Carlos Silva
Muitos amigos me perguntam por que eu não digito artigos sobre política no Brasil atual. Minha reposta é sempre a mesma: não me interesso por este tipo de assunto, e não posso mudar nada, apenas pago meus impostos e voto nas urnas. E a vida segue! Na minha idade, depois de tudo que vi, ouvi e fiz ao longo de 66 anos, aprendi a não carrear para mim, estresse. E política, ler manchetes de tabloides etc, não fazem parte do escopo de meus assuntos cotidianos. E vivo muito bem assim. Mas, nesta linda manhã em Manaus, estou saboreando e me deliciando com alguns livros de cabeceira que tenho. Um é o Soldado e o Estado, do Samuel Huntington. Fabuloso livro. E o outro é As 48 Leis do Poder, foco deste artigo. Um verdadeiro manual de boas maneiras, para quem tem sede de poder. Leia estes livros. São excelentes. Mas, a pouco terminei de reler os ensinamentos da 38ª Lei. Observa-se que os autores se sustentaram em casos históricos e na vivência diária. Na verdade, se julga até que são conselhos óbvios. Mas, só se considera assim, depois que você ler. Ora, somos humanos! ”Pense como quiser, mas comporte-se como os outros. Se você alardear que é contrário às tendências da época, ostentando suas ideias pouco convencionais e modos não ortodoxos, as pessoas vão achar que você está apenas querendo chamar atenção e se julga superior. Acharão um jeito de punir você por fazê-las se sentir inferiores. É muito mais seguro juntar-se a elas e desenvolver um toque comum. Compartilhe a sua originalidade só com os amigos tolerantes e com aqueles que certamente apreciarão a sua singularidade.” Eis a Lei em comento. Claro que já vimos isso, mas só percebemos bem tarde para a nossa conclusão ou para identificar aqueles amigos que “jogam para a plateia”. Mas, é a vida ! O capítulo desta Lei trata do caso envolvendo gregos, espartanos e persas, com destaque para Pausânias e Xerxes. Leia o livro, e você verá que a História se repete, sempre, pelo menos em relação às fraquezas humanas. Outro caso histórico tratado no capítulo referido, diz respeito a Campanela e suas peripécias contra a Inquisição. Muito interessante mesmo. Mas, este capítulo me trouxe bons conselhos. E um deles é
“Todos nós mentimos e escondemos nossos verdadeiros sentimentos, pois a total liberdade de expressão é uma impossibilidade social.” Veja bem, este texto está no livro e se você fizer alguma ilação com a atualidade, é interpretação sua. E, por derradeiro, neste artigo, deixo um pensamento do mesmo capítulo: “Jamais conteste as opiniões de um homem, pois nem que os dois chegassem à idade de Matusalém você acabaria de colocar em ordem todas as coisas absurdas em que ele acredita. É bom também evitar corrigir os erros das pessoas durante uma conversa, por melhor que sejam as suas intenções, pois é fácil ofendê-las e difícil, se não impossível, consertá-las.” E a vida segue, com cervejas! Geladas!