25 de novembro de 2024

Conheça uma bela Aldeia no Lago do Limão

Quem quer conhecer um pedaço do Paraíso é só atravessar a ponte Rio Negro e seguir pela estrada Manoel Urbano (AM 070) até o quilômetro 33. No lado esquerdo terá um ramal que levará até à comunidade do Lago do Limão, já no município de Iranduba. O Lago do Limão, um braço do rio Ariaú, realmente encanta quem o vê pela primeira vez. Foi de olho no potencial turístico do local que o empreendedor João Batista Nogueira de Souza resolveu investir na comunidade construindo um restaurante de alto nível, o Aldeia do Peixe, e nas águas do lago, um flutuante, onde funciona o bar. Desde que foi inaugurado, em 15 de julho passado, o Aldeia do Peixe tem atraído uma clientela que, nos finais de semana e feriados, chega a lotar seus 500 lugares sentados e até fazer fila de espera.

“Eu sou do segmento de locadora de veículos. Um dia resolvi procurar um terreno, na beira de um rio, ou lago, para construir um local onde pudesse descansar e relaxar, junto com a minha família. Descobri esse aqui. Era um lixão. Amigos disseram que não valia a pena investir no local, mas resolvi seguir adiante. Comprei o terreno. Tirei quase 50 caminhões de lixo daqui de dentro”, revelou.

“Depois do terreno limpo e o belíssimo lago, ao fundo, achei que seria egoísmo ter tudo aquilo somente para mim. Foi quando decidi, novamente com opiniões contrárias, construir o restaurante. Foram dois anos construindo o Aldeia do Peixe”, contou.

A parte de trás do terreno é uma encosta e a estrutura do primeiro piso do empreendimento acompanha o nível da rua. Já o segundo piso, que é para baixo, segue a encosta, e uma escadaria de madeira, no estilo amazônico, continua pela encosta até o flutuante.

Chalés para pernoites       

“Optei pelo cardápio regional porque é o que faz sucesso entre os manauaras e os turistas”, falou.

Hoje, quem está à frente da cozinha do Aldeia do Peixe é a chef acreana Edineia Lima de Oliveira, especialista em culinária regional, atuando há dez anos na área, em Manaus. Entre os peixes que a chef domina, e estão no cardápio do restaurante, ela lista o tambaqui, pirarucu, tucunaré, bodó, matrinxã, aruanã, sardinha, pacu, curimatã, e jaraqui, preparados de diversas formas.

Além da decoração regional do ambiente, as cumbucas onde são servidas a farofa comum e a farofa com castanha são feitas de ouriços de castanha da região.

“E alguns de nossos sucos são preparados com frutos retirados aqui mesmo do terreno, como cupuaçu e açaí”, disse a chef.     

A próxima investida de João Batista é construir chalés para quem desejar pernoitar no local, acordar e dar de cara com o lago.

“Então vamos passar a servir café da manhã. A previsão desses chalés é, possivelmente, ainda este ano”, avisou.

Outros atrativos que João Batista pretende acrescentar ao seu empreendimento são ligados diretamente ao flutuante. O banho nas águas escuras do lago já é permitido, bem como os passeios de canoa e a pesca com caniço.

“Pretendo desenvolver a pesca esportiva do tucunaré aqui no Lago do Limão”, adiantou.

Agora o que chama a atenção são os botos que surgem junto ao flutuante em busca de peixes dados pelos visitantes. Os animais são tão dóceis, que pegam calmamente os peixes com seu imenso ‘bico’.

O restaurante e o flutuante Aldeia do Peixe funcionam de sexta-feira a domingo, e feriados, de 10h às 17h. Informações, Instagram: @restaurante aldeia do peixe

Um pouco de história       

A AM 070 foi inaugurada em 31 de dezembro de 1965 e, no início, ficou conhecida como ‘estrada da juta’, devido à grande produção dessa fibra que vinha de Manacapuru para Manaus. Depois foi denominada oficialmente como estrada Manuel Urbano em homenagem a Manuel Urbano da Encarnação, pioneiro explorador dos seringais do rio Purus, em 1860.

A comunidade do Lago do Limão começou a se formar na década de 1970 e sua população está distribuída nas áreas de entorno do lago e da via de acesso à AM 070. Segundo os moradores mais antigos, a denominação Lago do Limão se tornou popular a partir de um único pé de limoeiro que existia em uma feitoria responsável pela salga do pirarucu, localizada em um trecho de conexão entre o lago e o rio Ariaú.
Quem desejar visitar a comunidade, as portas estão abertas todos os dias da semana. Na área do lago a infraestrutura de atendimento aos visitantes é praticamente nula com poucos locais que vendem refeição. Os exploradores que quiserem realizar um passeio pelo lago têm a opção de alugar uma canoa a remo ou uma pequena embarcação com motor para conhecer um pouco da região e das conexões entre os outros lagos ou mesmo o rio Ariaú.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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