23 de novembro de 2024

Amazônia e o Fórum Econômico Mundial

Nilson Pimentel (*)

Mais uma vez o Brasil teve pouca ou quase nenhuma representatividade em Davos 2024, no Fórum Econômico Mundial, no qual as ausências dos principais mandatários do mundo esvaziaram o Fórum, Joe Biden dos USA, Xi Jinping da China e de Vladimir Putin da Rússia (que nem convidado foi), mas o presidente da Ucrânia, “o pedinte” Volodymyr Zelensky e o recém-eleito presidente da Argentina Javier Milei, além do “atrapalhado” presidente Emmanuel Macron da França, estiveram presentes. O Fórum Econômico Mundial de 2024 está, de fato, esvaziado. Também estiveram longe desse Fórum os primeiros-ministros, indiano Narendra Modi, o japonês Fumio Kishida e o alemão Olaf Scholz. O Brasil defende o diálogo em Moscou e Kiev, conforme o assessor internacional Celso Amorim. As discussões sem a participação russa não têm nenhum futuro, disse Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, sobre evento de caráter ocidental realizado em Davos. Na verdade, “esta conversa é só para falar”. “É um processo que não é direcionado e não pode ser direcionado a alcançar um resultado concreto por uma razão óbvia e simples: não participamos lá”, disse ele à imprensa russa. Afinal o que é o Fórum Econômico Mundial (FEM), foi fundado em 1971 por Klaus Schwab, um economista e professor suíço-alemão, na tentativa de promover a cooperação global em questões políticas, sociais e econômicas. Tendo por objetivo reunir os setores público e privado para encontrar soluções para problemas globais, algo que continua a ser um dos seus princípios fundadores da organização que visa “melhorar o estado do mundo”, segundo a sua declaração de missão, como organização internacional sem fins lucrativos, atualmente sediada em Davos, perto de Genebra, Suíça. O Fórum serve como um catalisador de ideias e publica uma vasta gama de relatórios sobre questões relevantes nos campos da competitividade, riscos globais e planejamento de cenários. O evento reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo economia, saúde e meio-ambiente e sistemas climáticos. A participação na reunião anual se dá apenas por meio de convite, com aproximadamente 2200 participantes se reúnem para um evento de cinco dias e participam de cerca das 220 sessões do programa oficial. As discussões focam questões essenciais de preocupação global (como conflitos internacionais, economia, pobreza, desigualdades sociais e problemas ambientais e climáticos) e as possíveis soluções. Um dos princípios fundadores do Fórum Econômico Mundial são a imparcialidade e a independência em face de interesses particulares, mas o evento é frequentemente criticado por propiciar uma permeabilidade entre as esferas política e empresarial.  Ao longo de Promenade, a principal Avenida de Davos, existem as chamadas “casas”, onde as empresas podem alugar espaços para instalar embaixadas ou para receber visitantes e realizar reuniões. Também, há críticas que alegam que o Fórum de Davos é uma força maligna no mundo, alegando que é contraditório pedir a bilionários e elites acusados de estar na origem dos maiores problemas do mundo para resolverem esses mesmos problemas. Por outro lado, também alegam que uma das principais críticas feitas todos os anos aos organizadores do Fórum, por exemplo, é a hipocrisia de ter a crise climática na agenda da reunião, enquanto um em cada 10 participantes em 2023 viajou de jato privado para chegar a Davos. Assim sendo as discussões sobre o clima no mundo continuam em pauta, o que traz a Amazônia ao cerne dos debates e mais uma vez ela é utilizada como moeda de troca, servindo a alguns interesses, políticos e estratégicos.  A ministra do meio ambiente continuou apresentando a “controle brasileiro” sobre o desmatamento, a caça ao garimpo ilegal, os cuidados com o povo primitivo dos Ianomâmis, cuidados sobre o meio ambiente nos biomas brasileiros e na Amazônia, a busca de doadores de recursos para “salvar a Amazônia”, etc. E a Amazônia continua necessitando de políticas capazes de reduzir a pobreza e a grave desigualdade social que possa contribuir para mudar metas e objetivos econômicos regionais e que estimule o crescimento econômico regional sustentável em benefício dos povos amazônicos, que a torne mais resiliente aos riscos como as mudanças climáticas e destruição de ecossistemas, como ocorreu em 2023, com a severa seca (vazante dos rios).

 (*) Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador Sênior, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

Nilson Pimentel

Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]

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