A partir do surgimento e validação do conceito de competência por meio da trilogia do CHA – competência, habilidade e atitude- a gestão estratégica das organizações passou a um patamar de maior compreensão e valorização de seus recursos humanos. Uma compreensão mais holística dos colaboradores propicia uma política de recursos humanos mais eficiente, com a percepção dos trabalhadores como sujeitos e não como meros objetos instrumentais da organização. Estes devem ser compreendidos na sua dimensão pessoal, como indivíduos que possuem diferentes características e competências, que precisam ser identificadas, destacadas e valorizadas. As competências individuais, se forem bem aproveitadas tornar-se-ão um diferencial de desempenho dos colaboradores em suas tarefas profissionais, o que poderá propiciar efeitos diretos no desempenho organizacional.
Penso que seja importante lembrar a necessidade de uma efetiva gestão organizacional por competências, a fim de garantir que os “talentos” individuais se tornem propícios para ganhos de produtividade em equipes sinérgicas e engajadas. Compare-se, por exemplo, com o desempenho de uma equipe de futebol. O técnico representa o líder direto do time e precisa conhecer as competências de cada jogador e saber valorizá-las e combiná-las. Nesse sentido, de pouco ou nada servirá dispor de um ou dois atletas excepcionais se a equipe não tiver uma eficiente gestão de competências. E esta gestão será multifatorial, considerando conhecimentos, habilidades e atitudes, uma tarefa algo complexa, dentro do ambiente competitivo de uma disputa esportiva, especialmente dentro de um campeonato. Numa equipe esportiva, assim como na maioria das organizações com desempenho eficaz, a inteligência emocional dos atletas é considerada fundamental. Sem ela, todo um trabalho habilidoso pode desmoronar e propiciar uma derrota imprevista.
Atualmente as organizações têm a seu dispor, para a gestão de competências, um arsenal técnico-metodológico avançado, como se aprende na Psicologia Organizacional. Neste campo, observa-se que o exercício eficaz da liderança é fundamental para o êxito deste processo. Ou seja, líderes capazes fazem a diferença no sentido do desempenho individual e coletivo das equipes que lideram. Além disso, o desafio também precisa ser assumido pela área de Recursos Humanos da organização, com uma orientação técnica adequada e evolutiva. Se mais uma vez usarmos o comparativo de equipes esportivas em competições de alcance nacional ou internacional, observa-se a importância do staff de apoio para auxiliar o técnico na condução da equipe: auxiliares técnicos, preparadores físicos, psicólogos, médicos e outros profissionais. Ou seja, como se fosse uma equipe de recursos humanos da própria organização. Finalmente, dentro da concepção de desempenho organizacional a gestão por competências de uma equipe desportiva terá como principais objetivos vencer as disputas contra outras equipes e a meta de ser campeã da competição. Em suma, em qualquer organização, seja da iniciativa privada, pública ou do terceiro setor, uma eficiente gestão das competências individuais será fundamental para o êxito de suas ações.
