São muitos dados sobre a economia brasileira, ora de forma positiva ou vice-versa, confundindo até o mais leigo dos brasileiros. Agora, tudo indica que as exportações atingiram índices que podem impulsionar ainda mais os negócios, segundo os últimos dados divulgados pelo governo central.
A balança comercial – diferença entre exportações e importações- fechou julho com superávit de US$ 9,035 bilhões, divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nessa terça-feira (01). O resultado é o melhor para meses de julho e representa alta de 68,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.
Com o resultado de julho, a balança comercial encerrou os sete primeiros meses do ano com superávit acumulado de US$ 54,1 bilhões, resultado recorde para o período desde o início da série histórica, em 1989.
Em relação ao resultado mensal, o recorde ocorreu apesar de tanto as exportações como as importações terem caído em julho. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29,062 bilhões para o exterior, queda de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária. As compras do exterior somaram US$ 20,027 bilhões, recuo de 18,2% pelo mesmo critério.
Do lado das exportações, a queda das commodities (bens primários com cotação internacional) foi a principal responsável pela retração. Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses, provocando a retração nas vendas externas. A safra recorde de grãos contribuiu para segurar a queda nas exportações.
No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 14,1%, enquanto os preços caíram 14,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 2,7%, mas os preços médios recuaram 14,8%.
Ao comparar o setor agropecuário, a safra recorde de grãos pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 26,7% em julho na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o preço médio caiu 18,7%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 1,9%, com o preço médio recuando 6,3%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 31,5%, enquanto os preços médios caíram 26%.
Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído (-7,3%), mel natural (-69,1%) e café não torrado (-12,6%). Exceto no caso do café, afetado pela safra menor, essa diminuição se deve principalmente aos preços. O destaque positivo para a soja, cujas exportações subiram 3,2% entre julho do ano passado e julho deste ano. A safra recorde fez o volume de embarques de soja aumentar 31,9%, mas o preço médio caiu 21,8%.
Na indústria extrativa, as principais quedas foram registradas em minérios de ferro e seus concentrados (-15,9%) e minérios de cobre e seus concentrados (-11%) na mesma comparação. Nos dois casos, a quantidade exportada subiu, mas os preços médios caíram com a acomodação das cotações internacionais após o primeiro aniversário da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Nota abre Perfil
Briga pelo cofre
As articulações estão intensas nos bastidores. Prefeitos do interior do Amazonas já deram início à corrida para tirar vantagens nas próximas eleições municipais. Nessa disputa acirrada, o que vale é quem pode oferecer o maior quinhão para o fechamento de potenciais alianças, deixando de lado aspectos como ideologia, compromisso eleitoral e fidelidade partidária. O que impulsiona apoios é o tamanho da fatia do bolo na briga pelo cofre bilionário.
Como sempre, o poder do capital dita as ordens nessa busca desenfreada para cooptação de aliados, um jogo recorrente e compulsivo pelas benesses e oportunidades que surgem a cada pleito, não só na região, como também no resto do País. Aliás, eleição no Brasil é sempre oportuna para alavancar a economia. São bilhões de recursos destinados para os mais diversos setores da sociedade economicamente ativa, corroborado para gerar empregos (mesmo que temporários) e renda. Ao final, praticamente todos comem um pouco desse pirão com chibé, fazendo uma analogia com a gastronomia amazônica.
Cotado
O médico Anoar Samad, hoje secretário de Estado da Saúde, está cotado para ser vice em uma chapa para disputar a prefeitura em 2024, segundo fontes consultadas. Ele tem potencial para concorrer ao cargo – sua gestão na SES-AM agrada a população, algo também com alta ressonância junto ao governador do Amazonas, Wilson Lima (UB). Portanto, não estranhemos se Samad for o candidato que terá apoio do Estado para concorrer ao cargo, talvez até como cabeça na disputa em possíveis alianças.
Racha
Já é notório o racha entre o prefeito David Almeida (Avante) e o governador Wilson Lima. As relações entre dois foram arranhadas desde o episódio envolvendo o então secretário Pauderney Avelino, que tentou ficar no comando do UB no Amazonas, partido ao qual Lima é filiado. Foi uma intensa pendenga judicial sobre o caso, com desfecho desfavorável a Avelino, culminando até com a sua demissão do cargo no governo estadual. Almeida esteve no lado oposto ao seu maior parceiro de antes.
Retomada
Fim do recesso. Ontem, os vereadores de Manaus retomaram os trabalhos na Câmara, já com operação do sistema de reconhecimento facial. A nova ferramenta será utilizada, inclusive, durante as apreciações de projetos no plenário da Casa, segundo ressaltou o vereador Caio André (Podemos), presidente da CMM. “Antes, tínhamos muitos problemas. Agora, a votação das matérias será automática”, destacou o parlamentar. Para ele, a inovação deixa ações mais transparentes. É o que se espera.
Projeções
Ontem, o vereador Caio André também falou, em coletiva de imprensa, sobre as projeções para o segundo semestre de 2023. O presidente da CMM pontuou a implementação de novos projetos e a discussão de pautas de interesse da população. “Faremos uma reformulação do plano Diretor da Cidade de Manaus, agora no segundo semestre. E ainda no Regimento Interno da CMM para que possamos nos adaptar até em relação aos avanços tecnológicos que vivemos”, disse. A Câmara imprime ações.
Libras
A CMM deu início, ontem, ao telejornal de sua TV com intérpretes de Libra (Língua Brasileira de Sinais). Segundo a Câmara Municipal, a inserção é inédita no telejornalismo manauara, marcando a estreia da nova programação do canal legislativo. Além do matinal, o jornal das 18h, ‘CMM Notícias’, e o boletim informativo ‘Momento Câmara’ também contarão com interpretação em Libras. O objetivo promover maior acessibilidade às informações veiculadas pela Casa.
Homenagem
Na reabertura dos trabalhos, a Assembleia Legislativa do Amazonas fez, ontem, uma homenagem ao estudante Luan Gama, de 10 anos, considerado um gênio, em reconhecimento às suas altas habilidades no ensino da rede pública do Estado. Proposta pelo deputado Roberto Cidade (UB), presidente da Casa, a sessão foi especial. O aluno tem se destacado no quadro ‘Pequenos Gênios’, do programa ‘Domingão com Huck’, da Rede Globo de Televisão. Potencial da nova geração.
Cidadania
Lula receberá o título de cidadão parintinense durante a visita que fará ao Amazonas, em breve. Ele desembarca no município de Parintins, no Baixo Rio Amazonas, nesta semana. O projeto de lei, indicado pelo prefeito Bi Garcia (MDB), foi aprovado por unanimidade e em regime de urgência, ontem, na Câmara de Vereadores do Município. A justificativa para a comenda ressalta que a “honraria é resultado de importantes serviços prestados”, trazendo benefícios à cidade. Com certeza.
Feminicídio
Por unanimidade, o STF decidiu, ontem, proibir o uso da tese de legítima defesa da honra para justificar a absolvição de condenados por feminicídio. Com a decisão do Supremo, advogados de réus não poderão usar o argumento para pedir absolvição pelo Tribunal do Júri. Além disso, os resultados de julgamentos que se basearam na tese poderão ser anulados. A Corte julgou uma ação protocolada pelo PDT em 2021 para impedir a absolvição de homens acusados de homicídio contra mulheres, com base em traição conjugal.
FRASES
“isso nos faz acreditar que tenhamos muitos outros pequenos gênios”.
Roberto Cidade (UB), deputado, durante homenagem ao estudante Luan Gama.
“Vamos cuidar do nosso planeta”.
Lula (PT), presidente, sobre cúpula que reunirá lideranças mundiais.