Carlos Silva
A dinâmica da vida nos obriga a decidir, fazer escolhas ou até mesmo a criar opções, mesmo que ainda não existam. Isso pode até caracterizar coragem, mas não preenche todos os critérios desta nobre virtude humana, quando é usada para o bem e para o bem comum. Não podemos esquecer que muitos criminosos demonstraram ter uma enorme coragem, para o mal. Bem, quanto a eles, nossa educação e a realidade da vida nos preparam para saber quando e como eles irão agir. Infelizmente, nem sempre dá certo. Mas, quem disse que a vida é fácil? Por outro lado, muitos seres humanos nos enganam porque demonstram ter coragem, aparentemente. A 28ª Lei das 48 Leis do Poder, do livro do mesmo título, ensina: “Seja ousado. Inseguro quanto ao que fazer, não tente. Suas dúvidas e hesitações contaminarão os seus atos. A timidez é perigosa: melhor agir com coragem. Qualquer erro cometido com ousadia é facilmente corrigido com mais ousadia. Todos admiram o corajoso, ninguém louva o tímido.” Particularmente eu não discordo totalmente deste texto. Claro que, na minha visão, há que se analisar cada contexto em que estivermos envolvidos. Ou seja, cada caso é um caso. Sempre seremos as mesmas pessoas, não importa como e nem onde. O nosso comportamento é que pode variar. O caráter, não muda. A não ser àqueles que não o possuem. No prosseguimento dos detalhes dessa Lei, encontram-se alguns “conselhos”: “ A Mentira Quanto Mais Ousada Melhor. Todos nós temos fraquezas e nossos esforços nunca são perfeitos. Mas agir com audácia tem a magia de ocultar nossas deficiências. Os trapaceiros sabem que, quanto maior a ousadia de uma mentira, mais convincente ela é. A audácia descarada torna a história mais verídica, distraindo a atenção das suas incoerências. Ao colocar em prática uma trapaça ou participar de algum tipo de negociação, vá mais longe do que planejou. Peça a lua e ficará surpreso com a frequência com que a terá.” Se você, caro leitor, acreditar piamente que agindo desta forma conseguirá seus objetivos, siga em frente! Mas, me exclua do time que o seguirá. No entanto, entre alguns “conselhos”, um tanto duvidosos, destaco o seguinte:” A ousadia não deve ser uma estratégia por trás de todas as suas ações. É um instrumento tático, para ser usado no momento certo. Planeje e pense com antecedência, e que o elemento final seja o movimento ousado que lhe dará o sucesso. Em outras palavras, visto que a ousadia é uma reação aprendida, também se aprende a controlá-la e utilizá-la à vontade. Passar pela vida armado apenas de audácia seria cansativo e também fatal. Você ofenderia muita gente, como provam os que não conseguem controlar a sua audácia. A timidez não tem lugar no reino do poder; mas com frequência será vantajoso para você fingir que é tímido. Aí, é claro, não se trata mais de timidez, mas de uma arma ofensiva: você está iludindo os outros exibindo uma timidez, para lhes mostrar as suas garras corajosamente mais tarde.” E a vida segue! E, preferencialmente, com cervejas! Geladas!