Carlos Silva
As gerações atuais possuem um entendimento de coragem bem diferente da minha geração. E isso é ótimo, porque me faz ter, sempre, muito orgulho da criação que tive, dos princípios e valores recebidos e que me fizeram chegar aos 65 anos. Bem vividos. O mundo mudou, e muito, para pior. Vejo crianças já viciadas em joguinhos de smartfones aqui e ali. Perdas muito grandes mesmo. Bem, sempre paguei impostos caríssimos e isso me dá o direito de não sentir pena de nada e de ninguém, que não seja meu consanguíneo. Também não discrimino e não ofendo outrem. Julgo que cada um carrega a sua cruz e a vida segue. Nesse escopo de valores e princípios, vamos observar a 22ª lei das 48 leis do poder e identificar ideias que muitos jovens e adultos seguem por aí, no nosso entorno: “ USE A TÁTICA DA RENDIÇÃO: TRANSFORME A FRAQUEZA EM PODER. Se você é o mais fraco, não lute só por uma questão de honra; é preferível se render. Rendendo-se, você tem tempo para se recuperar, tempo para atormentar e irritar
o seu conquistador, tempo para esperar que ele perca o seu poder. Não lhe dê a satisfação de lutar e derrotar você – renda-se antes. Oferecendo a outra face, você o enraivece e desequilibra. Faça da rendição um instrumento de poder”. Pode parecer que este texto saiu de um manual de prisioneiro de guerra na guerra do Vietnam. Mas, não mesmo. Você conhece alguma classe de pessoas que agem assim, com a maior naturalidade? Eu conheço. E infelizmente, esses seres humanos eu tenho que rotular como um mal necessário. Sim, pois esses indivíduos, em alguns casos desprovidos do menor valor de decência, fazem parte do grupo que interfere no nosso cotidiano. E como não tenho a ânsia do poder, me resta, apenas, aprovar, desaprovar, ignorar ou excluir das minhas orações. Nossa sorte é que eles e nós todos morreremos. Memento Mori. Já pensou se determinadas figuras famosas fossem eternas? Mas, voltando ao foco deste artigo, o livro As 48 Leis do Poder abordam vários casos no âmago da 22ª lei e, como meu destaque, o caso envolvendo o escritor alemão Bertolt Brecht. Interessante. Leia. Vale a pena mesmo. Existem outras visões no livro sobre a 22ª Lei. Mas, tem um ditado de enorme profundidade: “Quando o grande senhor passa, o camponês sábio se inclina profundamente e peida em silêncio. Provérbio etíope.” Ou seja, desde a primeira cópula neandertal, não mudamos em nada, independentemente de ideologiazinhas e maquininhas. Segue a vida ! E com cerveja gelada, é claro !
