Meu comentário sobre o recente encontro sobre Zoneamento Ecológico Econômico do Amazonas – ZEE que aconteceu na sede da SEDECTI com a presença de quatro secretários do governo Wilson Lima. Minhas considerações tiveram como fonte a matéria publicada no site do BNC. Será que essa novela um dia vai acabar? Já temos 20 anos de capítulos de enrolação, descaso e desperdícios de recursos e de oportunidades de melhorar a vida de quem preservou a floresta ao Brasil e ao mundo.
- De fato, é a primeira vez que vejo quatro secretários debatendo o tema mais importante para o Amazonas, o ZEE. Sem dúvida, ponto bem positivo;
- Agora, se essas foram, de fato, as palavras do secretário de meio ambiente, a esperança de ver quatro secretários juntos em prol do ZEE vai virando sinônimo de novamente “enrolação”. Diz a matéria “...para o secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Eduardo Costa Taveira, o trabalho em conjunto entre as secretarias será importante para que o zoneamento saia do papel e seja realizado na prática, alcançando todo o território amazonense…”. Nem vou mais me alongar no comentário, é só digitar na busca do meu blog Thomaz Rural a palavra ZEE para ver se bate essa afirmativa. Quem não fez sair do papel foi a SEMA do atual e governos passados. Só ratifico que estive na SEMA duas ou três vezes nos três primeiros meses do governo Wilson porque o ZEE estava entre os 20 compromissos de campanha. Tem fotos, e o secretário não estava, nem procurou a SEPROR. Depois de 2 anos e meio, passou a bola para a SEDECTI tocar um instrumento que faz parte da Política Nacional do Meio Ambiente. Todos sabemos que a origem do secretário é a FAS, nada contra, tem boas ações, mas o principal responsável pela Fundação também já foi secretário de meio ambiente e não priorizou o ZEE. Qual a razão? Não sei, só sei que o Amazonas tem quase 60% de pobres e o interior precisando de alternativas econômicos, e não temos o ZEE. Vocês estão acompanhando o sul do Amazonas, se tivesse ZEE não estaria assim;
- Está correto o Pauderney em seguir o comando do governador Wilson Lima quanto ao ZEE, não tem outra opção, mas só quero lembrar que fui eu que coloquei o ZEE nos 20 compromissos de campanha do candidato Wilson na primeira eleição. Não sei em que lado estava o secretário Pauderney naquela eleição. Só para ratificar o motivo da minha insistente cobrança;
- O secretário Pauderney falou corretamente nos 20 anos de abandono do ZEE, mas nesse período foi deputado federal e, penso eu, não deve ter pautado o ZEE. Até entendo, porque seu foco e seu conhecimento é mais a indústria, o polo ZFM/PIM. está certíssimo!
- Já tivemos 12 milhões para fazer o ZEE, perdemos! Não é estranho?
- Me parece que agora a estimativa está em 44 milhões. E o Fundo Amazônia, o ZEE tem um “E” de ecológico. Não é estranho os gestores da SEMA ignorarem um instrumento que fala em “ecológico” e faz parte da política ambiental? Tem que usar esse Fundo Amazônia para esse fim! Tenho lido que já tem projetos de anos já aprovados só esperando a liberação. Será que nenhum desses é do ZEE do AM?
É lógico que fiquei alegre em ver quatro secretários e uma reunião bem prestigiada, mas é preciso botar os PINGO NOS IS para que a enrolação não continue, pois quem vem pagando a conta é o homem que preservou a floresta para a gente respirar, comprar, passear, viajar…. E ELES? No abandono! Só congressos, seminários e consultorias que só fizeram a pobreza aumentar nesses 20 anos. Pelo visto, agora é correr atrás do dinheiro, do prejuízo que causamos. Vamos ver quanto leva isso! Continuo insistindo, chamem os dois doutores da UFAM que ajudaram no ZEE de Roraima, eles estão aqui na estrada do Japiim, no Campus, um deles é engenheiro florestal. Qual a razão para ignorá-los?
Meu partido é, e sempre será o AMAZONAS!
04.04.2023Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]