As médias e grandes cidades brasileiras sofrem de diversos problemas crônicos, como por exemplo, na área da mobilidade urbana, de maneira que a população tem dificuldades para ter o seu deslocamento com rapidez, agilidade e segurança, o que acaba por impactar, muitas vezes, no direito de ir e vir das pessoas. Este tipo de situação geralmente ocorre em virtude do aumento populacional não previsto e pela falta de um planejamento macro de gestão e infraestrutura, que englobe todas as nuances da cidade com a efetivação de políticas sérias, eficazes e robustas, para auxiliar no processo de administração destas localidades.
Este tipo de situação pode ser resolvida com investimentos em soluções tecnológicas, trazendo assim a concretização de uma cidade inteligente no dia a dia da sociedade. Conhecidas também como smart cities, as cidades inteligentes são as que adotam novas tecnologias com o objetivo de melhorar e otimizar a gestão pública e a infraestrutura urbana, de forma a torná-la mais efetiva, com a melhoria na qualidade de vida em geral.
São inúmeras as definições do que é uma cidade realmente inteligente. Podemos defini-la como aquela que utiliza tecnologia para melhorar os espaços e os serviços públicos, otimizando a eficiência político-econômica e sendo base para o desenvolvimento do município. Mas esse conceito é tão amplo, que abrange desde uma cidade que implanta sensores de Internet das Coisas conectados nas ruas para monitoramento do trânsito em tempo real, como também cidades que passam a privilegiar espaços verdes e meios de transporte públicos e alternativos à gasolina. Uma cidade como Manaus, por exemplo, já teria condições de ser um exemplo de cidade inteligente, principalmente aliada à sustentabilidade e ao uso racional dos recursos naturais. Mas infelizmente isso ainda não é uma realidade.
É preciso se considerar que mais do que apenas os serviços ou materiais inteligentes, subentende-se que uma cidade realmente inteligente é um espaço onde vivem governos e sociedades mais inteligentes também, na qual a tecnologia é apenas um instrumento. Desta forma, esta vem a ser mais que apenas um espaço urbano que utiliza tecnologia de ponta, mas é também um lugar que é pensado para as pessoas, com foco na inclusão social, na diminuição da desigualdade e pautada pela sustentabilidade. Uma cidade segura e autorregenerativa, que seja capaz de responder e corresponder de forma célere às demandas do povo. A tecnologia da cidade inteligente permite que as autoridades tenham uma interação diretamente com a população, proporcionando a participação dos cidadãos nas questões relacionadas à infraestrutura da comunidade, como por exemplo, o monitoramento daquilo que está acontecendo na localidade e se está ou não progredindo.
As tecnologias de informação e comunicação são usadas para melhorar a qualidade, o desempenho e a interatividade dos serviços urbanos, reduzindo os custos e o consumo de recursos, aumentando o contato entre cidadãos e governos. As cidades inteligentes podem ajudar tanto o poder público a reconhecer ou a se antecipar aos problemas que se apresentem, quanto o cidadão também, uma vez que este pode ser um agente capaz de produzir informações, auxiliando a mapear, discutir e enfrentar as dificuldades encontradas.
