Ainda estamos aqui para resistir ao que der e vier do governo central lulista. Aumento de preços dos alimentos, aumento de preço dos combustíveis que repercutirá na cadeia alimentar e demais bens de consumo que circulam no Brasil, justifique o governo ou não.
A vida continua com Lula falando asneiras e assuntos que não sabe, como por exemplo: “o Brasil está crescendo”, mas que é preciso “evitar que os preços dos alimentos continuem prejudicando o povo brasileiro” “Estamos trabalhando com a ideia de que, 1º, vamos controlar a inflação”, diz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também disse “que a inflação no Brasil está razoavelmente controlada”. Segundo ele, o governo leva “muito a sério” a questão.
A taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do Brasil foi de 4,83% em 2024, acima da meta de 3% e do teto de 4,5% impactando principalmente os mais pobres. Os preços dos alimentos subiram e pressionaram a taxa, especialmente as carnes e o café e, agora o ovo.
Lula disse que o governo vai “trabalhar com muito afinco” para “colocar as coisas nos eixos” na questão econômica. “Eu tenho uma reunião com o pessoal da carne, com o pessoal do Ministério da Agricultura, para que a gente encontre uma solução de fazer com que esse alimento chegue na mesa do trabalhador, compatível com o poder aquisitivo do trabalhador”, declarou.
Lula diz “que economia brasileira vai surpreender em 2025 e que acredita na circulação de dinheiro no mercado e que isso fará o PIB (Produto Interno Bruto) do país avançar neste ano assim como ocorreu em 2023 e 2024”. Como se fosse fácil assim, sem levar em consideração os outros fatores.
Também em Belém, ele reclamou que “o pessoal do COPOM (Comitê de Politica Monetária) e os empresários usam muito a chamada macroeconomia, mas eu trabalho muito a microeconomia” e disse que o que vale para ele é a quantidade de dinheiro circulando, pois, “não tem milagre na economia, tem de fazer o óbvio”. Lula repetiu “que os trabalhadores que ganham R$ 500 não compram dólar ou investem em título do Tesouro, mas compram alimentos e itens básicos para o dia a dia”. “Esse dinheiro volta imediatamente para o mercado. O mercado tem de contratar mais um emprego. A fábrica tem de contratar mais. É isso que está fazendo a economia brasileira surpreender os chamados especialistas, os analistas na televisão, que nunca dão uma notícia boa. Nunca acreditam em nada. É sempre desgraça. Como sou um cara que veio de baixo, trabalhei muito tempo e acredito nessa circulação de recursos, vou dizer o seguinte: surpreendemos em 2023 e 2024, vamos surpreender em 2025 e vamos continuar crescendo”, afirmou o presidente.
Para muitos analistas da economia brasileira parece que o atual presidente não vive no país e não é o responsável pelo sistema econômico brasileiro, pois apresenta a cada dia, contradições elementares de quem desconhece a realidade do Brasil. Vejam o fato do Brasil sediar a COP30 em novembro em Belém do Pará, ou seja na Amazônia que até em 2024 foi o bioma que mais queimou no Brasil.
Também, o presidente está com birra contra o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) sobre licenças ambientais para a PETROBRÁS prospectar petróleo na Foz do Rio Amazonas e no litoral do Amapá. Ressalte-se que o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) aprovou nesta terça-feira (18/02) a participação do Brasil no Fórum de Diálogo da OPEP+, grupo de países aliados da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Mesmo sob críticas de entidades que atuam na causa ambiental por sinalizar interesse na exploração contínua de petróleo em um momento que se discute a necessidade de descarbonização da economia brasileira como parte da luta contra a crise climática mundial e que são contrarias as estratégias, propósitos e compromissos do Brasil apresentados em DAVOS, no Fórum Econômico Mundial em janeiro de 2025.
O Brasil vai na contramão, diz especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, Camila Jardim. “Em ano de COP30 no Brasil, e de dez anos do Acordo de Paris e em meio a mais uma onda brutal de calor e recordes sucessivos de temperatura, o Brasil está na contramão ao buscar integrar a OPEP+, um grupo que funciona como um cartel do petróleo e que trabalha para sustentar preços lucrativos por meio do controle da oferta. Isso coloca o papel de liderança climática do Brasil em risco e, no mundo atual, essa é uma liderança que o país precisa muito.”
Sinal de retrocesso do governo, diz Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima. “A adesão do Brasil a qualquer instância da Opep é mais um sinal de retrocesso do governo. Continuar a abrir novas áreas de exploração de combustíveis fósseis em meio ao calorão que estamos sentindo, ao aumento de eventos extremos em toda parte do planeta, denota negacionismo e indica que escolhemos soluções do passado frente a um enorme desafio do presente e do futuro. Usar recursos de plataformas já em operação para financiar a transição energética faz todo sentido. Intensificar e protelar o uso de fósseis para uma demanda que precisa urgentemente cair é como fazer uma guerra alegando buscar a paz”.
Brasil mancha sua reputação na COP-30 ao aderir a fórum da OPEP+. O que está por vir em 2025 ainda é incerto no que diz respeito à amenização do cenário climático mundial.
A COP30, que será realizada na Amazônia, tratará de questões cruciais para o futuro da região, do país e de suas populações, destacando a urgência de ações diante das ameaças à biodiversidade e dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. O Brasil terá a responsabilidade de apresentar sua vasta área de floresta amazônica não apenas como um símbolo global, mas como um elemento central de uma política coerente e integrada, que articule setores estratégicos como energia, uso da terra e agricultura, promovendo soluções sustentáveis e equilibradas para os desafios climáticos e sociais.
O Brasil insiste em caminhos opostos em um momento no qual deveria liderar pelo exemplo, manchando sua reputação na COP30 a qual será realizada em novembro em Belém. Investir em petróleo é atrasar o desenvolvimento nacional inteligente. Brasil contraria a COP30, diz diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), André Guimarães. “É uma surpresa negativa para todos os que confiam no Estado brasileiro para conduzir uma transição justa e para longe da exploração fóssil – necessárias se quisermos sobreviver nesta Terra”.
(*) Economista (UFAM), Engenheiro (UFAM), Administrador (UFAM), Mestre em Economia (FGV), Doutor em Economia (UNINI-Mx), Pesquisador Sênior (CEA), Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]