24 de novembro de 2024

Internet das Coisas dentro de casa

A cada dia surgem palavras e termos, vários em inglês, alguns em português, que se não estivermos ‘ligados’ e procurarmos saber o que significam, ‘ficamos para trás’ e, em pouco tempo, passaremos como bobos numa roda de conversas. Eles chegam devagar e, em pouco tempo, fazem parte do nosso mundo como agora, a Internet das Coisas que, com certeza, muita gente ainda não sabe o que significa.

“A Internet das Coisas (IoT) conecta objetos do dia a dia à internet para que eles coletem e troquem dados entre si sem precisar de intervenção humana. Isso possibilita melhorar processos, automatizar tarefas e facilitar a vida das pessoas. Imagina todos os teus aparelhos, desde a geladeira até a tua bicicleta, se conectando à internet e falando entre si, tipo um bate-papo digital. Eles trocam informações sem a gente precisar fazer nada, o que ajuda a tornar tudo mais esperto e a facilitar nossa vida”, explicou de forma bem didática Marcos Henrique de Souza, especialista em tecnologia, da Info Store.

Mas como assim? Aparelhos domésticos falando entre si, num bate-papo? Se você olhar em volta, muitos dos seus objetos domésticos já fazem isso e você nem percebe.

“Muitos objetos domésticos podem ser controlados pela internet, como eletrodomésticos, luzes, termostatos e dispositivos de segurança. Os mais comuns são os sistemas de iluminação e os assistentes virtuais, como Amazon Echo e Google Home, que facilitam o controle da casa por comandos de voz ou aplicativos”, disse.

“Estados Unidos, China, Alemanha e Reino Unido, são os mestres da Internet das Coisas, estão sempre na frente, usando essa tecnologia em tudo, desde a saúde até as cidades. Já no Brasil, essa tecnologia está começando a avançar, mas ainda está no meio do caminho. Tem muito potencial para crescer, especialmente na indústria e na agricultura, mas ainda faltam algumas coisinhas para que o país alcance o mesmo patamar dos grandes”, completou.

Mercado em crescimento

A ideia de conectar objetos é discutida desde 1991. Bill Joy, cofundador da Sun Microsystems, pensou sobre essa conexão e, em 1999, Kevin Ashton do MIT propôs o termo ‘Internet das Coisas’ (Internet of Things, ou IoT) e, dez anos depois, escreveu o artigo ‘A Coisa da Internet das Coisas’ para o RFID Journal.

Hoje, é possível controlar diversos dispositivos e eletrodomésticos através de aplicativos e assistentes virtuais, tornando as casas mais inteligentes, eficientes e funcionais, com recursos como termostatos programáveis, sistemas de segurança conectados, eletrodomésticos inteligentes e iluminação automatizada, entre outros.

“Itens domésticos conectados oferecem facilidades como controle remoto, automação e eficiência energética. No futuro, esperamos mais automação inteligente, integração avançada entre dispositivos, uso de realidade aumentada/virtual, melhor segurança e um foco maior na sustentabilidade. O potencial de inovação na IoT é grande e promete trazer mais comodidade e eficiência para nossas casas”, avisou Marcos. 

De acordo com o relatório da Mordor Intelligence, o tamanho desse mercado vai crescer 17,3% entre 2023 e 2028, pulando de US$ 32 bilhões para US$ 49 bilhões, no mundo. No Brasil também há expectativa de crescimento, principalmente por conta da internet 5G e do investimento das grandes marcas para a produção de eletrodomésticos smart. Mas tanta facilidade pode trazer junto alguns problemas.

“As inovações trazem conveniência, eficiência e conectividade, melhorando a qualidade de vida e impulsionando o progresso. Porém, também apresentam desafios, como questões de segurança, dependência excessiva, obsolescência rápida, custos elevados e sobrecarga de informações. Encontrar um equilíbrio é fundamental para aproveitar melhor essas tecnologias”, ensinou.

O futuro chegou

E será possível que a Iof possa ‘bater um papo’ com a IA (Inteligência Artificial) e resolver que devem dominar o mundo e os humanos?

“A ideia de máquinas pensando como humanos e dominando o mundo é mais um tema da ficção do que da realidade. A inteligência artificial avançou, mas ainda está longe de ter consciência e pensamento humano. Os especialistas estão focados em garantir que a IA seja desenvolvida de forma ética e segura. É importante monitorar seu desenvolvimento e garantir que seja benéfica para a humanidade”, falou. 

Como escrito no começo, essas tecnologias chegam devagar e quando percebemos, estão dentro de nossas casas. Em Manaus, lojas já vendem geladeiras, fogões, fornos, lavadoras de louça e de roupa e uma infinidade de produtos que prometem tornar a vida mais fácil, programada e controlada, como a geladeira Family Hub Smart French Door 614L, com soundbar, da Samsung.

“Por meio de um aplicativo, é possível usar o painel da geladeira para controlar outros produtos inteligentes da casa, como ligar ou desligar a TV, a lava e seca ou o ar-condicionado, além de controlar a temperatura do ambiente. Tem assistente pessoal (Bixby), com reconhecimento de voz para até seis pessoas, possibilitando acesso a serviços e conteúdos. Possui uma tela na porta que permite ver o conteúdo sem abrir, acessar internet, e até organizar recados e fotos da família. É como se estivéssemos assistindo a um filme futurista. Mas já é realidade”, finalizou.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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