A infraestrutura da Manaus Moderna em relação a prestação de serviços interestaduais esteve centro dos debates no encontro que reuniu representantes do setor de navegação, no último dia 14, na sede da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviários).
A precariedade do transporte fluvial de cargas e passageiros mistos nos rios do Amazonas ainda apresenta desestruturação e tem se tornado um dos assuntos mais recorrentes entre representantes do setor.
Na ocasião o vice-presidente do Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas), Galdino Alencar, enfatizou sobre a falta de uma política em relação à Manaus Moderna, pontuando ainda o descontentamento do sindicato em virtude do não-andamento dos trabalhos de revisão da Poligonal do Porto de Manaus.
Dodó Carvalho, que é conselheiro do Sindarma e empresário da navegação, disse que o setor passou por alguns avanços no ano passado, mas que o transporte de passageiros na Amazônia ainda apresenta muitos gargalos, principalmente com a falta de regulamentação do transporte interestadual.
“Estamos confiantes porque tem um projeto para esse tipo de regulamentação o projeto está na Aleam e deve ser debatido pelo parlamento. A partir dessa regulamentação a gente vai conseguir melhorar a prestação deste tipo de serviço”.
A Manaus Moderna já possui projeto pronto, consolidado, mas, conforme Carvalho, precisa de recursos para efetivar, além de buscar apoio político para viabilizar. “É preciso concretizar a conquista desse terminal tão sonhado e necessário para quem utiliza esse modal”.
Em outro momento, ela falou ainda sobre os conflitos de competências entre os entes governamentais que atuam no setor aquaviário, o que leva à determinação de ações, que seriam, no entender dos sindicatos, de competência exclusiva da ANTAQ, como é o caso da Autorização de Funcionamento de Empresa, que é exigido pela Anvisa.
Dodó ressalta ainda que o segmento não evoluiu em termos de infraestrutura portuária na capital. “Saem de Manaus cerca de três milhões de passageiros anualmente. Parte desses passageiros passam pelo Roadway, que também é pequeno e não atende a demanda. A outra parte sai da Manaus Moderna. Lamentavelmente o setor clama por uma infraestrutura adequada para essa prestação de serviço. A gente acaba ficando sujeito a precariedade na área da Manaus Moderna em função de não sabermos a quem recorrer. Não temos a regulamentação das linhas, não temos infraestrutura portuária. Não adianta modernizar a frota de barcos sem infraestrutura adequada”, avalia.
O conselheiro do Sindarma afirma que as perspectivas para a navegação no Amazonas são sempre muito claras “nós não vamos desenvolver o Amazonas que não seja pela navegação. E isso está atrelado ao desenvolvimento do Estado, para vislumbrar um ano melhor”. Ele espera que a partir da regulamentação das linhas o setor consiga enxergar melhor a efetividade e com isso puder cobrar a qualidade na prestação dos serviços para que as pessoas possam estar satisfeitas com o tipo de trabalho oferecido.
Apoio
Na reunião, o diretor da ANTAQ, Adalberto Tokarski, fez um retrospecto sobre os assuntos que estiveram em sua pauta no ano passado, dentre eles o relativo à Manaus Moderna, de forma a que se encontre uma solução para infraestrutura da instalação, e sobre as Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte – IP4. Esses assuntos têm sido recorrentes nas falas do diretor da Autarquia junto ao Governo Federal.
O presidente da Fenavega manifestou que, em vista dos problemas elencados quanto ao transporte de passageiros, irá trabalhar na Região Amazônica, junto ao Legislativo, para que seja adotada uma legislação de acordo com anseios dos usuários do transporte de passageiros na Região.