O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), faz o balanço de sua gestão apontando grandes avanços nas mais diversas áreas, principalmente na saúde, educação, no setor primário, algo que agora ganha maior atenção por parte do governo do Amazonas.
Segundo ele, hoje existe um maior incentivo aos produtores rurais, tanto no entorno de Manaus como também nos municípios ribeirinhos. Todo um corpo técnico especializado vem dando apoio a cultivos, além de práticas sobre como melhorar as atividades pecuárias.
“A 2nossa gestão tem um olhar muito especial para os municípios do interior do Estado. Esse é o governo que mais investiu nos municípios na história da região. Eu cresci no interior e sei das dificuldades enfrentadas por essa população”, ressaltou Wilson Lima.
O governador aponta que, só nos primeiros noves meses deste ano, as ações de crédito intermediadas pelo Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) totalizaram R$30,8 milhões, beneficiando mais de 1.500 projetos de crédito rural, alcançando 1,5 mil famílias que têm o setor primário como fonte de emprego e renda.
“Recuperamos trechos das comunidades Frederico Veiga, Novo Paraíso, Hollywood e Vicinal Areal, situadas na zona rural de Manaus, beneficiando cerca de 550 famílias, um investimento de R$ 1,9 milhão”, acrescenta o governador.
Nesta entrevista exclusiva para a edição especial do Jornal do Commercio, alusiva ao aniversário de 354 anos de Manaus, comemorados neste 24 de outubro, o governador aborda outros assuntos, fala de suas próximas metas, e ainda sobre suas perspectivas em relação à reforma tributária que ora está em tramitação no Senado, em Brasília.
Jornal do Commercio – Governador, o Estado tem sido grande parceiro da prefeitura na execução de megaprojetos, principalmente na modernização da infraestrutura urbana de Manaus. Como está hoje essa parceria?
Wilson Lima – A nossa parceria com a prefeitura de Manaus permanece, porque o principal objetivo do governo do Amazonas é melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem aqui, seja na capital ou no interior. E o nosso governo sempre vai priorizar o trabalho conjunto com as prefeituras municipais. No caso específico da prefeitura de Manaus, seguimos da mesma forma, investindo na melhoria da cidade.
Seguimos investindo mais de R$ 1,8 bilhão em obras de urbanização, saneamento básico e habitação. Esse recurso também contempla obras do Asfalta Manaus, reforma de 30 feiras e mercados, complexo viário da rotatória do Produtor, Parque Gigantes da Floresta, Passe Livre, que beneficia cerca de 170 mil estudantes das redes públicas estadual e municipal, adequação e adaptação do terminal de integração T6, entre outros.
Através de um pedido nosso, o governo federal incluiu no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) as obras da nova Manaus Moderna. Serão investidos, aproximadamente, R$ 47 bilhões no Amazonas para recuperação da BR-174, portos, aeroportos, rodovias e também moradias. São obras do governo federal em parceria com o governo do Estado.
JC – Como toda cidade grande, Manaus apresenta muitos problemas, em especial na saúde, educação, empregos, no social, enfim em demandas essenciais. O governo vem, realmente, suprindo essas necessidades? E qual tem sido o feedback?
WL – Tudo o que está dentro da responsabilidade da esfera estadual para a melhoria de todas essas áreas que você citou tem sido feito pelo governo do Amazonas. Na saúde, por exemplo, hoje contamos com o Hospital Delphina Aziz funcionando em sua capacidade total, atendendo pacientes de Manaus e do interior, com oferta de consultas, exames e cirurgias, algumas inéditas na rede estadual de saúde, como a realização de implantes coclear, transplantes renais, além de termos zerado as filas de especialidades e de cirurgias cardíacas.
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Você sabia? O Condomínio Edifício Cidade de Manaus, na avenida Eduardo Ribeiro, é símbolo dos esforços de modernização da cidade nos primeiros anos da Zona Franca, construído entre 1969 e 1972 e inaugurado em 31 de março de 1973. A obra é assinada pelo arquiteto Ary Macedo e executada pela Construtora América do Sul – CASUL. Possui amplos apartamentos, alguns com características originais da época, como os azulejos importados da Colômbia e os ladrilhos da Alemanha.
Ainda na área da saúde, reformamos cinco Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caics) e 2 Centros de Atenção Integral à Melhor Idade (Caimis). Um investimento de mais de R$ 200 milhões ao longo de 2023.
Até agora, a Fundação Hospital Adriano Jorge já realizou 50% do total de 48 procedimentos previstos para 2023. Entregamos mais de 100 leitos hospitalares, neste ano, reformamos e ampliamos.
Na educação, temos buscado ampliar as ações voltadas à estruturação, à qualidade do ensino-aprendizagem e à valorização dos educadores, transpondo barreiras e proporcionando aos estudantes uma educação de qualidade. Nos últimos anos, foram mais de R$100 milhões destinados à revitalização, reformas, construção de quadras escolares, bem como a construção do novo Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti), de Manaus, o Ceti Dariana Corrêa Lopes, no Viver Melhor, zona norte. Na nossa gestão, o Índice de Educação da Educação Básica (Ideb) avançou quatro posições, chegando ao 8º lugar entre os estados brasileiros.
Nós também aumentamos de sete para 18 o número de restaurantes populares na capital, que tem como foco famílias em situação de vulnerabilidade, além de alcançarmos de mais de 174 mil famílias como Auxílio Estadual Permanente, no valor de R$ 150 mensal.
Reassentamos mais de 1.100 famílias das comunidades da Sharp e Manaus 2000, temos mais de 2 mil famílias atendidas com o auxílio aluguel, além de indenizarmos 190 famílias que moravam no entorno da obra do Rapidão indenizadas. Estamos com 85% da construção na obra do Conjunto Ozias Monteiro 2, com 192 apartamentos, e aprovamos a Lei de Recuperação Fiscal que concede descontos de até 100% sobre juros e multas. São mais de 880 contratos renegociados até setembro de 2023.
JC – Vemos que o governo tem priorizado ações no interior. O setor primário tem recebido maior incentivos, estradas vicinais são recuperadas, atendendo a reivindicações de produtores para permitir o escoamento dos mais diversificados cultivos, em especial destinados para o mercado consumidor de Manaus. Como tem sido esse trabalho? É satisfatório?
WL – A nossa gestão tem um olhar muito especial para os municípios do interior do Estado. Esse é o governo que mais investiu nos municípios na história do Estado. Eu cresci no interior e sei das dificuldades enfrentadas por essa população. Só nos primeiros nove meses deste ano, as ações de crédito intermediadas pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) totalizaram R$30,8 milhões, beneficiando mais de 1.500 projetos de crédito rural, alcançando 1,5 mil famílias que têm o setor primário como fonte de emprego e renda. Recuperamos trechos das comunidades Frederico Veiga, Novo Paraíso, Hollywood e Vicinal Areal, situadas na zona rural de Manaus, beneficiando cerca de 550 famílias, um investimento de R$ 1,9 milhão.
Também entregamos 948,4 mil alevinos e 1,1 milhão de pós-larvas para piscicultores da região, e mais de 350 kits da agricultura familiar. Distribuímos mais de 1.800 cestas básicas para os pescadores artesanais que foram afetados pela cheia histórica. Adquirimos 790,6 toneladas de alimentos de 286 agricultores familiares, no valor total de mais de R$ 1,8 milhão. Os produtos foram destinados para 73 entidades socioassistenciais, beneficiando diretamente 74,3 mil pessoas em vulnerabilidade social e nutricional
JC– A internet ainda enfrenta muitos gargalos no Amazonas, tanto na capital como nos outros municípios. A questão energética também é outro problema recorrente. Como promover o desenvolvimento com tantas adversidades de ordem estrutural?
WL – A internet é importante para o desenvolvimento e integração das cidades amazônicas, permitindo a ampliação de serviços em áreas prioritárias como educação, saúde e segurança. Por esses motivos, estamos em busca de soluções para encurtar as distâncias para potencializar o desenvolvimento da nossa região. Durante encontro com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no mês passado, ele garantiu que Manaus e outras cidades do Amazonas terão internet de alta velocidade a partir da conclusão da segunda fase do Programa Norte Conectado. Também captamos, por meio do PAC do governo federal, R$ 2,4 bilhões para levar internet de alta velocidade a escolas públicas, unidades de saúde e regiões remotas.
JC – Hoje, a principal receita tributária do Amazonas vem das mais de 500 empresas instaladas no parque industrial de Manaus, mas que agora está supostamente ameaçada com a reforma tributária. Que perspectivas temos na busca por novas matrizes econômicas que se somem às atividades da ZFM, gerando mais empregos e renda na região? A bioeconomia promete deslanchar?
WL – Eu não abro mão do modelo Zona Franca de Manaus e a nossa luta em defesa do modelo continuará sendo incansável. A Zona Franca responde, hoje, por 70% da economia do Amazonas e temos realizado ações para assegurar a permanência de incentivos fiscais e a geração de emprego e renda para os amazonenses. Acompanho de perto a tramitação da reforma no Senado, assim como fiz quando a matéria ainda estava na Câmara dos Deputados. A reforma é necessária para o desenvolvimento do País porque vai desburocratizar e dar mais transparência ao sistema tributário nacional, mas é importante entendermos que enfraquecer a Zona Franca é fortalecer o desmatamento da Amazônia. Também focamos no desenvolvimento de novas matrizes econômicas.
Porém, mesmo entendendo que a Zona Franca é um modelo econômico totalmente consolidado e fundamental para o Brasil, também temos total convicção que para o nosso Estado ser ainda mais forte, precisamos investir naquilo que ele tem de mais valioso, que é a biodiversidade.
E isso passa pela bioeconomia, que tem crescido ao logo do nosso governo. Investimos R$ 45,1 milhões para expansão do mercado de gás natural no Amazonas, por meio do Plano de Diretrizes e Estratégias para o Desenvolvimento Econômico Sustentável do Amazonas.
Quebramos o monopólio para a exploração do gás natural no campo de Azulão, no município de Silves. O projeto da Eneva prevê a geração de 2.500 empregos diretos e até, aproximadamente, seis mil indiretos, com investimento total de R$ 5,8 bilhões.
Estamos trabalhando, ainda, para viabilizar a exploração de potássio em Autazes. A região possui uma das maiores jazidas de potássio do mundo. A produção tem potencial de expansão para 50% do consumo brasileiro até 2030.
Também estamos impulsionando o setor turístico com obras de infraestrutura turística, ordenamento, ampliação da malha aérea e capacitação de profissionais do turismo no último ano. Somente em 2022, foram investidos R$ 53,5 milhões, gerando impactos positivos para o segmento na capital e no interior do Estado. Levantamento da Amazonastur aponta que o turismo promoveu uma injeção na economia de aproximadamente R$170 milhões, nos primeiros quatro meses deste ano, com a chegada de 55.930 mil turistas ao Estado.
JC – Governador, o senhor tem uma característica peculiar – emergiu na política rapidamente, sendo hoje uma das maiores (senão a maior) liderança da nova geração de representantes do Amazonas, estando agora no segundo mandato consecutivo. A que atribui tanto protagonismo em um Estado continental, reunindo hoje tecnologias de ponta e que se sobressai no ranking nacional de arrecadação?
WL- Estar na condição de governador do maior Estado brasileiro em extensão territorial é uma responsabilidade muito grande pela qual tenho trabalhado para atender às expectativas da população. É um trabalho que não é feito sozinho. Me vejo com um facilitador a serviço da população do Amazonas e eu conto com a equipe de secretários e um corpo técnico eficiente que me ajudam a tomar as melhores decisões visando ao desenvolvimento do nosso Estado.
JC – Estamos próximos do final do ano. Qual o balanço que faz de suas metas até agora? Já tem algo bem definido para 2024, possivelmente já com novo sistema tributário?
WL – Conseguimos manter o trabalho no mesmo ritmo, ou até melhor, do que já vínhamos trabalhando. Nossos esforços seguem voltados para melhorar cada vez mais os serviços oferecidos ao cidadão, principalmente no que diz respeito a áreas como Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura.
Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência de saúde referente à Covid-19, mas os impactos deixados ainda perpetuam pela economia brasileira e mundial. Atualmente enfrentamos os efeitos de uma estiagem severa, mas também estamos unindo esforços com o governo federal e os municípios para mitigarmos os danos à população.
Nosso objetivo para o próximo ano é manter o trabalho já realizado que tem mostrado muito resultado, fortalecendo principalmente o setor econômico, com a geração de emprego e renda para a nossa população.
JC – A Assembleia Legislativa tem sido importante para aprovação de matérias do governo. A bancada governista protagoniza grandes vitórias. Acredita que há, realmente, uma perfeita sintonia entre Executivo e Legislativo? Quais as peculiaridades dessa interação?
WL – Eu acredito que ninguém faz nada sozinho. O Amazonas, um Estado continental, nos revela a importância do diálogo, resiliência e união para enfrentarmos os desafios que a vida nos apresenta. E o papel dos nobres deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas é fundamental para que os problemas sejam solucionados. O Executivo e o Legislativo, cada um na sua responsabilidade constitucional, têm trabalhado em harmonia em benefício da população. A principal ferramenta para esse trabalho em conjunto é a convergência em prol da melhoria da qualidade de vida da população.