Durante uma audiência no Senado Federal com a presença do Ministro da Justiça, o senador Omar Aziz, apontado como possível candidato ao governo em 2026, fez um pronunciamento que deveria servir de reflexão para autoridades públicas e privadas do Amazonas. Alguns aspectos levantados merecem análise mais aprofundada. Essa manifestação, registrada em vídeo, pode ser encontrada no site www.thomazrural.com.br, de minha responsabilidade. Vamos explorar:
O senador afirmou que “não tem um município do Amazonas que o narcotráfico não tomou conta…”. Isso é um fato inquestionável! Diante disso, é preocupante que alguns especialistas em clima e ambiente, intelectuais e até políticos utilizem o argumento de que o modelo PIM/ZFM resolve todos os problemas do Amazonas. Como sempre tenho dito, usar esse discurso é um tiro no pé desnecessário.
Ele também declarou que “entra droga à vontade no Amazonas…”. Mais uma vez, é um erro grave afirmar que o modelo PIM/ZFM protege nossas fronteiras. Recentemente, vi esse argumento sendo usado em uma nota de uma entidade privada que respeito muito. É uma narrativa que precisa ser corrigida com urgência.
O senador ainda disse que “as Forças Armadas não fazem absolutamente nada… estão paradas”, complementando que “não é especialidade delas, falta condição e treinamento”. Nesse ponto, discordo do senador. As Forças Armadas realizam diversas ações importantes, mesmo com limitações estruturais.
Quando ele fala em “ocupar espaço”, entendo que essa ocupação deve incluir tecnologias da EMBRAPA e assistência técnica efetiva — e não a da FAS, que, até o momento, não demonstrou resultados práticos. Seria interessante o senador, já na posição de pré-candidato ao governo, investigar quem foram os profissionais que receberam milhões da FAZ (Fundação Amazônia Sustentável) para prestar “assistência técnica” no Amazonas. O espaço deve ser ocupado com atividades lícitas que gerem emprego, renda e alimentos para a população, e não com o que vemos nas operações da PF.
Por fim, o senador mencionou que a Polícia Federal nem binóculos possui para combater os ilícitos. Enquanto isso, entidades como o IDESAM e SUFRAMA, com recursos das indústrias do PIM, desperdiçam milhões em direções que não trazem resultados concretos.
Ainda sobre o tema “ocupar espaço”, é essencial lembrar que o Amazonas continua sem o ZEE (Zoneamento Econômico Ecológico), uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento sustentável da região. Sem o ZEE, qualquer ação será limitada e descoordenada, comprometendo ainda mais o futuro do estado. O Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) é uma ferramenta de planejamento ambiental e territorial que organiza o uso do solo e dos recursos naturais com base nas características socioeconômicas e ambientais de uma região, promovendo o desenvolvimento sustentável.
24.12.2024
Thomaz Meirelles, administrador, servidor público federal, especialista na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected] ou [email protected]