Em: 11 de abril de 2025

Em um momento de reflexão e reminiscências, para evitar dizer saudades, me recordei de uma passagem, há anos, muito anos, onde eu estava realizando trabalhos no interior da nossa Amazônia, juntamente com alguns profissionais de outros países. Em dado momento, estava, eu, às margens de um dos nossos grandiosos e imponentes rios, quando se aproximou um colega, de Israel, e, junto comigo, ficou se deliciando com aquela imagem, típica da nossa região: o eterno movimento da vida no rio. Ele me olhou e disse: “como é que vocês têm tantos problemas, com tanta água disponível?” Pensei um pouco para tentar, em rápidas palavras, oferecer o que seria um resposta, no mínimo, adequada. “Nossas referências são distintas e devemos tudo isso à geografia e à natureza”. Ele gostou da minha colocação, onde, percebeu-se, que evitei o bairrismo e a xenofobia. Então, nesta semana, em conversa com um casal vizinho, a esposa comentou comigo:” aqui tem muita chuva e eu não gosto”. Refleti, e, longe de querer ser grosseiro, mas, fervoroso defensor da nossa Amazônia e da nossa Manaus, eu disse, sorrindo: “ a senhora vai mudar de ideia em setembro e outubro”. Mais tarde, conversando com os meus botões, tentei entender por que existem pessoas que reclamam da natureza. Existe aquele ditado: “os incomodados que se retirem”. E, como toda sabedoria popular, funciona. E muito. Então, eu tive dois átimos onde se manifestaram duas visões diversas sobre a mesma natureza. E, nesta linda manhã, no momento que digito este artigo, olho para a janela e vejo o nascer do sol, “emergindo” das águas do rio Negro. Lindo espetáculo ! E nos é ofertado, de graça ! E a vida segue ! Com cervejas ! Geladas!

Carlos Alberto da Silva

Coronel do Exército, na Reserva, professor universitário, graduado em Administração e mestre em Ciências Militares
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