A bela região entre o Careiro Castanho e Autazes atrai cada vez mais investidores no turismo ecológico
A região de floresta, rios e lagos entre os municípios do Careiro Castanho e Autazes talvez seja, no Amazonas, a que reúne o maior número de pousadas ecológicas. São mais de 30 espalhadas entre os lagos dos Tracajás (4), e do Maçarico (10), e rios Juma (14) e Mamori (4). E ainda podem ter outras. Boa parte delas funciona ‘a todo vapor’ durante o período da pesca esportiva do tucunaré, que vai de setembro a dezembro. Outras permanecem em atividades o ano inteiro recebendo principalmente turistas europeus e americanos, oferecendo de passeios de voadeira pelos locais paradisíacos da região a caminhadas por trilhas pela floresta. Algumas destas pousadas são requintadas. Outras, nem tanto, mas há clientes para todas. O negócio parece tão promissor que, de tempos em tempos surge um novo empreendimento e as próprias famílias ‘tocam’ os estabelecimentos.
Os irmãos Gerson, Rosana e Max Maia são um exemplo de empreendedorismo em família. Eles possuem pousadas no lago dos Tracajás, no Careiro Castanho: Amazon Turtle (Gerson e Max), Amazon Mureru (Gerson e Rosana) e Amazon Premium (Max), esta, inaugurada no mês passado.
“Aqui era a fazenda de gado do meu pai. Entre 2007 e 2008 eu e o Max fomos construindo a pousada e reflorestando o campo. Eu vivi a vida toda aqui, com meus pais, trabalhando na criação do gado e na roça, mas o Max tinha ido para Manaus e trabalhava com turismo, por isso trouxe a ideia de fazermos a pousada”, falou Gerson.
“Começamos com o restaurante, o redário e dez chalés. Em 2009 a Turtle já estava a pleno vapor, recebendo turistas de várias partes do mundo, e tem sido assim até hoje”, completou.
Ideal para pescadores
O novo empreendimento dos irmãos Maia surgiu cerca de dez anos depois do primeiro. Foi o flutuante Amazon Mureru (mureru é uma planta aquática, que flutua sobre as águas amazônicas), desta feita numa sociedade de Gerson com Rosana.
Numa mudança radical de rota, Rosana deixou o emprego de funcionária pública para se dedicar inteiramente ao flutuante enquanto Gerson, que criou gado desde a infância, se tornou empreendedor na área do turismo.
“O Amazon Mureru veio da necessidade de promover uma facilidade aos turistas. O Amazon Turtle como, acredito eu, as demais pousadas da região, fica numa parte alta do terreno devido ao vai-e-vem das águas. Na cheia elas podem chegar aqui bem perto, já na vazante deixam um estirão de terra”, disse Gerson.
“Muitos turistas não gostam de fazer essa caminhada e pior ainda, subir as escadarias até aqui. Então resolvi inaugurar o flutuante Mureru, em 2018, junto com a Rosana. Como está sempre no nível do lago, isso facilita bastante o acesso. A pousada se tornou exclusiva para os pescadores de pesca esportiva do tucunaré, mas qualquer tipo de turista pode se hospedar aqui”, avisou.
Uma área na frente do Amazon Mureru deixa o visitante cara a cara com o belíssimo lago dos Tracajás. Neste mesmo espaço existe uma piscina rasa para aquelas pessoas que não sabem nadar, ou mesmo tenham medo de cair nas águas negras do lago. Próxima à piscina, uma banheira de hidromassagem, uma jacuzzi. Na lateral, num andar superior, numa área comum, são disponibilizadas redes e espreguiçadeiras.
Luxo na floresta
Em 2021 Max idealizou e, em junho passado, inaugurou o Amazon Premium, possivelmente a mais luxuosa pousada da região, a começar pela ênfase no nome.
“É um hotel boutique pensado para o turista que quer ter muito conforto, porém, cercado pela floresta nativa e quando eu falo cercado, é cercado mesmo. As árvores estão a poucos metros dos apartamentos distribuídos pelo terreno”, informou Max.
O requinte começa logo na recepção, continua no restaurante ao lado e na área da frente, no bar que serve drinks e possui um espaço exclusivo para vinhos, e na piscina, sem falar dos quartos. Tudo segue um padrão de bom gosto na decoração.
Cada uma das três pousadas têm um segmento. Enquanto o Turtle é para o turista que não quer gastar muito, e deseja momentos de paz e tranquilidade junto à natureza amazônica; o Mureru visa o pescador, que vem para a Amazônia atrás dos tucunarés; já o Premium busca hospedar o turista de alto poder aquisitivo.
Agora é só escolher. O passeio ao lago dos Tracajás começa no porto da Ceasa, numa lancha que leva os visitantes até a vila do Careiro, passando pelo encontro das águas. Da vila, a viagem continua por terra, pela BR-319 até o ramal do 14, uma via de 17 km não asfaltada, totalizando 57 km. Tanto a estrada quanto o ramal são ladeados por fazendas, várias com criação de gado. A viagem encerra nas margens do rio Mamori, onde outra embarcação aguarda os visitantes para seguir até a pousada que o visitante escolher. No total o percurso demora cerca de três horas até o lago dos Tracajás.
Informações: 9101-2224. Também no Face e Instagram.
Importante
As duas pontes, nos quilômetros 23 e 25, que desabaram há quase um ano, continuam num lento processo de construção. A primeira, sobre o rio Autaz Mirim, caiu no dia 28 de setembro; e a segunda, sobre o rio Curuçá, caiu no dia 08 de outubro de 2022. A fila de carros para a travessia nas balsas é um transtorno.
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