Carlos Silva[1]
Cheguei de viagem neste final de semana, e, junto com a saudade do meu canto e da família, fiquei refletindo sobre o que os outros brasileiros pensam da nossa Manaus e da nossa Amazônia. Na cidade onde permaneci por uma semana, a curiosidade mórbida de alguns patrícios se referiam à nossa capital amazonense com “pena” de queimadas, calor excessivo e seca dos rios. Minhas respostas foram redundantes: somos fortes e convivemos bem com a Natureza. E, olha que sou nascido no Rio de Janeiro, conheço bem o meu país e muitos países dos outros. E Manaus me adotou, logo, brigo pelo respeito à essa cidade. Me aprofundando na reflexão, aproveitei e fiz uma ligação com a Lei 44, em comento neste artigo, respeitadas as devidas proporções, é claro:” Desarme e enfureça com o efeito espelho. O espelho reflete a realidade, mas também é a ferramenta perfeita para a ilusão. Quando você espelha os seus inimigos, agindo exatamente como eles agem, eles não entendem a sua estratégia. O efeito espelho os ridiculariza e humilha, fazendo com que reajam exageradamente. Colocando um espelho diante das suas psiques, você os seduz com a ilusão de que compartilha os seus valores; ao espelhar as suas ações, você lhes dá uma lição. Raros são os que resistem ao poder do efeito espelho.” Minha sanidade, ainda em vigor, creio, me diz que o que ocorreu na viagem não tem nada a ver com a 44ª Lei das 48 Leis do Poder. Mas, meus instintos bairristas, me dizem que existe, sim, uma relação. Claro que as pessoas que me comentavam negativamente Manaus não eram inimigas e, tampouco, amigas. E, por sua vez, o livro em tela se consubstancia em um manual didático para aqueles que desejam, de todas as formas, alcançar o poder, que, naturalmente não conseguiriam. Enfim! Leio o livro e divulgo para os meus dois ou três leitores por mera curiosidade e vontade de dividir conhecimento. A lei em questão se divide em efeitos. O primeiro é o Efeito Neutralizador: “faça o que seus inimigos fazem, imite suas ações da melhor maneira possível, e eles não entenderão o que você está querendo – o seu espelho os cega”. Funciona? Você decide. O segundo é o Efeito Narciso: “ninguém resiste à sensação de estar sendo harmoniosamente refletido no mundo exterior, mesmo que você esteja manipulando isso para benefício deles, e com o propósito pessoal de iludir”. O terceiro é o Efeito Moral: “você espelha o que as outras pessoas fizeram para você, e faz isso de tal forma que percebem que você está fazendo com elas o mesmo que elas fizeram com você.” E o quarto é o Efeito Alucinatório: “os espelhos são tremendamente enganadores, pois criam uma sensação de que se está vendo o mundo real. Na verdade, você está vendo apenas um pedaço de vidro, que, como todos sabem, não pode mostrar o mundo exatamente como ele é: tudo no espelho fica invertido.” Tenho certeza de que você, caro leitor, não entendeu patavina. Nem eu, antes de ler o livro e entender a ideia dos autores e aprender com os “causos” que ilustram a aludida Lei. Então, leia o livro, pois o mesmo aborda formas de se pensar e agir no mundo em que vivemos. E, não necessariamente, deve ser seguido. E a vida segue! Com cervejas! Geladas !
[1] É Professor Universitário em Manaus.