23 de novembro de 2024

Até que a morte nos separe fisicamente

Bosco Jackmonth*

Elucido. Por certo “a morte é apenas a perda da energia”, se ora tomo a responsabilidade de assegurar o enunciado ao lado de muitos. Logo, não tenho medo de morrer, eis que é consabido que se vive com o ânimo de que somos eternos, pois. Não o somos fisicamente é verdade. Contudo, bem me ponho a cismar que mais do que medo da morte tenho-o da dor ou dalguma outra forma trágica, ao cabo de caminhar a tornar-me póstumo. E assim muito gostaria de bem morrer, ou seja, com autonomia, o que seria bom dos veras. Bato na madeira! 

Nesta altura anote-se: “O cronista é um filtro de tudo o que vemos. Escreve-se para não ser solitário e por sentimentos aos outros. Se você não tiver essa solidariedade, é bobagem escrever.” (Ignácio Loyola Brandão, da A.B.L.). Por conta de tal, reconheço que o tema desta feita escolhido não carrega a desejada engenhosidade de costume posta nesta mesma elaboração de escritos semanais, eis que ora tem muito de esotérico ao divergir dos nossos escritos de sempre, ao que me acode à lembrança.

Sucede, tornou-se este um assunto mais à mão pelo advento do arco da velha traduzido de repente na culminância de óbitos circundantes à pessoa deste redator. Refiro-me aos queridos amigos que se foram, ou os que se quedam no momento seriamente acamados nos hospitais, é bem de ver com a vida de tão perto do terminal que sugere a todos  desde logo a amparem-se na teoria do consolo, cabível no momento, mas tudo ao redor da existência ainda material ou física, visto a iminente espiritual que guarda a condição estampada linhas acima, ou seja a eternidade, segundo a propósito se vai abordar mais adiante. 

Sustentam algumas notoriedades: “Converso intimamente com os mortos. Não se pode pensar nos que foram como se eles não tivessem influência sobre os que ficaram. Tiveram e têm influência. De alguma maneira estão vivos na minha memória. Os mortos queridos estão vivos dentro de nós. A memória que temos deles é real. À medida que vamos ficando mais velhos, convivemos mais com a memória… As pessoas queridas que se foram continuam a nos influenciar. O contrário é que não existe mais: não podemos mais influenciá-los.” (In Memórias, FHC, pag.290).

Tenho amigos há mais trinta anos e gosto de conviver em bandos. Cada um deles de alguma forma marcou-me, não apenas só na minha cabeça, mas também no meu coração. Tenho que os que foram mais próximos de nós por certo do além nos moldam. Sucede, numa necessidade de escolher um caminho importante a seguir, de repente me acode o pensamento: O que faria o fulano na minha situação?

A propósito desse assunto geral sustentou Edgar Allan Poe: “Os limites que separam a vida da morte são quando muito, sombrios e vagos. Quem poderá dizer onde uma acaba e a outra começa? Nesta altura convém dar espaço para a Lei da Atração eis que diversos autores já escreveram sobre tal. Assim concebida a Lei da Atração pode ser definida da seguinte maneira: “Atraio para a minha vida qualquer coisa à qual dedico atenção energia e concentração, seja ela positiva, ou não.” (In A Lei da Atração o Segredo Colocado em Prática (Michel J.Losier).

Por fim, acredito que hoje o conceito de velhice ficou no passado. Não me sinto velho, só idoso, tanto “que aquele manejo” que já me foi muito efetivo, hoje se reduz só a duas vezes por semana. Palavra! É que no crânio parece que tenho a glande no lugar do cérebro. Credo! 

Não sou adépto mas às vezes me pego apelando para Iemanjá, Iansam, Oxóssi, Oxumaré, Ogum, Omulu, Ossaim e Naná. Ou figa pé de pato bangalô três vezes. (Conclusão) 

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Advogado de empresas (OAB/AM 436), Ex.fun.Bco.Brasil, Manaus e Rio de Janeiro, aqui designado como Fiscal de Bancos perante as agências bancárias locais voltadas para operações cambiais ligadas às importações do Polo Industrial, à ordem do Banco Central. 

Cursei Direito, Contabilidade, Comunicação Social (Jornalismo), Taquigrafia.  Lecionei História Geral e fui Livreiro.

[email protected]                                          

Bosco Jackmonth

* É advogado de empresas (OAB/AM 436). Contato: [email protected]

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