Carlos Silva
Das infinitas criações divinas, a mais surpreendente e desconhecida é o ser humano. Claro que digo isso por ser um deles e pensar que conheço a espécie. Ledo engano. Mas, tem algumas conclusões que os meus 66 anos de vida me ensinaram e reputo como verdadeiras: uma, é que não existem duas pessoas totalmente iguais, que pensem e agem de forma totalmente idêntica. E a outra é que todos temos pontos fortes e pontos fracos. E vou abordar a segunda conclusão, que, de fato, depende de circunstâncias e oportunidades. Em muitas ocasiões na vida, nós queremos, apenas, sobreviver e nesses momentos o que menos nos importa é saber qual é o time de futebol de quem nos joga a boia ou apaga o incêndio. Enfim! No entanto, para conseguirmos uma nova colocação, ou uma vaga melhor, ou a assinatura de um documento em detrimento a outras pessoas, ou mesmo quando precisamos de uma informação supersecreta que apenas o agente de portaria ou a moça da limpeza podem fornecer (profissões exercidas pelos meus pais, há muitos e muitos anos, e do qual tenho eu o maior orgulho), temos que usar de estratagemas, honestos, segundo a filosofia do “jeitinho brasileiro”. Alguns dizem que esse “jeitinho” caracteriza a ilegalidade. Outros dizem que é apenas um traço da nossa cultura. E daí? Mas, se nesses casos, você consegue algo, quer dizer que você atingiu e explorou o ponto fraco das pessoas? O que você diz a respeito? Fruto disso, existe a 33ª Lei das 48 Leis do Poder, que diz:
“Descubra o ponto fraco de cada um. Todo mundo tem um ponto fraco, uma brecha no muro do castelo. Essa fraqueza em geral é uma insegurança, uma emoção ou necessidade incontrolável; pode também
ser um pequeno prazer secreto. Seja como for, uma vez encontrado esse ponto fraco, é ali que você deve apertar.” Evidentemente todos nós conhecemos pessoas que usam isso como rotina para ganhar posições sociais, mesmo sem a devida qualificação. Isso é injusto? Mas, o mundo é justo? De verdade, creio que todos nós, de uma forma ou de outra, para o bem e para o melhor, já empregamos esta Lei, mesmo sem termos tido a noção escrita disso. Tem uma passagem nesta Lei, no livro As 48 Leis do Poder, que reflete o óbvio: “Um traço evidente quase sempre esconde o oposto. Quem bate no peito em geral é um grande covarde; um exterior pudico pode ocultar uma alma lasciva; o certinho com frequência está louco por uma aventura; o tímido morre por um pouco de atenção. Sondando além das aparências, frequentemente você vê que o ponto fraco das pessoas é o oposto do que elas revelam.” O livro merece ser lido. Tem passagens interessantes com personagens famosos da História, como o Cardeal Richelieu e o seu entorno, Catarina de Medici, Bismark e outros. “Uma vez fisgado o peixe, você pode ficar lhe dando linha sempre – você está preenchendo um papel positivo, dando a elas o que elas não conseguem sozinhas. Talvez jamais desconfiem de que você as está influenciando, e se desconfiarem talvez não se importem com isso, porque você está fazendo com que elas se sintam seguras, e isso não tem preço.” Que tal esse texto? Está no livro. E segue a vida! Com cervejas! Geladas !