23 de novembro de 2024

A Amazônia como moeda de troca

Nílson Pimentel (*)

Como cidadão, e como ainda, posso fazer manifestação de cunho político não me furtando de críticas aos fatos que a realidade nos impõe. Contudo, se vive tempos que os valores morais, éticos, caráter, familiares, cristãos, educação, cidadania e civis já não valem grandes coisas, ou nada. O quê será dos jovens e crianças no futuro com exemplos degradantes apresentados? Violações morais, da ética e de caráter estão sendo expostos por autoridades que deveriam dar o melhor exemplo, mas eles não estão interessados nessas boas práticas de civilidade e cidadania perante a sociedade. Senão vejam: as mentiras, as falácias e narrativas que fala o presidente do Brasil; as narrativas subjacentes à verdade ditas por políticos em geral; depois da picanha vem aí o subsídio ao carro popular estendido a vans, ônibus e caminhão junto com a reoneração do diesel – mais uma vez o ‘pai dos pobres’ irá lascar com a vida deles, pois vai aumentar o preço dos alimentos e preço do transporte; a total ausência de ética (indicar seu próprio advogado para o STF, tendo no Brasil grandes juristas de notável saber jurídico, é uma desgraça moral e sem ética), como prática, adotada pelo presidente como se não existisse essa falta de caráter. Entretanto, voltando-se ao tema do artigo, a Amazônia brasileira não é um problema para o Brasil, mas poderá ser a solução para o futuro, não somente do país como para o mundo. No mundo atual, o Brasil precisa firmar sua soberania sobre esse extenso território florestal e sua biodiversidade que é a Amazônia e, não viver garimpando recursos no mundo com o discurso de preservação, pois o país precisa arquitetar estruturas modelares de planejamento de alto nível para estabelecer programas e projetos para Desenvolvimento Econômico Regional na Amazônia. Como todos sabem a Amazônia no Brasil ocupa cerca de 60% de seu território, mas se estende também a mais nove países (Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Equador). Para os economistas pesquisadores do CEA (Clube de Economia da Amazônia) o Brasil precisa e deve estabelecer politicas públicas responsáveis e efetivas que albergue todos os espectros (pessoas, seres humanos que aqui habitam quais sejam mais de 30 milhões, índios, homens da floresta, ribeirinhos, caboclos e seres urbanos das capitais e cidades) e variáveis que se incluem nessa imensa área do território brasileiro, como nunca feito nesse país. O país não precisa que o presidente fique cobrando dos países ricos e desenvolvidos (G7) (países que devastaram suas florestas) a promessa de doação de US$ 100 bilhões ao ano, para os serviços de preservação da floresta amazônica, prometidos em COPs (Conferências do Clima das Nações Unidas) passadas, atraindo com atitudes subalternas, ingerências já detectadas sobre esse riquíssimo e singular território brasileiro, pois deve trabalhar sério e responsável e deixar de fazer discurso vazio. O governo brasileiro precisa ser responsável em estabelecer tais politicas públicas para a Amazônia, Urgente!!! Como consta, pré-agendado em calendário, em agosto de 2023, acontecerá em Belém do Pará, a Cúpula da Amazônia, acontecimento essencial à reunião dos chefes de Estado dos países quem compõem a AMAZÔNIA na América do Sul e que integram a OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) e para o pessoal do CEA, nesse importante evento cada país amazônico apresentará sua política pública própria, pois como todos sabem a Amazônia genericamente conhecida, não representa uma única mesma característica regional, mas existem diversidades dentre essas áreas. Ocasião que o Brasil terá a oportunidade para apresentar o programa-projetos AMAZONFACE (projeto inovador para entender como a Floresta Amazônica poderá responder às mudanças climáticas previstas para os próximos anos. Será um dos maiores laboratórios ao ar livre do mundo, e abordará uma lacuna crítica na pesquisa internacional de ciência climática). Como ressalta o pessoal do CEA, para se estruturar projetos e ações de desenvolvimento econômico regional na Amazônia e no Amazonas em particular, os investimentos em conhecimentos científicos se fazem necessários, primordialmente. Quanto ao desmatamento, as queimadas, as expansões de áreas de pastos para a pecuária e para agricultura, as atividades extrativas predatórias que impactam o clima, o regime das águas, do pescado, das arvores na floresta, etc, devem ser contemplados de uma política pública para desenvolvimento econômico regional na Amazônia, não basta somente combater as queimadas, se exige mais responsabilidade do governo federal sobre esse extenso território que levem em consideração todos esses aspectos. . Visto por esse prisma, a Amazônia é um ativo econômico bem sensível a todas as externalidades predatórias que afetem seu equilíbrio biomático. A Amazônia como rain forest possui toda uma cadeia de sistemas que influencia o sistema climático no Brasil e no mundo, havendo toda um a pressão de terceiros países para que o Brasil trate de sua preservação dessa imensa cobertura vegetal tropical pois há diversas acusações e indícios em que as mudanças no clima da terra sejam causada pelas queimas de combustíveis fósseis, pelos desmatamentos e queima da floresta Amazônia, causando graves ameaças à própria Amazônia. Assim se manifesta o contexto do AMAZONFACE; “Mudanças rápidas no clima da Terra causadas pela queima de combustíveis fósseis e desmatamento representam uma grave ameaça para as florestas da bacia amazônica. Prevê-se que as temperaturas mais quentes e as condições mais secas causem uma grande “savanização” da floresta, o que ameaçaria a economia, o bem-estar social e o capital natural da região através de mudanças, por exemplo, na produção agrícola e no fornecimento de energia hidrelétrica. As implicações são globais: as florestas da Amazônia regulam o clima através da ciclagem do carbono, da água e da energia; elas também abrigam uma grande fração da biodiversidade mundial e prestam serviços substanciais a toda a humanidade. O impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas tropicais, no entanto, é altamente incerto. Reduzir essa incerteza é fundamental para orientar políticas de desenvolvimento futuras para a região amazônica, bem como avaliações globais da vulnerabilidade do ecossistema às mudanças climáticas”.  Nesse contexto continua “O programa AMAZONFACE destina-se a resolver uma fonte chave dessa incerteza: o potencial do aumento das concentrações atmosféricas de CO2 – que é a real causa direta das mudanças climáticas – em proteger as florestas tropicais contra os efeitos deletérios das mudanças climáticas, estimulando o crescimento e a resiliência da floresta à secas. A existência, a magnitude e a duração deste efeito de fertilização por CO2 nas florestas tropicais permanecem em grande parte indeterminadas, apesar de sua potencial importância para o ciclo global do carbono. Um Experimento de Enriquecimento de CO2 ao Ar Livre (FACE – Free-Air CO2 Enrichment) é a abordagem científica mais direta e robusta para reduzir essa incerteza. Nenhum experimento como este já foi tentado em uma floresta tropical, apesar do reconhecimento de longa data pela comunidade científica e política da necessidade de tal experimento”. A equipe de pesquisadores cientistas da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) responsáveis pelo AMAZONFACE em conjunto com outros pesquisadores cientistas, como a equipe inglesa, trabalha no projeto para; “Para colocar a tecnologia FACE em prática, estamos construindo anéis em um território reservado para pesquisa na Floresta Amazônica”. Cada anel tem 16 torres de 35 metros de altura e 30 metros de diâmetro, que circundam cerca de 50 árvores adultas. É por meio dessas torres que será liberado o ar enriquecido com CO₂. Entre elas, há dois canos com furos que liberam o ar enriquecido com CO2. Dentro desses anéis, sensores de monitoramento medem a concentração de CO₂ no ar. Nestes anéis vamos medir a resposta de toda a biodiversidade ao aumento do nível de gás carbônico, desde as raízes das plantas e do solo até a copa das árvores. Isso nos ajudará, a saber, como agir quando as mudanças climáticas se agravarem ainda mais na região da Floresta Amazônica. O programa dessa pesquisa internacional é coordenado por David Lapola, do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, e Carlos Alberto Quesada, do Inpa/MCTI (Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) em cooperação internacional com o governo do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, representado pelo Ministério das Relações Exteriores, Comunidade de Nações e Desenvolvimento (FCDO) e implementado pelo Met Office (serviço de meteorologia britânico).(*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador Sênior, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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