Este fim de semana revi alguns vídeos da CPI das ONGs e li partes do relatório que foi entregue à Procuradoria Geral da República. Ficou muito claro que o senado federal, em especial o senador amazonense Plínio Valério, precisa cobrar tudo que ficou prometido pelas ONGs informar posteriormente. Tem muita coisa pendente. Se isso não for feito, vou perder a credibilidade nessa comissão que mostrou a “festa” dos bilhões do Fundo Amazônia. No vídeo que revi, que está no meu blog Thomaz Rural, vi que o próprio titular da FAS, durante a CPI das ONGs, afirma que os milhões “…foram todos gastos com assistência técnica…com agrônomos, engenheiros florestais, de pesca e etc...”. Até agora não tive acesso aos nomes dos agrônomos, engenheiros florestais, engenheiros de pesca e o “etc” que prestaram assistência técnica para a FAS (Fundação Amazonas/Amazônia Sustentável). Além do nome, quanto cada um recebeu, se tinham registro profissional, onde atuaram, qual comunidade, qual cultura trabalharam e o resultado obtido? O titular da FAS afirma no vídeo que o “…BNDES é muito rigoroso...” na prestação de contas. Então, com todo esse rigor, deve ser fácil divulgar os nomes e valores pagos com assistência técnica. O senador Plínio Valério não pode deixar de cobrar essas informações detalhadas da FAS com relação, pelo menos, ao dito que foi gasto com “assistência técnica“. Se não fizer isso, se não colher essas informações vai diminuir, e muito, a grande credibilidade que tenho na CPI das ONGs. Lembro que houve a promessa do titular em prestar informações. Essas são cruciais. O titular fala que os milhões foram para assistência técnica envolvendo a banana, farinha e, novamente, o “etc”. Contudo, continuamos importando boa quantidade de banana e farinha. Será que essa importação diminuiu com esse milhões aplicados em assistência técnica? Quanto ao “ETC”, só sabendo quais são esses produtos para opinar. Precisamos saber esse “etc”. Esses R$ 50 milhões precisam ser detalhadamente levantados e divulgados, afinal tem mais 78 milhões de banco alemão chegando para a mesma ONG. O espaço está aberto, sempre esteve aberto para divulgar. No meu entendimento, a divulgação, a transparência são importantes para a própria ONG que já disse que o BNDES é muito rigoroso. Se realmente é “rigoroso” deve ter as informações que mencionei acima. Afinal, o profissional que recebeu o dinheiro penso que precisou declarar à receita federal. Já chegamos a 65.6% abaixo da linha de pobreza no Amazonas, não podemos brincar com nenhum centavo, imagina com 50 milhões do Fundo Amazônia, e mais 78 chegando. Semana passada, nosso JC publicou a seguinte manchete: “quase metade da população sem renda no Amazonas”. Isso é brincar com a “família da canoa” que preservou, preserva e vive num estado riquíssimo. Esse “futuro” de alguns ambientalistas precisa chegar para a “família da canoa” ou vocês acham que está justo pagar R$ 50 reais por 14 anos de Bolsa Floresta (que eu chamo de miséria) para menos de 10 mil pessoas com tantos milhões que recebemos do exterior? Com essa miséria jamais vamos melhorar em saúde, educação e segurança no estado mais verde do mundo. Se ninguém fizer nada, fica o registro nas páginas do centenário JC.
23.04.2024Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]