Passados 40 anos desde que o primeiro exemplar de um modelo da moto CG da Honda deixou a esteira da linha de produção no Distrito Industrial de Manaus, hoje Polo Industrial e, ao invés de envelhecerem, as máquinas estão mais modernas do que nunca.
Na manhã de ontem, terça-feira (4) em evento para a imprensa, a Moto Honda da Amazônia comemorou a fabricação da primeira CG, a famosa 125, que nessas últimas quatro décadas passou por várias evoluções e chega a 2016 como o veículo mais vendido no país atingindo a marca de 11.044.283 unidades, quase o dobro do veículo de quatro rodas mais vendido. Na ocasião foi lançado o novo modelo da CG, a 160 Titan, Edição Especial dos 40 anos, com produção limitada.
Paulo Takehushi, diretor-executivo de relações institucionais da Honda, comemorou os seus 38 anos como funcionário da empresa, os 45 anos da Honda no Brasil e os 40 da empresa nipônica em Manaus, “sempre acreditando no país e na Amazônia”, disse.
Já Alexandre Cury, diretor comercial da empresa, lembrou que a CG “abriu as portas de acesso às motos para os brasileiros, bem como encabeçou o line up da Honda. A CG é um modelo de vanguarda não por acaso, por isso temos um carinho especial por essa máquina, pelo alicerce que ela é para a empresa e para seus usuários”, e adiantou, “a 160 Titan Edição Especial dos 40 anos já está sendo produzida e 40 mil clientes receberão logo dessa edição para terem como recordação. Diria que a CG é uma moto tão completa que até fica difícil fazer suas campanhas de marketing, porque não sabemos qual a melhor região onde ela pode ser usada, qual o seu público alvo e como pode ser utilizada”.
Expedição 40 anos depois
Em 1976, quando a CG 125 foi lançada, o jornalista Josias Silveira fez um percurso de seis mil km com a moto, de Manaus até São Paulo, em 12 dias. Hoje, dia 5, seis jornalistas iniciarão o mesmo percurso, de Manaus até São Paulo, por dois caminhos diferentes: a Rota 1, Via Centro Oeste, vai até Porto Velho (enfrentando todos os perigos da BR-319), e depois até São Paulo, enquanto o outro, a Rota 2, Via Nordeste, vai até Belém e de lá segue pelas capitais nordestinas até Indaiatuba, em São Paulo. Os jornalistas motoqueiros pretendem fazer os percursos em dez dias, sobre a nova CG 160 Titan.
Quinho Caldas, da revista Moto; Gabriel Berardi, da Motociclismo; Marcos Barros, da Moto Adventure; Márcio Saldanha, da Duas Rodas; e Aldo Tizzani, da Infomoto disseram estar prontos para a aventura pelo Brasil sobre duas rodas. Josias, hoje com 70 anos, presente ao evento, desejou boa sorte aos colegas. “Não vou participar porque tenho negócios em São Paulo, me aguardando, senão aguentaria a expedição como quando, em 1976, tinha 30 anos”, garantiu. Durante o trajeto, os jornalistas motoqueiros irão fazer matérias para suas respectivas revistas, além de um documentário. “Quando realizei esse percurso há 40 anos, numa CG 125, não foi fácil porque as estradas eram bem piores do que hoje, mas a moto aguentou a viagem toda sem dar nenhum tipo de problema. Para você ter ideia de como as coisas mudaram nesse tempo, eu passei por vilarejos onde as pessoas não sabiam o que era uma motocicleta e se admiravam com a minha chegada, montado numa máquina estranha.
O capacete também chamava muito a atenção. As pessoas queriam saber para que eu usava aquilo”, riu.
Econômica e não dá problema
Marcelo Rodrigues, 25, é auxiliar de produção do Jornal do Commercio. Há quatro anos possui uma CG Fan 125, utilizada para se locomover ao trabalho e passear nos finais de semana. “A moto era do meu tio, aí ele comprou um carro e me deu a moto, em 2012, desde então ela está comigo. Além de econômica, praticamente não dá problema. Coloco uns 12 litros de gasolina por semana e rodo a semana inteira”, contou. O sonho de Marcelo é comprar uma CG mais nova. A Fan 125 foi produzida em 2006. “Acho bacana o design dela, mas personalizei a minha, mudando os aros e o escapamento”, disse.
Quando a CG Fan 125 foi lançada, seu objetivo era reforçar o conceito da marca de facilitar o acesso ao transporte próprio. Possui válvula Pair posicionada junto ao motor injetando oxigênio próximo da válvula de escapamento e diminuindo a emissão de gases poluentes.
Alguns destaques dos demais modelos CG, ao longo de seus 40 anos de existência foram: 1978, o lançamento do motor de quatro tempos, com menor índice de emissão de poluentes comparado aos motores de dois tempos; 1981, primeira moto no mundo movida a etanol, mais câmbio de cinco marchas; 1989, versão inédita para cargas; 1995, começou a ser exportada para a França, Inglaterra e Portugal, com capa de corrente integral, piscas diferenciados e farol redondo com lâmpada de cor amarela; 2003, a marca chega aos 5 milhões de unidades produzidas no Brasil; 2014, atinge os 3 milhões de motos Flex produzidas no Brasil e se torna a pioneira a dar três anos de garantia; 2016, novo motor de 160 e maior porte.