A mudança de cenário macroeconômico, com a alta dos juros levando o investidor para a renda fixa, fez cair em 12% o volume de operações na economia real, sejam elas fusões, aquisições ou compra de participação. Em valores, a queda foi ainda mais expressiva: de 49%, segundo levantamento da consultoria de risco Aon.
Foram realizadas 2387 transações envolvendo empresas, movimentando US$ 57 bilhões. O valor fica abaixo de 2019 (US$ 80,8 bi) e se equipara ao patamar de 2018, quando as fusões e aquisições e outros aportes movimentaram US$ 51,7 bilhões.
Do total de operações, 1215 são fusões ou aquisições e 856, operações de venture capital. Foram 214 operações de aquisições de ativos, enquanto os fundos de Private Equity realizaram 103 investimentos.
A queda nas atividades envolvendo grandes empresas fez o mercado de Private Equity praticamente se equiparar ao de venture capital em valor: o venture capital (que foca em empresas de tecnologia em estágio inicial) movimentou US$ 4,6 bilhões, enquanto o private equity (que investe em empresas mais maduras, de médio ou grande porte), US$ 4,8 bilhões.
Dentre os fundos de Private Equity mais ativos na América Latina no ano passado, em cifras movimentadas, estão o americano EIG Global Energy Partners (US$ 1,1 bi), o brasileiro Kinea (US$ 878 milhões), o canadense CPP (US$ 466 milhões) e o brasileiro-britânico Actis (US$ 320 milhões). Já no Venture Capital, o Tiger Global lidera em volume de investimentos (US$ 886 milhões), seguido de Kaszek (US$ 831,9 milhões), Monashees (US$ 539,9 milhões) e Valor (US$ 404 milhões).
A Aon também elencou os bancos de investimento mais atuantes. O BTG Pactual lidera a lista, atuando em 77 transações que movimentaram US$ 13,4 bilhões. O Bradesco BBI participou de 80 operações que somam US$ 10,9 bilhões, enquanto o Itaú BBA ficou em terceiro, com 44 operações que somam US$ 8,7 bi.
O “trofeu” de operação do ano foi para Cosan, que adquiriu em outubro uma participação minoritária –de 4,6% –na Vale, avaliada, no preço do fechamento do dia, em R$ 17 bilhões. As informações são de O Globo.