Não perca! Este artigo foi escrito com zelo para você, aluno(a), administrador(a), engenheiro(a), empresário(a) e/ou professor(a)! Na publicação anterior, abordou-se como o Reino Unido deseja liderar a transição para um futuro sustentável e verde até 2050. Neste artigo, descubra o impacto que a região teve durante a Revolução Industrial e o que estão fazendo agora para gerar novos impactos positivos na indústria, apoiando a transição para uma economia verde, gerando empregos e protegendo o meio ambiente. Além disso, você terá acesso a material exclusivo obtido em Manchester, berço da Revolução Industrial.
No último sábado, 22 de abril de 2023, tive a oportunidade única de visitar o famoso Science and Industry Museum (https://www.scienceandindustrymuseum.org.uk/), momento aguardado, pois sou educador e pesquisador em áreas relacionadas à Engenharia de Produção. Então, se você está estudando ou leciona Teoria Geral da Administração, Introdução à Engenharia e temas correlatos, compartilho este link <https://bit.ly/3Nb9Y0C> com fotos e dois vídeos que autorizo serem utilizados para enriquecer as aulas sobre as inovações e os maquinários empregados ao longo da Revolução Industrial.
Bem, este seleto Museu está no berço da Revolução Industrial, no centro de Manchester, cidade que mais uma vez me acolhe para fazer o pós-doutorado na Alliance Manchester Business School < https://bit.ly/35PiZ9R>. Ele preserva e exibe a história da C&T e indústria britânicas por meio de exposições interativas, galerias e atividades que possibilitam aos visitantes explorar os avanços e inovações que deram origem ao mundo moderno.
Dentre as exposições, encontra-se a Galeria de Máquinas Têxteis, a qual abriga a maior coleção de máquinas a vapor e têxteis em funcionamento do mundo. Além disso, estão presentes a Manchester’s Rolls-Royce e a Revolution Manchester, que retratam a história de Manchester como a Cottonopolis (Cidade do Algodão), destacando sua relevância na Revolução Industrial, bem como os impactos sociais, econômicos e ambientais decorrentes dessa época.
Esta visita nos lembra que há mais de dois séculos e meio, parte do RU, Inglaterra, lançou e liderou a Revolução Industrial, causando impactos significativos na economia, na inovação e na geração de empregos, tanto naquela região como no restante do mundo.
A rápida expansão da produção manufatureira e a adoção de novas tecnologias e processos industriais permitiram que muitos países acelerassem sua própria industrialização. Por exemplo, a partir do final do século XVIII e início do século XIX, os EUA adotaram muitas das inovações britânicas em suas próprias indústrias têxteis, de ferro e de carvão. Isso permitiu que sua economia se desenvolvesse rapidamente e se tornasse uma das maiores do mundo.
Da mesma forma, a Revolução Industrial teve um grande impacto na economia japonesa durante o período Meiji, a partir do final do século XIX, pois o país adotou muitas das tecnologias e processos industriais da Europa, incluindo a produção em massa, e desenvolveu sua própria indústria pesada, permitindo que se transformasse em uma potência industrial em apenas algumas décadas.
Quanto à geração de empregos, a Revolução Industrial também teve um grande impacto em todo o mundo, embora nem sempre tenha sido positivo. A mecanização da produção levou à substituição de muitos trabalhadores por máquinas, o que resultou em desemprego e subemprego em muitas áreas. No entanto, a criação de novas indústrias e a expansão das atividades econômicas também criaram muitos empregos, especialmente em setores como a construção, transporte e comércio.
Passados mais de dois séculos e meio, e em plena pandemia que nos assolou, há a impressão de que este país está tentando realizar uma nova revolução Industrial, desta vez verde, pois em 18 de novembro de 2020, o Governo Britânico aprovou o Plano de Dez Pontos para uma Revolução Industrial Verde com o objetivo principal de acelerar a transição para uma economia mais verde e sustentável, combatendo as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, estimulando a criação de empregos e o crescimento econômico. O plano abrange uma variedade de áreas, incluindo energia limpa, transporte, conservação de recursos naturais e tecnologias inovadoras.
Para se ter ideia do volume de recursos e impacto na criação de empregos, este plano mobilizará cerca de £12 bilhões (R$ 75,4 bi) em investimentos do governo e, potencialmente, três vezes mais do setor privado, para criar e apoiar até 250.000 empregos verdes, distribuídos em dez áreas, algumas das quais resumo abaixo:
1ª) Energia Eólica Offshore
Metas até 2030: M1) produzir 40 GW de energia eólica offshore (turbinas eólicas instaladas no mar, grandes rios ou lagos), incluindo 1 GW de inovação eólica offshore flutuante nas partes mais ventosas de seus mares; M2) apoio para até 60 mil empregos; £ 20 bi de investimento privado.
Além disso, projetam uma economia de 21Mt CO2 entre 2023 e 2032, ou 5% das emissões do RU em 2018.
Para apoiar essa indústria em expansão, eles investirão £ 160 milhões (R$ 1 bi) em portos modernos e infraestrutura de manufatura, proporcionando empregos de alta qualidade nas regiões costeiras.
2ª) Hidrogênio de baixo Carbono
Metas até 2030: M3) desenvolver 5 GW de capacidade de produção de hidrogênio com baixo teor de carbono; M4) beneficiar cerca de 8.000 empregos em centros industriais e áreas adjacentes, com potencial de alcançar até 100.000 empregos até 2050 em um cenário de alta Rede Zero de Hidrogênio.
Isso será apoiado por uma série de medidas, incluindo um Fundo de Hidrogênio Líquido de £ 240 milhões e estabelecendo, em 2021, modelos de negócios de hidrogênio e um mecanismo de receita para atrair investimentos do setor privado (cerca de £4 bi até 2030).
Eles projetam uma economia na ordem de 41Mt CO2 entre 2023 e 2032, ou 9% das emissões do RU em 2018.
Os demais pontos do plano são Energia Nuclear, Mobilidade Elétrica e Veículos de baixa emissão, Transporte público, Ciclismo e Caminhada, Transporte Marítimo com Baixa Emissão, Casas e Edifícios mais Eficientes Energeticamente, Captura e Armazenamento de Carbono, Proteção e Restauração de Ecossistemas Naturais, Tecnologias Inovadoras Verdes e Financiamento para a Transição, os quais deixo como lição de casa para o(a) leitor(a) estudar em um documento com 38 páginas <https://bit.ly/40BO7mm>.
Finalmente, com base nesses dez pontos, pode-se concluir que a proposta representa uma nova revolução industrial focada na sustentabilidade, na transição para uma economia verde e no combate às mudanças climáticas, uma abordagem holística e integrada que pode servir de modelo para outros países, incluindo o Brasil, oxalá um dia isso aconteça.