre a volta da exigência de vistos para turistas dos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Japão. Essa medida prevalecia desde 2019, com a edição do decreto 9.731”, diz o texto.

Os quatro países  já foram contemplados, em 2016, em virtude da Olimpíada, ocasião em que se observou aumento de 163 mil visitantes dessas localidades para o Brasil, uma alta de 55,3% em relação ao mesmo período de 2015, e os gastos ultrapassaram US$167 milhões.

Conforme o documento, a isenção de visto a estrangeiros é uma antiga demanda do setor de turismo, um pleito de grande interesse público e de relevância econômica para o Brasil. Dessa forma, essa questão merece ser reavaliada, uma vez que a supressão da norma, pode desestimular a vinda de turistas internacionais. 

O Ministério das Relações Exteriores, historicamente, adotava o princípio da reciprocidade, ou seja, se os brasileiros necessitam de visto para entrada em um determinado país, os viajantes desse país, teriam o mesmo procedimento.

O comunicado segue citando que: em virtude da nova lei de migração, em 2017, criou-se a possibilidade de dispensar visto aos cidadãos de um país, mesmo se esta nação não aplicar a mesma medida em relação aos brasileiros. 

No fim de 2017, com a implantação do visto eletrônico, os turistas norte-americanos, australianos, canadenses e japoneses obtiveram a facilidade pela internet, sem a necessidade de comparecer a urn consulado, modalidade que acelerou e reduziu custos do processo, além de ter um aumento de 40% nos pedidos para viagens ao Brasil. 

Quanto ao argumento do governo, de que a isenção não elevou a quantidade de viajantes, observa-se que a publicação do benefício foi em janeiro de 2019 e, logo depois, iniciou-se a pandemia de COVID 19. Portanto, os números desse período não devem ser considerados para definir a permanência da medida.

No ano de 2022, desembarcaram no Brasil, 441 mil americanos, 54,2 mil canadenses, 25 mil australianos e 17,6 mil japoneses. Nesse sentido, é oportuno considerar estes países, considerados grandes emissores de turistas.

“Dessa forma, as entidades signatárias solicitam a manutenção da medida, que pode trazer melhorias ao ambiente de negócios do setor de turismo e estimular positivamente a economia do país”, finaliza o texto.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

Veja também

Pesquisar