Os serviços de dragagens coordenados pelos Ministérios dos Transportes, Portos e Aeroportos e Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), para a execução das ações no trecho de oito quilômetros do Rio Solimões entre Tabatinga e Benjamin Constant, tiveram início nesta segunda-feira (16), após autorização da Capitania dos Portos. A viabilidade dos serviços fazem parte de um pacote emergencial anunciado pelo Governo Federal para combater a extrema seca deste ano enfrentada pelo Estado.
Com investimento em torno de R$ 38 milhões, a equipe supervisora está realizando a batimetria e as máquinas já estão trabalhando. A estimativa é que os serviços sejam realizados pelo período de 45 a 60 dias. Segundo o Dnit, a autarquia identificou a necessidade na região do Tabocal (Itacoatiara) na Foz do Rio Madeira, a situação de emergência já foi avaliada e o serviço já está previsto para ser liberado, após aprovação dos projetos.
Benjamin Constant está a 1119 quilômetros de Manaus e foi o primeiro município do Amazonas a decretar estado de emergência em função da estiagem. Com a vazante histórica, o trecho do Rio Solimões que faz ligação com Tabatinga teve prioridade nos trabalhos de dragagem, pois as duas cidades enfrentam sérios riscos de desabastecimento.
Os serviços que abrangem os pontos críticos do Rio Madeira , em área de 12 quilômetro de extensão, devem durar 45 dias e custar cerca de R$ 100 milhões.
A hidrovia do Rio Madeira registra alta movimentação de contêineres e a restrição prolongada da navegabilidade pode provocar impactos econômicos significativos na região, a qual inclui a Zona Franca de Manaus e terminais graneleiros do Amazonas. O estado de Rondônia também enfrenta os reflexos das restrições no fluxo de transportes no Rio Madeira.
Apesar das ações de forma imediata sinalizadas pelo Governo Federal, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, frisou que os serviços de dragagem não podem ser realizados somente como medida de emergência. Ela tem que ser feita todo ano, porque os rios trabalham e formam praias em locais completamente diferentes. “Então essa hidrovia tem que estar sempre apta à navegabilidade segura, para que nós não possamos mais ser impactados com relação ao que está acontecendo hoje, e possamos nós não termos mais problemas de abastecimento de matérias-primas para o nosso polo industrial, assim como de insumos, alimentos para o nosso povo, conforme ficou bem claro se não ocorrer essa subida das águas”, disse.
“Hoje nós temos praticamente algumas empresas, eu acho, um montante de dez empresas que estão reunidos com os sindicatos obreiros, o sindicato eletroeletrônico, metalúrgico, que estão reunidos com os seus obreiros, no sentido de que possam fazer alguns acordos, banco de horas, férias coletivas que seriam dadas em novembro e dezembro, antecipar para agora caso não venha a acontecer a subida das águas dos nossos rios e com a dragagem também facilitar de uma vez por todas a condição de segurança da navegabilidade em nossos rios”, acrescentou.
O governador Wilson Lima anunciou hoje que nos próximos dias, começam os trabalhos de dragagem no trecho do rio Amazonas, conhecido como Tabocal, próximo a Itacoatiara (a 176 quilômetros da capital), por onde passam navios com insumos para a Zona Franca de Manaus. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa, após reunião do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental.
Segundo o governador, a garantia foi dada pelo ministro Sílvio Costa (Portos e Aeroportos). “A dragagem, ali, é importante porque esse é o trecho que está dificultando a passagem de navios que trazem insumos para a Zona Franca de Manaus, bem como a saída de produtos acabados”, afirmou Wilson Lima.
Por dentro
A dragagem é um processo que ajuda a retirar os sedimentos – como terra, areia, rochas e lixo – dos rios, garantindo a segurança no tráfego das embarcações. No caso da vazante, os serviços de forma emergencial facilitam a navegabilidade de navios com mercadorias para o Amazonas.
No porto do município de Itacoatiara, principal ponto de chegada de cargas transportadoras, o serviço de dragagem começa na sexta-feira (20/10), conforme anunciou o governador do Amazonas, Wilson Lima.