Um absurdo o preço do ovo de galinha em Manaus, fico imaginando em alguns municípios do interior. Nos bairros da capital, a unidade do ovo (um ovo) já custa R$ 1. Sabemos que o fato de não ter produção de milho no Estado para atender a demanda local é um fato real que eleva o preço. Contudo, no Rio de Janeiro, que também não tem produção de milho, e o ovo de galinha é importado de Mato Grosso, mesmo local de origem do importado pelo Amazonas, está saindo a R$ 15,99 (cartela com 30 unidades) para entrega em domicílio. Aqui, o importado está saindo por R$ 22,99 a cartela com 30 ovos. O ovo regional, da Granja São Pedro, está saindo por R$ 25,87 a cartela de ovos (branco) com 30 unidades. A cartela dos ovos vermelhos da São Pedro está saindo a R$ 27,47 com 30 unidades. Semana passada, ainda comprei a cartela dupla da São Pedro, mas entendo que é preciso avaliar melhor as condições de mercado do produto regional e também do importado.
Pior de tudo, é que setores travam a produção de grãos no Amazonas o que encarece, e muito, a produção de carne e ovos em nosso Estado. Temos que lembrar que metade do Estado está na pobreza. Quem tem remuneração mensal reclama, mas compra (meu caso). E quem não tem remuneração mensal, como fica com esses preços? Repito, um real o ovo nos bairros de Manaus. Quase 10% do salário mínimo se a pessoa comer só três por dia, fora o arroz e o feijão.
Repito, é preciso avaliar o preço dos produtos regionais e dos importados. Recentemente houve mudança na legislação que passou pela Aleam (Assembleia Legislativa). Qual o reflexo dessa mudança? Foi positiva? Negativa? Quem ganhou? Quem perdeu? Todo mundo perdeu? Todo mundo ganhou?
É sempre bom lembrar que o governo federal tem dois instrumentos de apoio à comercialização para apoiar os criadores rurais. O leilão está parado porque praticamente o estoque público de milho está zerado.
O que ainda existe de estoque público foi direcionado para o Programa Vendas em Balcão, contudo, o preço de venda no Amazonas está em patamar que já fez quebrar muitos criadores e muitos ainda vão deixar a atividade.
Poucos meses atrás, o governo federal colocou em prática a “MP do milho” para tentar renovar o estoque público de milho. O resultado não tem sido o esperado, embora em algumas localidades esteja funcionando. No Amazonas, nem tentado foi comprar através da MP porque o estoque de milho ainda é alto, sendo travado por causa do alto preço.
É bom ressaltar que essa MP do Milho para sair, ser editada, teve apoio integral da Faea, do Sistema CNA, mas infelizmente nossas autoridades parlamentares não dialogam com o setor primário da forma como deveria, unida, e não isolada.
Só o programa ZFM tem essa união, ainda bem, mas penso que as duas coisas podem andar juntas. Aliás, tem que andar juntas, é só lembrar do recente caso do “IPI”.