21 de novembro de 2024

Incompetência, descaso e sem coragem para mudar desde 2003

Fiz parte da equipe do Eduardo Braga na eleição para governador que ele perdeu para o professor Melo. Fui atendendo convite do amigo Valdelino. Fiz parte da equipe do Wilson Lima na eleição vencida em 2018. Nesse caso, atendendo convite dos amigos Petrucio, Merched e Luiz Castro. Nos dois casos, fui atendendo convite, por amizade, sem qualquer cobrança financeira, apenas na esperança de colocar em prática algumas ideias que estavam na minha cabeça de amazonense, de técnico da Conab e apaixonado pelo agro familiar e empresarial. Em 2018, no primeiro contato com o Wilson (muito antes da “onda” chegar, ainda era um sonho distante a “Compensa”), vi a vontade dele em conhecer o setor primário do Amazonas. Foram quase duas horas de bate papo, perguntas e respostas em Adrianópolis. Encurtando a história, até hoje, entendo que é meu dever pontuar o que não está indo bem, onde ele vem tendo desgaste, mas sabendo reconhecer os acertos acontecidos entre 2019/2023 porque eram pleitos ignorados pelos ex-governadores desde 2003. Contudo, quando vejo o atual governador reunindo com atores/gestores ambientais públicos e privados conhecidos desde 2003, com vínculos fortíssimos com ONGs ambientalistas e países que nos travam, que desmataram tudo, que continuam poluindo, que não querem o nosso ZEE, que abertamente não querem o asfaltamento da BR-319, que mantiveram um Bolsa Floresta de miséria por longos 14 anos, que espalham pelo mundo um Amazonas em chamas, desmatado, inclusive já disseminando que a próxima pandemia vai começar por aqui, sinto muita dó do nosso caboclo do interior, do produtor rural, da “família da canoa” que preservou o verde ao mundo, mas continua remando ao “futuro” de alguns ambientalistas que não chega nunca para o pobre, só para poucos. É triste, é inaceitável, ver nos jornais que a floresta em pé vale R$ 1,5 trilhão por ano, mas o governador Wilson Lima, em 2019, recebeu o Estado, com esses atores ambientais atuando desde 2003, e bem próximos dos governos (estadual e federal), com metade da população na pobreza, e agora já em patamar mais elevado. Até hoje não entendi, por exemplo, a ausência dos dois ex-governadores, hoje senadores, na CPI das ONGs para parabenizar e/ou criticar as ações da ONG ambientalista que nasceu na época deles, inclusive com aporte de milhões. Na minha opinião, as palavras que definem ter esse patrimônio há décadas e não ter transformado em vida digna para quem o protegeu é incompetência, descaso e falta de sensibilidade com o ser humano, com o próximo. ZEE, REDD+, crédito de carbono, concessão florestal e agilidade no licenciamento ambiental continuam sendo conjugados com o verbo no futuro. Quantos caboclos a pandemia levou por falta de melhor nutrição. Eu tomei várias vitaminas para me proteger, e o caboclo, será que tomou alguma? Lógico que não, nem comida tinha. Será que eles pensam que com 50 reais dava para comprar a vitamina D3? Detalhe: R$ 50 reais para menos de 1% do público que merecia receber pelos serviços ambientais. Outro detalhe: os que estão foram de Unidades de Conservação nem sentem o cheiro da nota de 50 reais. Está tudo muito errado, não vejo sinais de mudança. A CPI das ONGs mostrou quantos bilhões entraram para as ONGs (R$ 3 bi), uma delas, com sede em Manaus, agora com abrangência ampliada de Amazonas para Amazônia, recebeu quase meio bilhão em 14 anos de atuação. E vem recebendo mais R$ 78 milhões de banco alemão para fazer o que a Alemanha quer, e não o que precisamos. Continuam soltos fazendo o que querem. A forte relação entre a FAS e SEMA, SEMA e FAS não é recomendável. O relatório da CPI já mencionou esse ponto. Fazer o mesmo, com os mesmos, não podemos esperar resultado diferente. É triste, mas é a realidade! O pior é que tudo vai cair na conta do governador Wilson Lima na eleição de 2026. Não aceito viver num estado tão rico e preservado, com um povo pobre e já sofrendo as adversidades climáticas de responsabilidade dos países poluidores que continuam mandando por aqui. Termino com a frase de Josué de Castro para a reflexão das autoridades: “Metade da humanidade não come; e a outra não dorme, com medo da que não come”.

27.05.2024Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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