O mundo tem deficit global de investimentos em saúde mental e o Brasil está entre os países com o maior número de pessoas ansiosas, sendo o 5o mais depressivo. O artigo aborda sobre os fatores, os hábitos, eventos, estatísticas, bem como aponta material para governos e empresas refletirem sobre como melhorar a saúde mental dos seus cidadãos e trabalhadores.
Para a OMS <https://bit.ly/3MpbdGS>, saúde mental é estado de bem-estar no qual um indivíduo realiza suas próprias habilidades, pode lidar com o estresse normal da vida, ser produtivo e capaz de contribuir para sua comunidade. Além disso, a saúde mental é fundamental para nossa capacidade coletiva e individual como seres humanos na arte de pensar, se emocionar, interagir, ganhar e aproveitar a vida.
Por outro lado, uma desordem mental está associada a vários fatores: exclusão social, violação dos direitos humanos, redução do nível de padrão de vida, condições estressantes de trabalho, perda de um familiar, maus hábitos, etc.
Para a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) os determinantes da saúde mental e transtornos mentais incluem não apenas atributos individuais, mas também fatores sociais, econômicos, políticos e ambientais, tais como proteção social, políticas nacionais, padrões de vida, apoio comunitário e as condições de trabalho <https://bit.ly/3vHIc3l>.
Do ponto de vista individual, segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista <https://bit.ly/3hEtzFC>, cerca de 21 hábitos podem prejudicar a saúde mental de uma pessoa, dos quais destaco quinze, com algumas adaptações: 1) vício, seja ele de cigarro, álcool, drogas ou uso excessivo de redes sociais; 2) procrastinar; 3) estar em relações tóxicas; 4) não saber manter relações saudáveis com as pessoas; 5) negligenciar a alimentação; 6) sedentarismo; 7) vitimização; 8) ser extremamente complacente, aceitando tudo e não expressando sua opinião; 9) não saber aproveitar a vida, viver o presente, o agora; 10) levar tudo muito a sério, sem senso de humor; 11) querer abraçar o mundo, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo; 12) trabalhar ou estudar demais, não tendo momentos para relaxar; 13) negligenciar o descanso, o sono; 14) ego forte, não procurar ajuda quando as coisas ficam difíceis; e 15) não gostar de ficar só, falta de conexão consigo mesmo (a).
Em ambientes de trabalho, alguns fatores de risco são: 1) bullying, assédio moral, sexual ou psicológico; 2) desorganização, com repetição de erros, retrabalhos; 3) falta de padrões, procedimentos; 4) falta de autonomia; 5) baixo ou nenhum reconhecimento; 6) acúmulo de funções sem ter os meios adequados para executá-las; 7) ser comandado por um gestor despreparado ou com baixo compromisso com o setor/departamento (acontece muito em serviço público, com cargo indicado); 8) metas inalcançáveis; 9) horas excessivas de trabalho, incluindo sábado, domingo ou feriados; 10) número excessivo de disfunções burocráticas; 11) ameaça de desemprego; 12) fofocas, comunicação ineficiente ou desencontro de informações; 13) baixa participação do colaborador na tomada de decisão; 14) excesso de cobranças com baixo nível de apoio ao trabalhador; 15) atrasos no pagamento do salário ou benefícios; 16) promoção de bajuladores, sem critério técnico, alijando do processo aqueles colaboradores mais competentes; 17) gestor ruim, tóxico; 18) distorção das funções; 19) distribuição inadequada de responsabilidade e/ou autoridade; 20) infraestrutura inadequada, etc.
Do ponto de vista nacional, uma série de eventos têm contribuído para afetar a saúde mental e a autoestima dos brasileiros, tais como a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1 durante a Copa das Copas, revelação com fartas provas de esquemas de corrupção (mensalão, petrolão, rachadinhas, orçamento secreto) capitaneados por partidos e políticos endeusados por uma parcela da população, pedaladas fiscais, recessão profunda, enterramento da Lava Jato, instabilidade política, adoção do negacionismo e das fake news como forma de governo, alta taxa de desemprego, pandemia, guerra na Ucrânia, falta de políticas públicas eficazes para proteger o cidadão contra a Covid19, bem como ausência de programas eficazes de apoio a saúde mental dos brasileiros.
Entre os transtornos mentais mais comuns estão a ansiedade e a depressão. O primeiro é caracterizado por medos ou preocupações exagerados, gerando palpitações, insônias, boca seca, tonturas, dor de cabeça, etc. O segundo transtorno tem como sintomas a tristeza profunda, pessimismo, desânimo, perda de apetite, perda de interesse por atividades que outrora eram consideradas divertidas, dificuldade de concentração, podendo levar a outras doenças e até ao suicídio.
Do ponto de vista global, um estudo realizado em 2017 <https://bit.ly/3tvY6Li> estimou que 792 milhões (10,7% da população global) viviam com algum tipo de transtorno de saúde mental, dos quais 3,8% sofriam com ansiedade e 3,4% com depressão. E de acordo com a OMS, o Brasil está entre os dez países com mais alta taxa de depressão (5o lugar; 5,8%), atrás da Ucrânia, EUA, Estônia e Austrália <https://bit.ly/3hIWB76>.
Um outro estudo publicado em maio/21 sobre a saúde mental durante a pandemia da Covid19 <https://go.nature.com/36V7PDe> revelou que embora estimativas variem entre países, os dados globais sugerem 28% com depressão, 26% com ansiedade e 24,1% para sintomas de estresse pós-traumático.
E o novo Atlas de Saúde Mental da OMS <https://bit.ly/3Kk150d> publicado em 2021 revelou um cenário decepcionante, uma falha mundial em fornecer serviços de saúde mental, justamente no momento em que a pandemia avançou contra as populações.
O cenário é desafiante e neste link <https://bit.ly/3HYjDlf> a OMS aponta algumas boas práticas que podem ser úteis aos governantes. Para as empresas, a OMS também oferece sugestões <https://bit.ly/35zqm7J>, se houver interesse, estudem este artigo <https://bit.ly/3Mo3k4p>, pois há recomendações envolvendo 8 dimensões: cultura, planejamento, recursos, políticas e práticas, infraestrutura, liderança, inovação e indicadores de resultados. Outra dica é o Programa de Saúde Mental da MindBeacon, uma das empresas vencedoras do Prêmio Great Place to Work em 2021 <https://bit.ly/3IP7csX>.