23 de novembro de 2024

Filosofia do Amazonas – Parte 3

Você sabe o que se comemora dia 16 de agosto? Não? 16 de agosto é o Dia Nacional do Filósofo. A data foi escolhida em referência ao aniversário de Platão, um dos mais importantes filósofos da Antiguidade. A Filosofia é um campo de estudo que ajuda a sociedade a se desenvolver, debatendo temas como o conhecimento, a existência, a justiça, o amor, a verdade, contribuindo para a formação humana integral e para a vida em sociedade. E quem é o filósofo? Segundo Nietzsche, “O filósofo é o homem de amanhã, aquele que recusa o ideal do dia, aquele que cultiva a utopia”. Parabéns para todos os filósofos e filósofas de Manaus, do Amazonas, do Brasil e do Mundo.

E hoje, dando continuidade a nossa proposta de “identificar os filósofos e as filósofas do Amazonas para conhecimento e divulgação de suas biografias”, vamos conhecer a filósofa amazonense Najara Leão, filha de Hélio Leão (empresário) e Cinira Leão (doméstica), esposa de Emerson Moreira (Engenheiro Civil) e mãe de Sophie Leão (estudante), como ela mesma nos escreve:

“Perdi meu pai muito cedo, aos 13 anos de idade e nunca esqueci um de seus mais valiosos conselhos: “Filha, estude!”. Fiz Magistério no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), onde começou minha jornada na docência. Fui estagiária do SESI, onde aprendi a ser professora; trabalhei no Lato Sensu e em outras escolas de Ensino Fundamental I, adquirindo experiências na Educação. 

O meu primeiro contato com a Filosofia foi no Ensino Médio quando ganhei o livro “O Mundo de Sofia”, romance da História da Filosofia, de Jostein Gaarder e me apaixonei. Eu não tive contato com a Filosofia como disciplina, pois cursava Magistério e fazia um curso técnico, na época. Assim, fiz o primeiro PSC (Processo Seletivo Contínuo) da UFAM e fui aprovada para Filosofia. 

Minhas professoras do IEA não ficaram satisfeitas por eu ter escolhido o curso de Filosofia, mais eu buscava coisas novas e na Filosofia havia muitos questionamentos. No decorrer do curso de graduação me interessei bastante sobre a Filosofia Antiga, especialmente por Sócrates, Platão e Aristóteles. Todavia, eu sempre buscava o lado docente dos pensadores. Assim, fui amadurecendo e percebi que tudo o que eu havia estudado e trabalhado com Educação me proporcionava ferramentas para pensar sobre a docência. E com o conhecimento adquirido em Filosofia me sentia instigada a buscar mais. 

Nessa caminhada, os filósofos que mais me influenciaram foram: Platão, e a Educação como uma solução possível aos problemas sociais. Aristóteles com a Ética sobre as questões de Justiça e Injustiça como virtude moral. Entretanto, no Mestrado pude conhecer e pesquisar sobre Pierre Lévy, Deleuze e Hannah Harendt. Onde pude encontrar uma possibilidade, um método, a tecnologia como instrumento de ensino, solidificando a função do professor que é buscar novas formas e possibilidades para que seus alunos aprendam.

Dando sequência em meus estudos, fiz especialização em Metodologia do Ensino Religioso, onde pude atuar na área pela Secretaria de Educação de Manaus SEMED/MAO. Prestei processo seletivo para a especialização em Ética pela UFAM, passei mais larguei para cursar Mestrado Profissional em Filosofia em 2019. No Mestrado pude pesquisar sobre a prática do Ensino e Filosofia com o auxílio das TICs, que se demostrou bastante necessário na pandemia. 

Sobre a pesquisa de Filosofia e Educação umas das coisas que atualmente tenho me interessado é a possibilidade do texto vivo. Antes o livro só falava e nós ouvíamos, hoje com a internet o (texto) ganha vida, ele se escreve, aprende e se modifica através dos fóruns, podcast, etc. É esse movimento do texto que me encanta e a participação da Filosofia nesse ambiente virtual é verdadeira, já que a Filosofia sempre acompanhará o ser. A possibilidade do ambiente virtual e da expansão do conhecimento é notória, entretanto, é necessário sabedoria, ética e comprometimento dos indivíduos e da sociedade em geral”. 

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

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