16 de setembro de 2024

2021 – O desafio dos fortes

Mais de um século de vida, exatamente 117 anos acompanhando todas as etapas da vida de nossa cidade, que experimentou as glórias da euforia da borracha e o abandono do período pós-euforia, quando a ideia única era de uma terra onde nada florescia. No entanto, assim como os altos e baixos de nossa economia, o JORNAL DO COMMERCIO manteve em sua forma de vida uma filosofia fundamental aos fortes: ACREDITAR NA VITÓRIA!

Temos atualmente uma metrópole desenvolvida com todos os problemas e vantagens de uma grande cidade, onde a cada dia estes problemas e vitórias são repassados para a população pelo nosso Jornal do Commércio. Mesmo com a evolução dos meios de comunicação e com muitos dos veículos tombando pelo caminho, comemorar estes 117 anos é muito mais que uma simples festa de aniversário, pois mostra uma superação da evolução tecnológica e adaptação máxima, dentro de sua área, a esta evolução.

A região Norte do Brasil sempre teve um olhar diferenciado por parte dos dirigentes brasileiros, mudando apenas os objetivos e interesses. No entanto, ao longo de toda a nossa história, fomos buscando superar as visões deturpadas em relação ao nosso bioma e às nossas necessidades para conseguir nos impor ao país e ao mundo.           

A Zona Franca de Manaus que o General Castelo Branco nos deixou de legado, inicialmente como um Porto de Livre comercio e transformado neste Polo Industrial de Manaus, que atualmente é responsável por mais de vinte por cento de toda a produção bruta do norte brasileiro, foi um marco que não pode ser esquecido. Nosso Jornal certamente possui um acervo importantíssimo sobre esta história do sucesso de um povo vencedor.

Durante este período as mudanças, muito mais políticas que lúcidas, fizeram com que houvessem momentos de euforia e outros de penúria, atrapalhando um tanto este projeto que tanto tem ajudado estas plagas de nosso país. Temos sofrido principalmente por conta das disputas nem sempre justas e lúcidas de supostos defensores do meio ambiente, tanto de grupos internacionais quanto de brasileiros que, teoricamente defendem que a nossa floresta deveria ser intocável e chegam mesmo a acusar nosso Polo Industrial de favorecer o desmatamento.

Estes falsos defensores do meio ambiente, na verdade não tem a menor ideia do que dizem, pois, nossa região no que diz respeito ao estado do Amazonas, como já citei anteriormente, responsável por mais de 20% da produção bruta da região norte de nosso país, tem pelo menos 92% de sua floresta nativa preservada. Se temos estados da região norte com altos níveis de desmatamento e mesmo de péssimos atos em relação à relação com suas riquezas naturais, isso não abrange o estado do Amazonas e não podemos ser punidos em função disso.

Economicamente falando, certamente temos ainda muita coisa possível de realizar para aumentar a produção de nosso estado em muitas áreas, no que diz respeito à agricultura, mineração e produção de bens naturais. Além disso, o turismo tem sido deixado de lado com uma série de desculpas que somente reforçam a falta de comprometimento das autoridades, em todos os níveis, em reforçar a nível mundial, a imagem de nossa região de maneira adequada. O turismo poderia, se realizado de forma eficiente e planejada, ser uma fonte de renda e de emprego tão grande ou maior mesmo que as matrizes econômicas que já existem em nosso estado.

De qualquer maneira, no que tange às expectativas de futuro, já que estamos ao final de um ano que teve um grau de dificuldades completamente atípico, não custa lembrar que apesar deste grau de dificuldades, superamos em grande escala as piores previsões que foram feitas tanto a nível nacional quanto em relação ao nosso modelo produtivo em especial. As agências internacionais devem estar refazendo seus métodos ao lembrar que previram uma queda do PIB brasileiro em um nível acima de 10%.

Durante a pandemia tive a satisfação de analisar em vários momentos dados estatísticos de aumento da produção amazonense, inclusive em setores como a agricultura. Sim, a agricultura amazonense crescendo e ajudando nossa economia mostrando a todos que não somos tão dependentes do Polo Industrial como muitos querem crer. Resta acreditar que o ano que se aproxima vai trazer melhoras e assim como nosso Jornal vai continuar na vanguarda de sua área de atuação, nosso estado vai continuar com uma economia que não vai decepcionar seu povo.

Orígenes Martins

É professor, economista, mestre em engenharia da produção, consultor econômico da empresa Sinérgio

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