Para que uma cidade evolua em muitos aspectos, é preciso investir em áreas estratégicas, que beneficiem a população de forma igualitária. Nas áreas menos favorecidas, por exemplo, ações de infraestrutura, saneamento básico, saúde, segurança e educação são primordiais para estabelecer um novo padrão de assistência social voltado para as famílias que vivem nesses locais.
Neste primeiro ponto, quero destacar o papel da educação na vida dos jovens brasileiros. Sabemos da carência de cada município do país, nem sempre conseguimos manter a juventude dentro de sala de aula, mas é essencial incentivar a participação do grupo no ambiente escolar, uma vez que muitas famílias dependem do futuro profissional de cada pessoa que frequenta a instituição.
Um estudo feito por pesquisadores do Insper e da Universidade de São Paulo (USP), divulgado em 2022, revelou que investir em escolas em tempo integral reduz as taxas de homicídios de jovens homens em até 50%. É claro que, apenas matricular o aluno neste modelo de educação não irá resolver todos os problemas, mas as atividades exercidas ali podem alterar a percepção de vida que aquele jovem possui para o seu futuro, e afastá-lo, cada vez mais, do ambiente de violência que avança pela sociedade.
Assim que este jovem termina o ensino básico, ele está pronto para entrar no mercado de trabalho e contribuir com a renda de sua família. Mas, você acredita que será fácil inseri-lo nesse contexto sem um suporte dado pelo município? Aqui em Manaus, quantas pessoas estão em busca de um emprego?
A ineficiência na geração de empregos na capital amazonense é uma dificuldade que compromete o futuro das gerações que aqui vivem. Sem alternativa, as pessoas procuram empregos informais, sem nenhuma garantia e segurança para exercerem suas funções, pois o poder executivo municipal não consegue atender as demandas da população.
Manaus abriga um complexo industrial que movimenta a economia do país. Empresários nacionais e internacionais investem em nosso mercado, contribuem com a preservação da floresta amazônica, mas, mesmo assim, a empregabilidade na capital é um sonho distante para muitos manauaras em situação de vulnerabilidade. Até quando essa situação será aceitável? Iremos apenas cruzar os braços e assistir a cidade afundar cada vez mais?
O Ranking de Competitividade dos Municípios de 2023, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), revelou que Manaus caiu 64 posições nos últimos três anos devido ao trabalho feito pela atual gestão municipal.
Este ranking, em especial, é uma ferramenta que busca pautar a atuação de líderes públicos brasileiros na melhoria da competitividade dos estados, analisando um conjunto de pilares essenciais para a vida em sociedade.
No ano de 2021, a capital amazonense ocupou a posição 145º no ranking geral; já em 2022, Manaus caiu 54 posições, ficando em 199º lugar. A última atualização, em 2023, a cidade voltou a descer posições, e atualmente ocupa a 209ª ocupação.
Os principais déficits analisados são: qualidade da saúde, saneamento, segurança e telecomunicação, ambos com o mesmo percentual de queda (-31); acesso à educação, que apesar de ter subido algumas posições, ainda enfrenta desafios relacionados aos alunos em tempo integral do ensino fundamental e médio; e inserção econômica (-31).
Diante desta perspectiva, ficou claro que não podemos investir em uma área e abrir mão de outra, pois a sociedade está interligada e um setor interfere diretamente no outro. Manaus precisa crescer de forma equilibrada, mas precisamos de um líder que saiba onde investir.
A capital amazonense possui competência para conquistar mais espaço no cenário nacional de competitividade; é preciso apenas ter visão administrativa e humanizada. Manaus padece de gestão pública. Como a gestão pública está ineficiente, os outros setores também vão cair. Não adianta querer maquiar, investir em propaganda, os números não mentem. A falta de uma boa gestão faz com que a nossa cidade fique no atraso.
*É Deputado Federal pelo Amazonas, eleito pela 2ª vez.