23 de novembro de 2024

Agronegócios

Senador Omar Aziz entrevistado por Ronaldo Tiradentes

O senador, que já foi governador, comete um grande equívoco ao afirmar na entrevista que “...não tem, nem vamos ter outro modelo econômico além do PIM/ZFM…” por questões ambientais. Ao pensar assim, o senador ignora toda a ciência produzida pela reconhecida EMBRAPA de que é perfeitamente possível conciliar a produção agropecuária em total respeito ao meio ambiente. Ignora também o prazo que, inaceitavelmente, é estipulado para ter o fim dos incentivos fiscais. Hoje fixado em 2073. Ao afirmar que nunca vamos ter outro modelo econômico, o senador abandona quem vive no interior que ainda não teve o reflexo do PIM/ZFM no seu bolso.

O senador esquece que o potássio, gás, petróleo e BR-319 estão travos por falta de “consulta” aos povos da região. Que “consulta” é essa que está levando décadas? Mas para criar a reserva do Sauim-de-Coleira, equivalente a 21 mil campos de futebol, não houve a “consulta” pregada para as atividades econômicas que acabei de citar. Defendo o modelo PIM/ZFM, sei de sua gigantesca importância, sem ele o caos social e econômico se instalaria no Amazonas, mas não posso deixar de registrar que chegamos nessa total dependência em razão dos ex-governadores esqueceram de apoiar outros modelos econômicos justamente por terem esse pensamento de exclusividade no PIM/ZFM que é constantemente atacado pela Faria Lima, por São Paulo.

Não existe qualquer ligação entre o modelo PIM/ZFM com a floresta ter ficado em pé. Isso é um erro na defesa, os argumentos técnicos são fartos pra manter o modelo econômico. É só ouvir a entrevista com o ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, autor do livro “SELVA”. Sugiro ao senador que faça como alguns líderes asiáticos que, esta semana, visitaram a EMBRAPA. O senador Omar vai sair pensando diferente, vai perceber que existe sim centenas de possibilidades de um outro modelo econômico que sempre foi aliado ao PIM/ZFM, estou falando do AGRO familiar e empresarial.

O senador falou em P&D. Será que sabe que parte desses recursos do P&D estão indo para uma ONG ambientalista que trava a BR-319 fazer o que quiser com ele? Nome dela é IDESAM, faz parte do “observatório” da BR-319. Procure conhecer como nasceu a ONG IDESAM. O senador lembrou do CBA quando falou em P&D. Essa seria a destinação correta desses recursos, e não para uma ONG que trava a BR-319. Sempre bom lembrar que o CBA ficou 20 anos sem CNPJ. Isso é para mostrar que nunca tivemos prioridade com a economia do interior, onde estão as riquezas que o CBA pode e deve trabalhar. Discordo quando ele quer trazer gente de fora, mentes de fora para pesquisas por aqui. Não precisa, já temos um capital intelectual de primeira linha no Amazonas e no Brasil. Falta é recurso financeiro que concordo em ter o CBA como destino.

Concordo plenamente com o senador quando afirmou que falar em “CRÉDITO DE CARBONO é picaretagem internacional com ONGs envolvidas“. De fato, já temos visto reportagens recentes nessa direção. Sem ZEE e sem regularização fundiária a picaretagem, de fato, toma conta do crédito de carbono. Sempre bom lembrar que crédito de carbono não é assunto novo, já existe há duas décadas. O caboclo nunca viu a cor desse “carbono” apesar de ter preservado a floresta. Outro ponto, de fato a Marina nos prejudicou até 2008, voltando a partir de 2023, quanto ao não asfaltamento da BR-319. Contudo, nesse período de ausência da Marina fizemos o gasoduto, arena e a ponte, mas nada com a BR aconteceu. Fora a Marina, de quem é a culpa nesses 15 anos sem Marina, sem a atual ministra? O Lula 1 prometeu asfaltar, o Lula 2 prometeu asfaltar, agora o Lula 3 volta a prometer asfaltar. Estamos chegando a 50% do Lula 3, e nada até agora. Será que ainda vai? O Bolsonaro também prometeu asfaltar, também ficou na promessa.

O senador Omar disse que o presidente Lula gosta do Amazonas e não quer ver ninguém perder emprego, e por esse motivo vai apoiar que o PIM/ZFM seja mantido com competitividade e empregos. Muito bom, é obrigação! E os que nunca tiveram emprego? Muitos estão no interior, onde o PIM/ZFM ainda não conseguiu chegar, nem por isso o caboclo desmatou, preserva 97% das florestas. Defender o PIM/ZFM é uma obrigação NOSSA, mas dizer que NUNCA teremos outra “economia” é deixar a pobreza aumentar no estado que já tem 65.6% sem comida.

Quando Wilson assumiu em 2019 já era de 50%. Temos que produzir alimentos no Amazonas urgentemente, incluindo indígenas, povos e comunidades tradicionais, com as tecnologias já existentes nas prateleiras da EMBRAPA. Depender de bolsas (a que existe é de miséria, R$ 50 reais por 15 anos para menos de 1% do público que teria direito) é condenar nosso povo eternamente à fome, que em caso de guerra, como acontece na Ucrânia e Gaza, só agrava. É a primeira coisa que o inimigo corta. O senador Omar Aziz, na última vez que se candidatou ao governo, recebeu documento da FAEA, FETAGRI e OCB mostrando o caminho para o AGRO familiar e empresarial ser fortalecido no Amazonas, ajudar o modelo PIM/ZFM (bom papel que o CADAAM vem fazendo nessa direção) para garantir nossa soberania e segurança alimentar. Tudo dentro dos 20% permitidos pelo código florestal, com 80% mantidos intactos. Na Europa, os produtores não querem preservar 5%. Por fim, ressaltar que não foi o Amazonas, não foi o Brasil que esquentou o planeta, foram os países poluidores como os Estados Unidos, China e toda a Europa, mas ONGs ambientalistas, aqui instaladas, vivem colocando a culpa em nossas costas.

Ajude a mostrar a realidade. Já estamos indo para a COP-29 e depois a COP-30 de Belém, e nosso caboclo isolado, com fome e doente. Lembrar o senador Omar Aziz que ainda não temos o ZEE do Amazonas. É uma política nacional de meio ambiente que nem a ministra Marina, nem as ONGs, nem os SEMA’s desde 2003 priorizam em nosso Estado. Reflita sobre isso! Não é estranho? Vá pra cima das ONGs, veja o relatório da CPI das ONGs, é uma farra em seu estado. Até hoje não sabemos quem recebeu milhões da FAS para fazer assistência técnica nas Unidades de Conservação. De olho também no P&D, no PPBio, pois está nas mãos de uma ONG ambientalista que trava a BR-319 e outras atividades econômicas no Amazonas. Não aguenta mais ver a “família da canoa” remando ao “futuro” dos ambientalistas que nunca chega para quem verdadeiramente preservou a floresta ao mundo. Já estamos com 65.6% na pobreza, e muitas dessas ONGs, apesar de ter recebido bilhões do Fundo Amazônia, querem jogar essa culpa da miséria em nosso estado em que já foi governador e o atual governador. Abram o olho! Só a verdade e a boa aplicação dos recursos salva o Amazonas.

 

Thomaz Antônio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]

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