Certo dia, um intelectual precisou atravessar um rio, e combinou com o barqueiro do lugar para levá-lo à outra margem. Durante a viagem, o intelectual perguntou: você conhece geografia?
E o barqueiro, sempre remando, respondeu com seu jeito humilde de falar: não, meu senhor. Você conhece química? Tornou a perguntar o intelectual. Ao que respondeu o barqueiro: não meu senhor, nem sei o que é. Sabe matemática, fala inglês? Por aí foi o passageiro presunçoso, perguntando àquele ribeirinho tão simples coisas de que nunca tinha ouvido falar, porque, da vida, só conhecia o seu rio, o seu barco, o seu trabalho. Em determinado momento, comentou o pretensioso que se achava sábio: Que pena! Você não aprendeu nada da vida…
O barqueiro observou, então, que a canoa começava a afundar. Apreensivo, virou-se para o passageiro e perguntou: O senhor sabe nadar? O homem respondeu que não. Com a sabedoria que só a prática da vida revela, o barqueiro comentou: Que pena porque o senhor vai perder sua vida inteira!
Não somos absolutamente contra a formação intelectual, pois ela faz parte da evolução do ser humano. Nesse caminhar, todos sabem que precisam elevar-se aos mais altos níveis da inteligência. O que conto encerra é uma lição de humildade, atributo indispensável ao caráter bem formado. Existem pessoas de vários níveis intelectuais, como há as que mal aprenderam a ler e escrever, ou nem isso. O que importa é como cada uma realiza o seu trabalho, o que interessa é o amor a ele dedicado, o que vale é saber viver. É viver com sabedoria é colocar-se diante dos problemas e enfrentá-los com galhardia e humildade, é olhar para dentro de si ver que não é vaidoso nem egoísta.!!!
Jamil Merched Chaar.