23 de novembro de 2024

De qualquer forma a amazônia é importante

É de estarrecer o que provocou a vitória tríplice do partido republicano nas eleições nos Estado Unidos da América (EUA), principalmente no Brasil, a imprensa dita progressista militante passou a estabelecer um panorama futuro depreciativo quanto à crise climática, à biodiversidade, às guerras, ao mercado financeiro, ao comercio internacional, e todas as questões diplomáticas mundo afora, estabelecendo como verdade absoluta o cenário sombrio formulado por esses progressistas (esquerdistas) como acusação contra a vitória dos republicanos nos EUA, repreendendo o que chamam de avanço da “extrema direita” no mundo. E, sem nenhuma desfaçatez dizem estarem defendendo a democracia de real ameaça do futuro governo Trump nos EUA. Vejam o que escreveu o militante esquerdista, Josias de Souza – colunista do UOL: “O último privilégio concedido pela democracia ao cidadão é o de poder escolher seu próprio caminho para o inferno. Ao optar por Donald Trump, o eleitor americano transformou a Casa Branca numa gigantesca metáfora para a decadência da democracia dos Estados Unidos. De quebra, forçou o mundo a conviver com o diabo por pelo menos mais quatro anos”. Como se no Brasil tudo ocorreu no ‘paraíso celestial para a eleição de Lula’.  Como declarou o ministro da fazenda Fernando Haddad: ”hoje o mundo amanheceu mais tenso. Terminamos as reuniões com demais ministérios sobre corte nos gastos, e estão em pleno acordo”, mas ainda não entregou ao Congresso nacional. E, muitos outros fatos ocorridos nesta quarta-feira (06/11/2024). Os impactos imediatos foram no sistema econômico mundial, senão vejam: aumento a valorização das Bitcoins, depreciação de algumas das principais moedas, como do euro (€), real (R), etc, aumento da taxa cambial (aumento do dólar).  Líderes europeus marcaram reunião para 07/11/2024 para tratar os desafios de novo governo Trump, críticas sobre as futuras relações do governo Trump com as guerras atuais, etc. E as congratulações de muitos chefes de Estado ao Trump pela vitória. E ainda ver-se-á muitos outros impactos, criticas e congratulações mundo afora e as preocupações no governo brasileiro.

Questões internas e externas, indecisões do gestor da Política Fiscal, ministério da Fazenda com os cortes nos gasto publico, alta do dólar e preço de energia e alimentos trouxeram indefinição se o Colegiado do COPOM subirá a taxa SELIC pela 2ª vez em mais de 2 anos. Assim, coincidindo coma eleição de Trump nos EUA, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BACEN) decidiu nesta quarta-feira (6/11) em quanto elevar a taxa básica de juros, a SELIC.

Levando em consideração a recente alta do dólar e o impacto da seca sobre o preço de energia e alimentos, sendo assim, conforme o mais recente do boletim Focus, do BACEN, com base em pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica subiu 0,5 ponto percentual na reunião desta quarta-feira, para 11,25% ao ano, e deverá encerrar 2024 em 11,75% ao ano. Segundo o ministro da Fazenda “defendeu que o choque de oferta de alimentos não seja resolvido por meio de juros”, mas nos últimos meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), preços de energia, os alimentos e os serviços têm puxado a inflação tendo como resultado, o IPCA acumulado alta de 4,42% em 12 meses, cada vez mais próximo do teto da meta para 2024 (3 a 4,5%). E agora, Lula???

Em se tratando de Amazônia, visto a realização da COP-16 da Biodiversidade realizada em Cali, na Colômbia e a COP-29 do Clima (de 11 a 22 de novembro, com representantes de quase 200 países se reunirão para coordenar a ação climática global para o próximo ano) a ser realizada no Azerbaijão e a COP-30 do Clima a ser realizada em 2025 em Belém do Pará –Brasil. Na COP anual do clima, delegados de quase todos os países do mundo negociam metas globais para enfrentar as mudanças climáticas, apresentam os planos individuais de seus países para contribuir com as metas e relatam seu progresso. COP (Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e/Biodiversidade).

A COP do Clima se reúne em uma cidade diferente a cada ano para demonstrar a importância da colaboração de nações ao redor do mundo. A reunião deste ano 2024 será realizada em Baku, Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro, ressaltando-se que o objetivo geral de todas essas reuniões seja aumentar a cooperação global para combater as mudanças climáticas, os tópicos específicos podem variar a cada ano. Nesta COP-29 serão discutidos os seguintes temas: Eliminar gradualmente os combustíveis fósseis.   Se precisa acelerar a eliminação equitativa dos combustíveis fósseis para atingir o zero líquido até 2050, ou antes, e fazer a transição para energia renovável; Construir sociedades resilientes ao clima.  Se deve capacitar grupos que administram a natureza para proteger seus lares, meios de subsistência e futuros, não desmatar e não queimar florestas; Investir em fluxos financeiros em direção ao clima.  Se deve inspirar compromissos e investimentos  em projetos, políticas e práticas positivas para a natureza; Transição para energia limpa; Centralizando a natureza, as pessoas, a vida e os meios de subsistência, colocando a natureza, as pessoas, as vidas e os meios de subsistência no centro das ações climáticas; Mobilizando a inclusão, garantindo que as decisões e discussões sejam implementadas de formas inclusivas em colaboração com os povos indígenas e comunidades locais. Entretanto, isso não é tudo, se deve estar monitorando ações políticas específicas conforme as negociações progridem e classificando o desempenho do mundo de acordo com Scorecard da COP29.

A COP-16 em Cali deixou relevante que as evidências científicas são cada vez mais claras sobre a necessidade de cuidar melhor da natureza, que é a base de sustentação da vida na Terra. E que pode contribuir bastante com a COP-30 de Belém/2025, direcionando a necessidade de se mudar as economias atuais e com isso mudar o modo de vida da humanidade. Assim como, demonstrar que há necessidade da transição ecológica de energia (transição dos combustíveis fósseis), para que o sistema econômico beneficie e valorize e não degrade a natureza, respeite e cuide do clima (não desmatar florestas e não queimar floresta) em respeito às pessoas.

Como se sabe, quase três quartos do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, se pode dizer que moderadamente dependente da natureza ou é extraído dela. Ressaltando que não existe economia e/ou vida sem a natureza. Também, os serviços ecossistêmicos são essenciais e não têm substitutos. Apesar disso, quase US$ 7 trilhões por ano são gastos pelos governos e pelo setor privado em subsídios às atividades econômicas que têm um impacto negativo sobre a natureza, incluindo a agricultura intensiva e os subsídios aos combustíveis fósseis, em compensação, apenas US$ 200 bilhões são gastos em soluções baseadas na natureza, com a crise da biodiversidade sendo frequentemente ofuscada pelas mudanças climáticas no cenário global. Em 2022, o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal foi adotado com sua meta abrangente de interromper e reverter à perda de biodiversidade até 2030.

Sabendo-se que a perda da natureza e a mudança climática ocorrem em paralelo, amplificam e agravam uma à outra. Dessa forma, é essencial que as soluções busquem resolver os dois desafios simultaneamente. Há necessidades de maior fluxo financeiro de países poluidores do clima e depredadores da biodiversidade arcarem com financiamentos aos países dependentes e em desenvolvimento, os riscos financeiros são assustadores para degradação ambiental.

 

 (*) Economista (UFAM), Engenheiro (UFAM), Administrador (UFAM), Mestre em Economia (FGV), Doutor em Economia (UNINI-Mx), Pesquisador Sênior (CEA), Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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